1 semana depois...
Em Lovedale, as coisas começavam a tomar o seu curso natural: as crianças ainda brincavam na rua e as idosas ainda faziam seus cachecóis de lã enquanto falavam da vida alheia. Tudo estava perfeito, por trás daquele véu de hipocrisia, e graças ao xerife, ninguém tinha conhecimento sobre os assassinatos brutais.
Anelise mandava mensagens para sua amiga, mas Ellyah não respondia, e por curiosidade Eros também havia sumido da cidade. Costumava ser engraçado, mas os dois estavam diretamente ligados e na ausência de um, o outro também sumia. Que família estranha.
Mas, Anelise se ocupou bastante com as provas de fim de semestre. Então, aproveitou seu tempo livre para estudar mais, recebendo em troca, notas boas e um bom desempenho acadêmico. Iria aproveitar as férias para arrumar um emprego, ou algo do tipo. Ela estava precisando de independência financeira.
Após vestir sua melhor roupa e arrumar seu cabelo, Anne fora até a sorveteria conversar com o proprietário que era amigo de sua família. O que será melhor do que unir o útil ao agradável? Trabalhar no seu lugar favorito da cidade parecia um sonho.
Por outro lado, Eros brincava com os seres mágicos e bebia néctar rindo dos sátiros apaixonado pelas ninfas do bosque. Tudo parecia normal na vida do deus que gostava apenas de despertar paixões proibidas e rir de suas travessuras. Mas, não podia negar que sentia falta dos humanos, e principalmente de Anelise. Ah, que humaninha desgraçada. Como ele poderia esquecer dela? Era impossível.
Ao deitar-se na relva, Apollo surgira para apreciar o deus em toda sua grandeza.
— Olá, Eros. Há tanto tempo não nos vemos . — Sorriu com aqueles incríveis dentes brancos que reluziam mais que mil sóis.
— Por favor me passe o número do seu dentista. — Zombou, observando a expressão desentendida do deus sol.
— Perdão? — Apollo, deitou ao lado dele, encantado com aqueles incríveis olhos azuis. — Você parece afastado das obrigações divinas, Eros.
— Passar todo aquele tempo com os humanos bagunçou a minha cabeça. — Admitiu, suspirando fundo. — No final das contas, eu gosto deles.
— O deus do prazer apaixonado pela frágil humanidade. Ela tem cabelos cacheados e olhos castanhos? É uma bela humanidade, eu diria. — Sorrindo astucioso, Apollo observou a expressão furiosa de Eros. — Ah, eu vi vocês juntos algumas vezes. Enquanto eu cumpria meus deveres. Estou na dúvida em qual das suas versões é a mais gostosa. Homem ou mulher.
— Como você sabia quem eu era? — Curioso, Eros inclinou-se para observar os traços do deus-sol.
— Os humanos reluzem uma eletricidade particular, todos são distintos, Eros. — Sorrindo de olhos fechados, Apollo abriu um dos olhos para observar a expressão curiosa do deus. — Sabe, aquela sua humana reluz algo diferente.
— Como assim? Diferente? — Eros aumentou o tom de voz, a curiosidade estava matando-o. Apollo tinha conseguido a atenção necessária. — Quanto mistério!
— Sim. Ela não é comum. Tem algo diferente dos outros. Mas, eu ainda não sei o que é. Faz bastante tempo que não vejo alguém com aquela intensidade. — Eros ficou pensativo, enquanto Apollo se levantava com delicadeza. — Agora eu preciso ir, preciso queimar alguns desavisados que não usam protetor solar.
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Eros Caindo em Tentação (Concluído)
FantasyEros é o deus do prazer, filho mais velho de Afrodite. Vaidoso, egoísta e narcisista, o deus estava cansado da mesmice. Por isso, resolvera agitar a vida dos moradores de uma pequena cidade regada por tabus e conservadorismo. Lançando uma onda de pa...