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Acordei no outro dia e eu estava no quarto do Léo. Olhei pro lado e ele estava com uma carinha de sono, mechendo no celular.

— Que horas são? - Perguntei.
— Onze e vinte - A voz estava bem mais grave que o normal - Bom dia.
— Léo do céu, eu perdi aula - Levanto o corpo.
— Perdeu - Ri - As meninas pediram pra avisar que iam levar o seu trabalho.
— Putz - Bato a mão na testa - Tinha esquecido até do trabalho, mas porque cêis não me acordaram ontem?
— Cê tava num sono mó suave, todo mundo ficou com dó - Ri.
— Vocês são fodas em, acho melhor eu ir, tá quase na hora das meninas saírem da escola, tenho que passar na Carol pra vestir o uniforme e chegar na minha casa como se nada tivesse acontecido.
— Quer comer antes de ir?
— Não, obrigada.
— Mais vai comer - Ri.
— Só quero ir no banheiro e lavar o rosto, escovar meus dentes.
— Ali - Aponta uma das duas portas que tinha dentro do quarto - Tem escova nova na segunda gaveta.
— Tá bom, valeu - Sorri.

Me levantei e fui pro banheiro fazer o que era necessário. Dei uma ajeitada no cabelo e então saí. Léo já tinha trocado de roupa e já tinha lavado o rosto também, provavelmente em outro banheiro.

— Vamos descer? - Me olha.
— Aham.

Léo abriu a porta e deixou que eu fosse na frente. Descemos as escadas e quando chegamos no fim, pude ouvir vozes na cozinha.

— Então tchau - Disse rindo.
— Que tchau o que - Segura na minha mão - Cê vai comer primeiro.
— Tem gente aí Léo, eu tenho vergonha.
— Relaxa, deve ser só minha mãe, meu pai e a Maria, que cuida da casa.
— Não Léo, eu vou embora.
— Não vai não - Me puxa - Vem logo que eu tô com fome e não desci pra comer porque tava te esperando.

Segurei no braço dele e fui andando com o rosto escondido atrás dele.

— Bom dia, bom dia, bom dia - Ele disse.
— Bom dia filho - Liliane, a mãe dele diz.
— E aí filhão - É a vez do pai dele, Wilson.
— Bom dia Léo - A moça que estava com eles responde.
— Gente, essa aqui é a Maridu, Maridu essa é a Maria, aquela é a minha ...
— Sua mãe e seu pai, eu sei - Digo baixinho - Bom dia gente.
— Bom dia - Os três dizem juntos.
— O almoço tá pronto? - Léo pergunta.
— Tá sim, se sirvam que eu vou pegar suco pra vocês - A mãe dele diz - Pode ficar a vontade Mari...
— É Maria Eduarda - Digo - Leonardo que me chama de Maridu, porque é bobo.
— Maridu é mó da hora - Ele ri - Vem, pega um prato aqui pra você.

Acompanhei o Léo e peguei o prato, então fomos até o fogão e nos servimos. Sentamos junto a eles e a mãe dele nos serviu suco.

— Mas gente, você come só isso? - Liliane pergunta.
— Sim - Digo sem graça.
— Não precisa ficar com vergonha não, viu? Leonardo come igual um boi, não engorda de ruim - Wilson diz.
— Percebi - Digo olhando o prato do Léo - Mas esse tanto tá ótimo, muito boa a comida.
— É mesmo - Léo concorda - Maria cozinha bem pra caralho.
— Fecha a boca filho - Liliane repreende.
— Meu Deus - ele resmunga.

Todos embalaram em algum assunto qualquer e eu comia e observava tudo. Minutos depois o pai dele se despediu, pois iria trabalhar e Maria foi organizar os quartos lá em cima.

— Mas e aí, se conhecem faz tempo? - A mãe dele pergunta.
— Ah, faz um mês e pouco - Léo diz - Mas ela era minha fã, então ela me conhece faz um tempo.
— Era não, ainda sou - Digo e ela ri.
— Que gracinha - Ela diz - Vocês fãs são muito dedicadas e preocupadas, já falei com o Leonardo, que ele precisa dar mais atenção pra vocês, mas ele não me escuta.
— Ah não mãe - Ele ri - Começa não em, se não ela não volta aqui mais.
— