Capítulo 61

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Conciliar estudos com emprego não parecia ser uma tarefa fácil, mas a flexibilidade ofertada por Ares, ajudava Anelise a não ficar sobrecarregada nos dois.

Após o momento intenso em sua sala, Eros e Anelise saíram do recinto discretamente, percebendo que estava destrancada. Será que estava assim o tempo todo?!

Anelise disfarçou o que havia acontecido e voltou para o salão principal, mas era inevitável não repassar as cenas em sua mente, isso estava tão perceptível que do outro lado do salão Eros sorria malicioso com uma taça de champanhe em seus lábios.

Na manhã seguinte, ela suspirou fundo equilibrando os papéis enquanto abria sua porta. Mas, para sua surpresa, deparou-se com Eros sentado no divã.

- O que você está fazendo aqui? - perguntou nervosa, pondo uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.

- Estava dando uma volta por Lovedale, e resolvi passar para te ver. - sorriu, cruzando as pernas lentamente. - Está ocupada?

- Estou trabalhando, nem todo mundo é um deus grego, sabia? - Anelise suspirou fundo e colocou os papéis em cima da mesa. - Afinal, como é que você ganha dinheiro? Sempre está bem vestido, perfumado e tem todo o tempo do mundo para passear.

- Eu trabalho com sexo, Anelise. - franziu o cenho e cruzou os braços. Eros entendeu o seu olhar e mordeu o lábio. - Além disso, eu tenho longos anos de investimento e uma longa linhagem de poder e dinheiro. Não sou ator pornô. O mercado sexual, digamos assim, é bem lucrativo.

- Você gosta de filmes pornôs, Eros? - Anelise semicerrou os olhos e questionou com um olhar inquisitivo.

- Argh! Aquilo é forçado e nojento. Eu prefiro fazer, não assistir. Está interessada em fazer? Bem, sem as câmeras, é claro. - Eros sorriu sugestivo, abrindo os botões de sua camisa social.

- Eros... Não mude de assunto. - se aproximou, enquanto Anelise acariciava o peito desnudo dele. - Isso é uma tentação muito interessante, mas vou ter que deixar para outro momento.

Uma batida na porta os separou rapidamente e Eros fechou os botões de sua camisa, sentando-se novamente no divã deixando apenas dois botões abertos, enquanto isso, Anelise caminhava até a porta.

Mas que inferno! Como ele consegue ser tão sexy assim?!

- Eu ouvi isso, doce Anne. - Eros deu uma piscadela e fingiu estar lendo uma revista qualquer.

- Oi, Anelise. Pensei que poderíamos ir... - Ares iniciou, mas se interrompeu ao ver seu filho.

- Ia chamá-la para almoçar, papai? Também estou com bastante fome de comida humana. Não vai me convidar? - Eros surgiu na porta, ficando ao lado de Anelise e fazendo questão de mostrar sua camisa entreaberta.

- Na verdade, eu vim perguntar se ela já finalizou os papéis que eu pedi. Pensei que poderíamos deixar para outra ocasião, afinal, o que você está fazendo aqui mesmo? - A pergunta era para Eros, mas o deus a direcionou para Anelise.

- Eu só estava passando e vim convidar Anelise para almoçar comigo. - passou a mão no cabelo e como sempre, ela sentiu a mesma tensão entre os dois.

- Tudo bem. Se precisar de alguma coisa, é só chamar. Ou pedir ajuda para a Monique. - O senhor da guerra já estava de saída, mas Eros o chamou uma última vez.

- Papai, seu divã é tão confortável e quentinho. Tenho certeza que a mamãe iria adorar. - Ares hesitou, sabendo do que seu filho estava falando, por isso, apenas saiu sem dizer nada.

- Bem, o que foi isso? Uma guerra silenciosa? O Apollo me contou que...

- Que Ares é apaixonado por você. Sim e não. Quando ele te olha, tudo que consegue ver é a Sophia. Nada mais. - Eros revirou os olhos e Anelise não conseguiu deixar de sorrir ao vê-lo enciumado.

- Então, você iria me convidar para almoçar? O convite ainda está de pé? - Eros assentiu e os dois saíram do escritório.

* * *

- Vamos brincar de stop, eu começo. Letra "e". Erótico, erógena, erotismo...

- Você só pensa nisso? Me diga alguma coisa que esteja pensando, além disso. - Ela apreciou seu sorvete de morango, enquanto Eros tomava o de baunilha.

- Estou pensando que gostaria de um balde enorme com dois litros deste sorvete delicioso. Porém, não mais do que eu. - deu de ombros.

- Você não consegue pensar em outra coisa! - Anelise sorriu convencida de que tinha razão.

- A única outra coisa que penso é em você. Sexo + Anelise + Baunilha. Estou tendo deliciosas ideias. Vamos praticar? - Ele sorriu malicioso.

- Eros! - ela repreendeu com as bochechas coradas. - Pare com isso.

- Ah, como vocês são lindinhos! - Uma voz chamou a atenção dos dois. - Bem que você disse que conseguia tudo que queria. Eu não acreditei! - Sabrina desdenhou, tomando seu sorvete de abacaxi.

- Isso é verdade, Eros? Eu sou a droga de uma conquista barata? Me fala! - Anelise se distanciou, enquanto Eros procurava as palavras certas para se explicar.

- Não foi desta forma que eu disse, Anelise. Isso foi no primeiro capítulo. Nós mudamos bastante durante todo o enredo! - Defendeu-se, olhando furtivamente para ela.

- Do que você está falando? Não estamos na droga de um livro romântico! Eu sou uma idiota mesmo. - Anelise juntou suas coisas e saiu dali o mais rápido possível.

- Você sempre estraga tudo, não é? - Ele tirou o dinheiro e pagou a consumação, estava prestes a sair quando Sabrina o impediu.

- Você me fez parecer uma idiota. As pessoas me veem como uma vadiazinha sem coração nessa cidade. A culpa é toda sua! - a popular semicerrou os punhos.

- É mesmo? E o que você está fazendo para mudar isso? Agindo como uma vadiazinha somente para provar que todos estão certos. Você é desprezível, Sabrina. Cuidarei pessoalmente do coração partido de Gregg e colocarei alguém na vida dele, uma pessoa que o faça feliz e jamais será você.

[...]

Após pagar a conta e sair do restaurante, Eros procurou incessantemente por Anelise. Já estava tarde e mesmo tendo se encaminhado para todos os lugares possíveis, havia se conformado em esperá-la no alojamento.

Mas Anelise não chegaria lá, na verdade, jamais saberia como tinha ido parar naquele lugar. Sentiu algo pegajoso em suas mãos, lutava para enxergar mas tudo estava escuro. Ao andar, seus pés faziam um barulho diferente, como se estivesse pedrinhas em seu percurso. O lugar era frio. Ela caminhou até achar um feixe de luz, algo fazia um barulho familiar em seu bolso.

Anne suspirou fundo e enfiou as mãos nos bolsos, enquanto um som metálico preenchia um ambiente que parecia uma caverna. Então, ela enfim pôde ver. Suas mãos estavam sujas de sangue, assim como suas roupas e em seus bolsos, pelo menos quatro colares iguais ao seu estavam lá.

- Mas que...

Agora só restava saber como aqueles colares foram parar ali e o pior, de quem era aquele sangue?!

Eros Caindo em Tentação (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora