Capítulo 13

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  A influência de Ares permitiu que seu filho detido fosse solto rapidamente, bastou apenas um álibi perfeito para tirar Eros daquela situação, mesmo que a contragosto do xerife que odiava ser contrariado. 

— Meu filho não é um criminoso, posso processá-lo por fazer um interrogatório sem a presença de um advogado. Ele é apenas uma criança! — Protestou, observando a expressão forjada de medo no semblante do rapaz.

— Perdão, senhor Ares... — Desculpou-se Woody, liberando Eros. — Não temos nada em nossos registros sobre a sua família, tirando o fato de que, foram apenas perguntas inocentes.

Woody sentia-se intimidado na presença do homem. Sua postura imponente e orgulhosa, não restava dúvidas sobre a paternidade do interrogado. Ambos carregavam no olhar, uma arrogância padrão de gente rica.

— Que bom que chegou, papai. Já estava com calos nos dedos de tanto esperar. — Bufou e revirou os olhos para o xerife. Petulante desse jeito, poderia até pegar prisão perpétua.

Ares observava Woody que não quebrava o contato visual. Era como se estivesse tentando ler o homem. Suas roupas estavam impecáveis. Terno, gravata, sapatos lustrosos e cabelos bem penteados. Os dedos cheios de anéis, juntamente com uma bengala prateada que ele segurava com firmeza.

— Confira melhor em seus registros, não somos causadores da ineficácia de seu sistema. Como se não já bastasse o corrupto... — Sibilou antes de sair.

— O que disse? — O xerife cerrou os punhos de uma forma discreta, ganhando um sorriso irônico em resposta.

— Eu disse... — Ele aproximou-se mais, fazendo Eros notar o jeito imponente de seu pai. — Tenha uma boa noite, xerife.

Os dois seguiram em silêncio até a saída e Eros adentrou no carro do pai que tinha um motorista particular.

— Obrigado, papai. Aquele xerife já estava me deixando irritado. — Suspirou fundo, tirando a coroa de louros e lembrando que Anelise estava sozinha. — Droga! Esqueci da Anne!

— Eros, você está se metendo nos assuntos dos mortais? — seu pai o olhou de forma incisiva. — Você não sabe mesmo nada a respeito das mortes?

— Claro que não. Tenho cara de assassino? — Desdenhou fazendo uma expressão mimada. — Não consigo nem assassinar minha cutícula com um alicate.

— Espero que não esteja mesmo. Eu já te disse que eles são problema. Fique longe dos humanos. Inclusive, quem é Anelise? Vocês estão tendo um romance?

— Não. Somos só amigos. Nada mais. Infelizmente — expressou, observando a janela se transformar em um borrão com nuvens ao redor. — Mas...? Não estávamos em Lovedale?

— Você acha que eu iria me submeter a um motorista mortal? Jamais. Este é especial. — Sorriu e abriu a porta para que Eros descesse do carro. — Agora, vá. Sua mãe e eu teremos um jantar esta noite.

— Por isso está vestido como um cafetão? — Gargalhou e observou a expressão preocupada do pai. — Brincadeira. A mamãe vai adorar. Afrodite gosta de caras perigosos.

Após descer do carro, observou sua mãe sair de seu templo e segurar com firmeza sua bolsa. Estava com um vestido vermelho, decotado e sensual, usando uma jóia que Eros desconfiava ser um presente de desculpas de seu pai.

— Olá, querido. Você está encantador com essa roupa. — Cumprimentou o filho, dando-lhe um beijo estalado na bochecha. — Não me espere acordado.

— Até mais, mamãe. Divirtam-se. — Ele sorriu, acenando para a mãe ao entrar no carro.

Suspirando fundo, ele observou a noite repleta de estrelas. A água da fonte caía lentamente, de forma sensual, sendo iluminada apenas pelo luar. Toda a atmosfera do templo de Afrodite levava seus pensamentos ao abismo da perdição sexual. Ele sentou-se no balanço repleto de folhas e flores e segurou com firmeza em suas cordas até sentir sua caixinha mágica vibrar.

Eros Caindo em Tentação (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora