Capítulo 32

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— Não acredito, Nate. Se ela não consegue gostar de quem você é, provavelmente não vale a pena insistir. — Anelise suspira fundo e fica pensativa por alguns segundos. —  Na minha época de escola, eu não beijava garotos nos trabalhos. De quem você gosta, afinal? Isso daria um bom livro, sabe? "As Mentiras de Nathan Davis"

— Nem brinca com isso Anelise. Meu corpo treme só de pensar em Olivia não gostar de mim, é estranho mal conhecer alguém e já gostar tanto assim? — Ele questiona com seu olhar perdido. — Aliás, Tayra é apenas minha vizinha, a típica garota má que todos caem aos seus pés. Mas, para mim aquele beijo não passou de um trabalho escolar. E eu acabei mentindo sobre ela também. Olivia acha que Tayra gosta de outra pessoa e todos acham que ela gosta de mim.

— Alguém está bastante apaixonado. Eu nunca te vi assim, Nathan. Ela deve ser especial mesmo. — Anelise sorri, enquanto pensa na frase dele; estava com saudades de dividir problemas com o amigo. — Eu sei bem como é isso, infelizmente. Mas, que confusão! Isso tudo aconteceu por causa da nossa distância? Você se meteu em muitas enrascadas desde que fui embora. E a sua irmã, como está? E o Jake? Eles já estão juntos? Aqueles dois nunca irão admitir o que sentem um pelo outro.

— Ela já admitiu ser apaixonada pelo bonequinho de vidro como costuma chamá-lo, mas, ainda anda fugindo dele. — Nathan balança a cabeça rindo ao lembrar da relação tortuosa de Jake e Louise enquanto bebe seu refrigerante.

—  Que bom que ela está admitindo o que sente. Um dia eu quero gostar de alguém desse jeito. — Anelise sorri e observa rapidamente os convidados, logo após, volta sua atenção para Nathan. — Cuidado com essas garotas. Você precisa deixar claro seus sentimentos. Talvez você só esteja com medo de que a Olivia te conheça de verdade.

— Talvez eu nem me conheça de verdade — ele dá de ombros — Que culpa tenho de ser bonito como um deus grego? Eu não consigo controlar tais coisas.

— Alguém me chamou? — Eros surgiu de forma inesperada, se materializando na frente deles, trazendo em mãos uma bandeja de salgadinhos. — Não vai me apresentar seu amigo, Anelise?

— Eros, esse é o meu amigo, Nathan — desconfiada, ela semicerrou os olhos e observou Eros analisar o amigo; quando desejava, o louro costumava ser uma caixinha de surpresas. — Nate, esse é o Eros.

— Olá, eu sou o namorado dela. — Eros apertou a mão do rapaz e ficou ansioso pela reação dele, mantendo sua postura séria.

— Mentira, somos apenas amigos. Eu te contaria se estivesse namorando, Nathan. — Anelise observa Eros enquanto faz uma careta para ele.

— Não tenho mais tanta certeza disso, Anelise. Oi, Eros. É um prazer conhecê-lo. — Nathan passa a língua nos lábios e sorri malicioso.

— Nathan! — Anelise o censura, enquanto Eros sorri divertido, ao apreciar a simpatia do convidado especial.

—  Olha, até que gostei de você. — o deus sorri malicioso, notando a expressão contrariada de Anelise.

— Anne, eu poderia ficar mais algumas horas aqui vendo você e seu namorado decidindo que tipo de relação vocês têm, mas estou atrasado para a competição de natação do Jake. Não posso deixar Lou sozinha perto dos abutres do Rayden School. Até mais, foi um prazer conhecer você, Eros.

— Tudo bem, até mais, Nate. Sempre que quiser pode voltar. — eles dão um abraço forte e Nathan se despede de Eros dos familiares de Anelise, logo após entregar o presente que comprou com carinho: um livro da Cassandra Clare.

Após comerem o bolo e cantar os parabéns que Anne tanto odiava, sua casa começava a ficar vazia, quando os convidados começaram a ir embora. Enquanto isso, Anelise buscava por Eros. .

O deus estava sentado na borda da piscina, com seus pés dentro da água. Balançando calmamente, para frente e para trás. Eros sorriu ao ver Anelise de longe, ela cruzou os braços vendo o lacinho de fita cinza em sua cabeça.

— Fiquei na dúvida, então, decidi que cinza combina com a cor dos meus olhos — confessou, mordendo o lábio inferior — Feliz aniversário, Anelise.

