Capítulo 49

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    Entre os bosques, as ninfas e as flores, Eros sentia um novo poder, o que foi estranho. Por um momento ele achou que estivesse sonhando acordado, mas na verdade, não foi bem assim. Seu corpo fora atingindo com uma onda mágica e involuntária, como um choque elétrico, mas não danoso. Ele sorriu malicioso, sabia do que se tratava e sentiu exatamente que Susan Carter e Joshua fizeram amor.

— Eu sou muito bom no que faço. — Falando sozinho, deu de ombros e bebericou sua ambrosia, ainda não estava entediado para retornar ao mundo humano. Mas, uma mensagem vibrou na tela de sua caixinha mágica. Seria Anelise?

Número desconhecido: Precisamos nos encontrar hoje, é importante e se eu fosse você, não deixaria de ir. Mandarei outra mensagem informando o local e o horário.

E quem mais poderia ter o seu número? Não importava, Eros sempre iria. Não importava quem o chamasse, o deus sempre estaria lá.

— Apollo não virá hoje, senhor Eros. Ele pediu para que eu avisasse. — Uma das ninfas informou, dançando graciosa, como um espectro da natureza.

— Tudo bem, não iremos nos encontrar hoje então. Agora terei que ir. — As ninfas o cercaram, dançando e o tocando delicadamente; um convite para uma orgia.

— Você não quer se divertir um pouco? Com todas nós? — Uma delas questionou, fazendo ele suspirar fundo.

— Hoje não, mas eu prometo que amanhã serei todo seu. — Dando um sorriso malicioso, ele incentivou, apontando para outra — E seu, e seu. De todas vocês, mas hoje não.

Ouviu-se um gritinho de comemoração e ao mesmo tempo insatisfação delas. Era impossível negar a sua essência, suas necessidades, antes ou depois de Anelise. Eros ainda continuava sendo Eros, e Anelise Sophie Harper ainda era uma mortal. A sua mortal favorita.

[...]

O local escolhido para o encontro, não poderia ser menos óbvio. Qual era o ponto central de Lovedale? A sorveteria. Estar ali, fazia com que Eros sentisse algo ligeiramente familiar. Lembrara de todas as vezes que eles compartilharam sorvetes, risadas. Como sentia falta dela, era tão difícil estarem afastados e próximos ao mesmo tempo. Ele não conseguia afastar-se desta cidade, ou seria de Anelise?

Após sentar-se e pedir um sorvete de creme, Eros suspirou entediado, não tão ansioso para descobrir do que se tratava aquele assunto importante. Uma voz feminina chamou sua atenção, enquanto um sorriso malicioso crescia em seus lábios.

— Olá, Eros. — Megan puxou uma cadeira e sentou-se de frente para ele. — Há quanto tempo, não acha? Temos tanta coisa para conversar.

— É mesmo? Não lembro de nenhum assunto em comum que eu tenha com você. — Eros desdenhou, vendo a felicidade forçada na expressão da garota. Tinha algo errado.  — Fala logo o que você quer, Megan. Se eu soubesse quem era, nem teria vindo.

— Ah, por que ficar tão frustrado? Achei que você tivesse todo o tempo do mundo. — Ela sorriu, retirando uma pasta de sua bolsa Chanel falsificada. — Eu sei quem você é, Eros. Ellyah? Foi genial usar isso para se aproximar de Anelise. Como será que ela vai ficar quando descobrir?

— Do que você está falando? — Questionou assustado, certificando-se de que ninguém estava ouvindo a conversa deles.

— Agora você está interessado? — Ela imitou a expressão entediada dele e fingiu olhar suas unhas. — Eu sou a irmã do Paul, você sabe, né? Aquele jornalista metido. Por um descuido dele, eu me deparei com esse material todo aqui. Levei meses para acreditar em tudo isso. Meses, Eros. Li tudo várias e várias vezes.

— O que você quer? — Ele suspirou exasperado, odiava ser chantageado daquela forma. Pegou o material dela e conferiu as cópias de tudo.

— Eu quero que você faça com que a Sabrina se apaixone por mim. Em troca, guardarei o seu segredo. Imagina se a Anelise tem acesso a esse material. Nossa, a garota que não tem ninguém, descobrir que literalmente não tem ninguém. A amiga dela não existe. — Megan gargalha chamando a atenção de algumas pessoas que logo após a ignoram.

— Isso é baixo até para alguém como você. A Sabrina? Sério? Você sabe que ela está apaixonada pelo Gregg. Não tem muito a se fazer, meus poderes não funcionam em quem já está apaixonado. Desculpa, próximo.

— Mentira! — Ela bateu as mãos com força na mesa, fazendo Eros arquear uma sobrancelha. — Opa, espera um pouco aí. Foi você, não foi? — Um lampejo parecia iluminar o rosto dela, como se estivesse processando uma nova informação.

— Eu o quê? — Eros sabia qual seria a sua acusação, então, fingiu olhar para as cutículas.

— Você fez ela se apaixonar por aquele perdedor! — Megan trincou os dentes. — É isso. Está explicado. Você fez isso com ela. Sabrina Carter jamais iria se apaixonar por um perdedor.

— É por isso que ela não te ama? — Questionou, fazendo os olhos da popular cintilarem de raiva.

— Como ousa? Eu tenho tudo o que preciso para expulsar você dessa cidade. Você não tem medo disso?

— Não vou fazer Sabrina se apaixonar por você. Ela já ama outra pessoa. E fique sabendo que os poderes da minha flecha não dura para sempre. O efeito é momentâneo, mas o que vem depois é tudo por conta dos humanos.

— Você é o culpado disso tudo! Estava diante dos meus olhos o tempo todo. — Lágrimas molhavam o rosto de Megan, que secava com a palma da mão.

— Eu sinto muito que você tenha se apaixonado pela sua amiga. Mas não podemos escolher por quem a pessoa que amamos irá se apaixonar.

— Cale a boca! É culpa sua. Apenas sua. E eu vou fazer com que você se arrependa, Eros. Guarde as minhas palavras.

Megan levantou-se rapidamente e deixou os arquivos com Eros, ela tinha mais cópias e iria fazer com que ele pagasse por entregar Sabrina para Gregory. Um perdedor. Um fracassado. Um cara que não tinha bens ou dinheiro. Megan iria se vingar da pior forma possível, e o cupido do amor iria se arrepender por não tê-la ajudado.

Eros Caindo em Tentação (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora