Todos os homens deram um passo à frente, mas a fúria reluzente nos olhos de Eros os assustou, paralisando-os ali mesmo.
— Se você encostar em um fio de cabelo dela, irei arrancar a sua cabeça e dar início a uma coleção de várias outras. Inclusive, a de vocês. — Ele olhou ao redor, intimidando os homens.
— Nós... Nós... — Paul tentara falar, mas Eros o estava sufocando. Ao perceber isso, o deus soltou a gola do colarinho dele.
O jornalista tossiu algumas vezes antes de prosseguir. Em nenhum livro, era retratado agressão ou impulsividade em Eros, mas o caos e ira de seu pai, estavam perceptíveis agora.
— Nós não iremos machucar ninguém. Estou pesquisando sobre a origem daquele colar e como a garota Harper se encaixa nisso tudo. Irei te contar sobre tudo que eu descobrir. Só queríamos saber se poderíamos ou não confiar em você — constrangido, ele passou a mão na nuca, na tentativa de se recompor. — Não me apresentei. Meu nome é Paul, sou jornalista.
— Acertar as pessoas na cabeça e amarrar elas em cadeiras, não soa como amistoso. — Eros apertou a mão dele e observou os demais homens. — Reúnam todas as informações possíveis, inclusive, a ligação do meu pai. Eu quero saber de tudo. E irei descobrir o que mais Anelise sabe.
— Podemos marcar um encontro semanal para reunir as notícias colhidas durante a semana. Que tal? — Paul sugeriu, enquanto Eros decidia. — Vou colher tudo que puder.
— Tudo bem, pode ser. Mas se me acertarem novamente, prometo que irei quebrar bem mais do que uma cadeira.
— Nos desculpe. — Paul falou por todos, enquanto Eros os dispensava com um aceno.
— Agora eu tenho que ir, estão vendo aquele círculo ali? — Os homens olharam para onde ele estava apontando. Mas aquilo tinha sido uma distração para Eros ficar invisível e sair voando.
* * *
Após resolver algumas pendências no mundo mágico, ele lembrou-se de seu compromisso com Anelise na sorveteria. Hoje ela estava de folga, mas não conseguira abrir mão de um delicioso sundae de morango. Com seus trajes "normais" que consistia em terno elegante e formal, Eros sentia-se como ele mesmo novamente. Entretanto, havia adorado ter conhecido a família de Anne, apesar de serem tão comuns aos seus olhos divinos.
Ao chegar no estabelecimento, ele percebeu um aglomerado incomum de garotas. Franzindo o cenho, o deus tentou abrir espaço para as meninas, que nem sequer notaram sua presença. Estavam distraídas e empolgadas com um som melódico de violão e uma voz suave preenchendo o lugar. Mas, de onde ele conhecia aquela voz?
Ao chegar mais perto, Eros pôde visualizar melhor quem estava cantando. Analisou suas roupas brancas de algodão, seus chinelos de couro vegano, os cabelos loiros e intensos olhos azuis. O que diabos o seu irmão estava fazendo em Lovedale?
— Eros! — ele acenou para o irmão que não conseguira disfarçar a frustração ao perceber o motivo dos suspiros e desejo que pairava no pequeno público. Principalmente ao perceber que Anelise também estava naquele aglomerado de garotas histéricas.
A música acabou, e na tentativa de ignorar o irmão, Eros foi até uma mesa distante no final da sorveteria. Ele não estava tendo um dia bom, até seu sorvete favorito de creme estava com um gosto amargo hoje.
— Irmão, não irá me receber com um abraço? — Ele se aproximou de Eros, que ficou estático ao ser abraçado com uma força que o deus julgou desnecessária.
— Oi, Anteros. O que você está fazendo aqui? — Questionou, após sentar-se e torcer para que seu irmão fosse embora o mais rápido possível.
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Eros Caindo em Tentação (Concluído)
FantasyEros é o deus do prazer, filho mais velho de Afrodite. Vaidoso, egoísta e narcisista, o deus estava cansado da mesmice. Por isso, resolvera agitar a vida dos moradores de uma pequena cidade regada por tabus e conservadorismo. Lançando uma onda de pa...