Eros Caindo em Tentação (Concluído)

Capítulo 77 (penúltimo capítulo)

4 anos depois...

O preconceito que contaminava o novo lar de Eros, havia se transformado em algo do passado, e quando ameaçava voltar, era combatido novamente. Ele fez tudo que estava em seu alcance para torná-la melhor, e mesmo os mais conservadores, não reclamavam do trabalho feito pelo cupido do amor.

A saudade que Anelise deixou, era preenchida com trabalho e formas de deixar a cidade ainda melhor, com um investimento árduo em educação e segurança e todas as demais necessidades que se tornaram imprescindíveis. Sabrina e Gregg agora moravam juntos com Eros que achava a casa exageradamente espaçosa.

— Tudo pronto para a comemoração de hoje? — questionou ansioso. Usava um terno preto e óculos de leitura, segurando o novo impresso do recém reformado jornal local. Sabrina quase sorriu ao observá-lo numa expressão tão séria.

— Sim. Antes que eu esqueça, você tem visitas. — Sabrina sorriu e o deus franziu o cenho, deixando claro que não estava esperando ninguém. Mesmo assim, ele caminhou até a sua sala.

— O que estão fazendo aqui? — Eros olhou para Afrodite e depois para Anteros, ainda sem adentrar no recinto. — Achei que já estivesse deixado claro que não os quero mais em minha vida. Acham que quatro anos é suficiente para esquecer? Minha cutícula é mais velha do que isso.

— Então, além de precisar transar você também precisa fazer as unhas.— Anteros que usava seu cabelo loiro preso em um rabo de cavalo, notou a fúria contida na expressão de seu irmão. — Inclusive, essa cor de cabelo ficou perfeita em você.

— E você precisa de uns bons socos, está querendo mais? Achei que um tivesse sido o bastante, mas podemos resolver isso agora. — O prefeito avançou na direção de Anteros e estava pronto para acertá-lo, porém, a deusa do amor interviu.

— Não precisa se portar como um selvagem. Sei que errei com você, por favor me perdoe, mas não precisa nos tratar assim. O amor por Sophia me cegou e ela apenas me usou. — Afrodite usou as mãos para secar as lágrimas que serpenteavam pelo rosto perfeito e seu primogênito  sentiu o coração partir ao ver a mãe chorar daquela forma.

— Então agora sabe exatamente como eu senti quando descobri que fui traído por você. A mulher que fui um fiel devoto por toda a minha vida, que segui feito um cão em busca do amor de seu dono. — Ele se sentou na poltrona, entrelaçando os dedos e suspirando fundo. — Eu sou incapaz de odiá-la, mamãe. Gostaria muito, mas não consigo.

— Então quer dizer que... — Eros a impediu de prosseguir, sorrindo sem mostrar os dentes, com uma expressão indecifrável.

— Significa que preciso de um tempo para perdoá-la e isso não vai acontecer agora. Me desculpe. Meu amor por você não vai me cegar ao ponto de permitir que me traía novamente. Precisaremos de tempo. — A postura dele mudou, como se um peso tivesse sido tirado de suas costas. — Sobre você, irmão... 

— A mamãe consegue ser bem convincente e eu não tive coragem de contar a verdade. Como poderia? Você já estava perdidamente apaixonado pela humana. De qualquer forma, me desculpe. Deveria ao menos ter tentado. — defendeu-se, enquanto Eros mantinha sua atenção nele, seu irmão caminhou timidamente e os dois se abraçaram dando uma trégua, após isso, Anteros saiu da sala apressadamente. Deixando mãe e filho finalizarem a conversa inicial. 

— Fico feliz pelo homem responsável e honesto que está se tornando. Antes você era apenas o meu cupidinho mimado e egoísta que não pensava em nada além de si mesmo. — Afrodite o abraçou e passou todo o carinho e conforto que Eros sempre encontrou nos braços dela. — Você acha que essa cidade lhe mudou, mas na verdade, sempre pertenceu a ela.