Ela não conseguia deixar de rir com aquele jeito dele. Não estava usando as roupas extravagantes de sempre, nem parecendo um CEO frio e calculista que sempre usa terno e gravata. Sua camiseta preta e calça jeans, juntamente com um coturno preto, deixava-o com um ar de bad boy e por mais que odiasse admitir, ele ficava ainda mais bonito.

— Obrigada, deixe seu presente no meu quarto que eu prometo usá-lo quando a festa acabar — respondeu de forma simples, fazendo Eros arquear as sobrancelhas. Sentando-se ao lado dele, ela pôs os pés dentro da piscina,  apreciando a sensação da água morna relaxar seus músculos. — É seu aniversário e quem ganha o presente sou eu? — questionou, fazendo-a rir e dar um leve tapa no braço dele — Fecha os olhos — ordenou, vendo-a negar — Feche os olhos, ou eu não irei dar o seu presente. 

— Certo — depois de negar algumas vezes, ela cedeu, fechou olhos e sentiu as mãos dele tocarem suavemente seu pescoço. 

— Eu não sabia o que te dar, acho que nunca precisei dar um presente para alguém. Nada além de flechadas, devo acrescentar. Então, eu pedi para que fizessem isso para você. Pode abrir os olhos agora.

Com cuidado, Anelise abriu os olhos fitando o delicado presente de Eros. Tratava-se de um colar de ouro, seu pingente era um arco e flecha com a ponta no formato de um coração. Ela observou os dois colares juntos e agradeceu, ajustando o colar em seu pescoço.

— Obrigada, Eros. É lindo — ela o observou, sentindo-se hipnotizada pelos incríveis olhos azuis dele — Até que você é bom com presentes.

— Eu sei que sou ótimo em tudo, até em escolher presente, não acha? — dissera de forma convencida, fazendo Anelise o encarar por alguns segundos — De nada, de nada. 

 — Também quero te dar um presente, feche os olhos — sua voz sensual fez Eros parar de rir e focar no jeito que seus lábios rubros se moviam. Ele assentiu e fechou os olhos, sendo surpreendido por um empurrão e a água gelada embalar seu corpo. 

— Anelise! — Vociferou enquanto a aniversariante gargalhava. — Eu... Eu... Não sei nadar. Me... Me... Ajuda...

A garota se desesperou, parando instantaneamente de rir e se jogando na piscina. Ao chegar perto de Eros, ela o sacudiu, o deus por outro lado, começara a gargalhar ao ver o pânico na voz dela.

— Como você ficou preocupada, Anne. Iria fazer respiração boca a boca em mim? Eros sorriu, mostrando um biquinho, aborrecida ela jogou água no rosto do cupido. 

— Eu vou te matar! — se jogando em cima dele, Anne tentara afogá-lo, mas Eros apenas sorria.

— Achei que sua família matava as pessoas e as enterravam no quintal, não na piscina — gargalhou, enquanto Anelise se debatia. — Quietinha, Anne — Eros sorriu novamente, antes de puxá-la em sua direção, segurando com força na cintura dela.

Anelise suspirou fundo, incapaz de se mover. Fitando apenas aqueles olhos azuis, que pareciam diamantes por causa das luzes da piscina. Parando de sorrir, instantemente, Eros observou os lábios dela, a distância perigosa entre os dois. Os corpos colados. Quantos centímetros exatamente faltavam para que Anelise encontrasse seus lábios?

Antes que pudesse calcular mentalmente, para sua surpresa, Anelise o beijou. Enterrando seus braços na curvatura do pescoço dele. Unindo suas bocas de um jeito quente, com uma necessidade carnal. Sua língua clamava pela dela, sentindo uma mescla de sabores; o agridoce se misturando ao vinho recém-consumido. A garota despertava nele emoções que era incapazes de serem descritas, como se o paraíso e o caos estivessem enlaçados por um contato físico além de quaisquer explicações da biologia humana. Eros a empurrou contra a borda da piscina, colando ainda mais os seus corpos, fazendo um gemido baixo escapar de seus lábios levemente inchados, completamente rendidos pelos comandos de sua excitação.

— Eros... — sussurrou, fazendo-o desejar eliminar qualquer traço de moralidade e tê-la naquela piscina. Sem pudor algum. — O meu colar, Eros. Eu o perdi — Quebrando todo o clima sexual, Anelise se desesperou, em busca da única coisa que mantinha sua sanidade mental.

Eros Caindo em Tentação (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora