Capítulo 9

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— Pode me dizer exatamente o que vocês estavam fazendo em uma propriedade privada tão tarde de noite e como encontraram o corpo? Um morador alegou tê-los visto. — O xerife bebericou seu café expresso, observando a primeira dama com as mãos trêmulas segurar um copo plástico com água.

Joshua e Susan não tiveram muito tempo para explicar a razão de estarem lá, aos sussurros, eles combinaram uma versão mais adequada e que não levantasse suspeitas.

— Estávamos dando um passeio logo após a visita que fiz para a primeira dama. Tenho muitos projetos para as crianças e idosos nesta cidade. — Joshua tentará recordar da versão que eles combinaram anteriormente. Ele e Susan ficaram em salas opostas mas contavam a mesma coisa.

— Pegamos o caminho mais rápido pela propriedade do senhor Wilson, distraída eu caí por cima de um corpo. Foi horrível. Acionamos a polícia na mesma hora, Xerife Woody. Estou muito abalada com tudo isso. Ligue para o meu marido por favor.

— Tão tarde da noite, padre? Não havia um horário melhor para visitar a mulher do prefeito? — Woody indagou, percebendo o nervosismo em ambos os suspeitos.

— Nós estávamos bem ocupados o dia todo. Não saí da igreja hoje, pode confirmar com qualquer um. — Joshua assegurou, fazendo o xerife apenas assentir.

— Você percebe que temos um padrão aqui, não é? Conheceu alguma delas? — Woody apresentou as fotos das vítimas. Duas mulheres em torno dos 60 anos, da alta sociedade,  e com o mesmo corte no pescoço e na língua.

— Não as conheço, mas acho que deveriam participar das missas. Tudo ainda é muito novo para mim e não lembro de todos os nomes e endereços.  — Ele olhou o xerife com atenção e passou confiança através do olhar.

— Por enquanto você está dispensado, mas eu não vou descartar a possibilidade de chamá-lo novamente. Pode ir agora, padre.  Ah, antes que eu esqueça. — Woody virou-se lentamente em sua cadeira, chamando a atenção do padre. — Sou um homem muito religioso, entende? Mas na minha profissão, há pessoas que escondem suas almas perturbadas por trás de um estereótipo. Por trás das pessoas mais perfeitas, escondem-se as maiores imperfeições.

— Tenha uma boa noite, xerife. — Joshua finalizou, sentindo-se desconfortável mas não deixando isso transparecer.

— Igualmente, padre. — Woody segurou na aba de seu chapéu e analisou Joshua até perdê-lo de vista.

[...]

   Deitado sob a relva e cercado por margaridas, o deus acariciava seu abdômen desnudo. Um tecido macio de seda cobria suas vergonhas. Seus olhos verdes e intensos, mantinham-se em Eros que trazia em mãos um dos aparelhos eletrônicos muito usado por humanos.

— Eustácio, achei que você fosse um sátiro e não um burro. — Frustrado, Eros agitou o aparelho celular em mãos, observando o ser mágico saltitar na frente dele.

— Bééé, não sou eu quem não sabe mexer num simples celular. — Retrucou, indo em direção às ninfas. Era um prazer pessoal persegui-las.

Antes que pudesse responder à altura, Eros teve sua atenção voltada para a beleza do deus Sol. Apollo estava distraído, brincando com uma margarida.

— Por que você perde tanto tempo com os humanos, Eros? As tardes nos bosque, uma orgia com os seres mágicos e abundância em ambrósia não te satisfaz?

O deus demorou a responder, observando os detalhes atraentes em Apollo. Seus olhos verdes, seus lábios rosados, pele bronzeada e seu corpo perfeitamente definido. O deus Sol era um dos poucos que recebia sua atenção com tanta frequência.

— Gosto do amor que eles têm pela vida. É a coisa mais importante que os humanos têm. Cada momento parece ser único. Vívido. Aprecio a efemeridade deles.

Apollo aderiu àquelas palavras e refletiu por segundos, mas, logo após voltou sua atenção para a beleza incrível de Eros. O deus estava com uma roupa similar ao deus Sol. A diferença, estava nas asas e no arco e flecha sempre nas costas dele. Seus olhos expressivos e azuis, combinam perfeitamente com seu cabelo cinza. Os lábios cheios complementam a beleza irresistível do deus do erotismo.

— Você sabe que consigo ouvir todos os seus pensamentos a meu respeito, não sabe? —  Eros sorriu malicioso e deitou-se ao lado de Apollo que apenas assentiu.

— Sim. Eu sei. Mas nunca deixo de achar irresistível a sua concentração quando lê todos eles. Por que estava irritado com o Eustácio? Às vezes os sátiros podem ser exageradamente mal humorados.

— Deve ser porque eles não transam. — Os dois gargalharam, fazendo os sátiros ao longe atirarem cerejas na direção deles. Apollo aproveitou-se da situação e pôs uma em sua boca, chupando a pequena fruta de forma sensual.

— Não quer se divertir um pouco comigo, Eros? — Ao pegar mais uma, ele pôs na ponta da língua e a ofereceu para Eros que não tardou em apreciar a fruta e o beijo.

Ambos os corpos estavam entrelaçados, envoltos em luxúria e beijos quentes, no entanto, algo inesperado aconteceu.

      Anelise: hey, está afim de fazer alguma coisa hoje? :)

Eros interrompeu o beijo e sentiu o aparelho vibrar ao seu lado. Enquanto apreciava a visão de Apollo, ele já havia mandado uma mensagem para Anelise e salvado seu número. Mas ainda não conseguia iniciar uma comunicação plausível através das mensagens instantâneas enviadas por celular. Irritado, Apollo levantou-se rapidamente.

— Preciso ir, terminamos essa conversa em outro momento. Beijinhos iluminados, Eros. — Selando seus lábios. Sem pudor, o deus do sexo observara a saliência do glúteo de seu amante.

— Gostoso, porém, não mais do que eu. — Ele voltou sua atenção para a caixinha brilhante e sorriu malicioso enquanto respondia a mensagem.

Ellyah: Claro que sim. Encontre-me na sorveteria :)

*Bônus*
Harry Styles como Apollo

Que Eros acerte uma flecha em vossos corações e não em suas bundas.

Bjs flechosos  :*

Eros Caindo em Tentação (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora