Minutos antes da desgraça acontecer, padre Joshua observava cada gracioso passo da primeira dama que em instantes, havia se transformado em uma fera.
— Sua vadia ordinária! Me chama de amiga para depois transar com o meu marido! — Susan vociferou, fitando a "amiga" limpar o recheio de seu rosto, ainda sem acreditar que aquilo estava acontecendo.
As mulheres no recinto olhavam a confusão com exacerbada atenção, sem tirar os lábios das xícaras e os olhos da briga.
— Eu fiz o mínimo, coisa que você não faz. Seu marido é maravilhoso na cama, ao contrário do que havia me contado. Acho que o problema está na sua vagina vintage que só tem espaço para teias de aranhas. — Susan acertara o rosto de Bettany com um tapa, jogando-se em cima da mulher para esbofetear sua face e rasga não só suas vestes mas a sua dignidade.
— Vou arrancar esse sorriso de vadia do seu rosto, sua desgraçada! — Susan segurava-se para não chorar, afinal, Bettany era sua amiga desde o ensino médio. Por que diabos ela havia feito tamanha atrocidade? E seu marido, ah, ele não conseguia segurar aquele pau sujo na cueca.
— Isso está melhor do que almoço em família. Estava na hora de alguém brigar por algo além de política e futebol. — Eros surgira repentinamente ao lado de uma idosa, bebericando chá e comendo bolinhos.
— Muito melhor. Quem você vai achar que ganha? — a senhora ajustou seu óculos e encarou o deus.
— 20 pratas na Susan. — Eros confidenciou, descobrira que a idosa gostava tanto de apostas quanto ele de sexo.
— Fechado. — Ela estendeu sua mão áspera e enrugada para o mesmo, logo voltando sua atenção para o desfecho inicial.
— Já chega. — A anfitriã —, gritou, fazendo as duas pararem, mas não antes de ser acertada com um sapato na cabeça. — Vocês estão loucas! Susan e Bettany estão expulsas do nosso comitê. — dito isso, ela jogou o sapato de volta que por pouco não acertara o rosto de Susan.
A primeira dama levantou-se na tentativa frustrada de reunir sua dignidade. Passando a mão por sua roupa amarrotada e bufando.
— A propósito, quem é você mesmo? — Kim, voltou-se para Eros que estava elegante com cabelos bem penteados e um terno branco.
— Eu sou Eros, deus do sexo. Filho de Afrodite e Ares. Deusa do amor e deus da guerra. E vocês? — levando a xícara aos lábios macios, as mulheres voltaram sua direção a Eros. — Inclusive, com licença. Já estou de saída. Tome as 20 pratas, senhora.
Padre Joshua voltou seu olhar para aquela estranha criatura, que andava com tamanha classe e soberba.
— Padre, que adorável a sua presença. Mas acho que alguém está precisando de carona lá fora. — Eros sorriu malicioso e se despediu das mulheres. — Tenho outros assuntos para tratar.
Susan corria pelas ruas com seus sapatos em mãos e rosto manchado de maquiagem por causa das lágrimas de dor e decepção. Joshua não tardou para encontrá-la, oferecendo-lhe uma carona, aquele não estava sendo um bom dia para a primeira dama.
— Entre — Joshua abrira a porta do carona, com relutância, Susan adentrou.
— Perdoe-me, padre — sem olhá-lo, ela suspirou fundo e limpou as lágrimas que não conseguia controlar. — eu quis matar alguém hoje.
Joshua deu uma risadinha inapropriada e censurou a si mesmo antes de virar o rosto na direção contrária.
— Para onde você quer ir? Eu posso te deixar em qualquer lugar. — Ele sorriu bondoso, mas seu coração estava apertado com a fragilidade da mulher à sua frente. Então, apenas desligou o motor e tirou a chave da ignição.
— Não sei. Não quero ver aquele crápula, vou fazer ele engolir meus sapatos de grife. — Susan fungou e aos poucos limpava a maquiagem de seu rosto sem saber exatamente o que fazer agora.
— Eu sinto muito pelo seu marido e pela sua amiga. — iniciou sem saber ao certo o que dizer. — Mas às vezes nós perdemos algumas coisas para ganhar outras. Lembra quando você mencionou que ele já não estava cumprindo suas obrigações? Talvez seja apenas uma forma de definitivamente sair de sua vida.
Susan olhou para Joshua com atenção, parando de fungar e absorvendo cada palavra. Seus olhos eram tão reconfortantes como seu sorriso exageradamente lindo e sincero. Ele tinha razão, às vezes as pessoas acham que estão perdendo algo, mas na verdade estão se livrando delas. E, Susan não deixaria isso fugir assim tão facilmente.
Por isso, não tardou de fisgar os lábios voluptuosos do padre, iniciando um beijo que Joshua tentava com todas as forças recusar.
Mas quando a primeira dama sentou com dificuldade em seu colo, foi impossível negar que desejava por isso.
— Susan... Nós... Eu... — Entre beijos e gemidos, Joshua perdera a noção quando a mulher depositou beijos em seu pescoço. Em resposta, ele apenas agarrou as coxas dela com força e retribuiu aquele beijo quente, cedendo ao desejo.
— Eu não posso. Não posso. — Joshua proferiu aquelas palavras, ainda sem acreditar que havia cedido. E aquele aperto no meio de suas pernas, sua virilidade pulsando, pedindo mais, faminto para possuir aquela mulher. — Ele fechou os olhos e suspirou fundo, afastando os pensamentos pecaminosos de sua mente envenenada pela luxúria.
— Me desculpe. Eu jurei que nunca... Ai meu Deus... — Susan abriu a porta do carro rapidamente e correu na direção das árvores. O padre apenas observou estupefato o que acabara de acontecer.
Entretanto, Eros observava de longe, satisfeito por sua primeira flechada ter sido tão eficaz. Afinal, ele fazia as pessoas se apaixonarem quase que instantaneamente, mas, apenas elas eram capazes de estabelecer sentimentos fixos em seus corações. Algo dizia que ambos estavam envolvidos bem mais do que por uma flechada.
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Eros Caindo em Tentação (Concluído)
FantasyEros é o deus do prazer, filho mais velho de Afrodite. Vaidoso, egoísta e narcisista, o deus estava cansado da mesmice. Por isso, resolvera agitar a vida dos moradores de uma pequena cidade regada por tabus e conservadorismo. Lançando uma onda de pa...