Eros Caindo em Tentação (Concluído)

Capítulo 57

Antiga Greenmaze | 1802

• Atual Lovedale

A cidade estava silenciosa naquela tarde em especial, a deusa do amor caminhou pela areia, sentindo a brisa marítima tocar seu rosto.

— Está sozinha? — Uma voz masculina chamara a sua atenção, fazendo a deusa observar o homem de longe.

— Sim. Como pode ver. — Ela abriu os braços e girou lentamente, sorrindo travessa. — Não tem ninguém aqui.

— Me desculpe. — sorriu brevemente, aproximando-se. — Sou John. Você não vai beber para celebrar a boa colheita de hoje? A cidade inteira está na prefeitura. 

— Menos você. — Complementou travessa, observando a luxúria dançar nos olhos do homem. — Sou Afrodite.

— Eu já estava indo, até que lhe encontrei aqui. Gostaria de ir comigo? — A deusa parecia pensar na possibilidade disso acontecer, então, apenas sorriu.

— Na verdade, eu estou procurando uma pessoa. Soube que ele estava aqui. Com os hu... Quer dizer, com os moradores dessa cidade que se chama...?

— Greenmaze. Nós temos um lindo labirinto que serpenteia por trás do milharal, é muito interessante e...

— Péssimo gosto. — Sibilou, fazendo John franzir o cenho. — Estou procurando por Ares, você o conhece?

— O noivo de Sophie. Sim. Todos nós conhecemos. Ele é o nosso melhor pescador. O mar sempre parece favorecer a pesca quando ele está no barco. Alguns até o chamam de Rei dos Mares.

— Impossível. — gargalhou, chegando mais perto do homem, fitando a beleza de seu rosto bronzeado. Leve-me até onde ele está. — Seus cabelos e vestes eram delicados, um vestido de cetim que facilmente estava sendo levado pelo vento.

John não calou-se até que eles tivessem chegado em seu destino. Afrodite observa os homens comendo e bebendo, e ao longe pôde ver Ares. Estava prestes a ir falar com ele, mas uma figura feminina e sensual tomou a boca de seu amado com um beijo. Um beijo apaixonado, que Ares retribuiu com a mesma intensidade.

A deusa sentira pela primeira vez algo inusitado, parecia queimar seu corpo por dentro, arder em chamas, mas da forma que ela gostaria.

— Afrodite? — John a chamou quando ela estava prestes a sair do bar.

— Deixe-me, ir. — Alertou ao homem que segurava seu pulso com delicadeza. — As pessoas fazem coisas ruins alegam que são por amor, John. E eu não quero ser uma delas.

[...]

Meses após aquele encontro desastroso, Afrodite seguiu com suas obrigações divinas. Pois tinha em mente que um deus sempre voltava para o outro. Afinal, o que mais os humanos poderiam oferecer de tão importante?! O seu perfume de flores era capaz de durar bem mais do que a vida deles.

E mesmo assim, Ares não a visitou em seu templo.

Seis meses se passavam e sua risada não invadia mais as alas de seus aposentos. Como ela iria achar um amante tão voraz?!

— Sem querer ser chata e tudo mais, será que você poderia pular alguns detalhes? Este capítulo vai ficar muito longo. Vamos logo para o desfecho. — Anelise a interrompeu, fazendo a deusa assentir e ir para o que interessa.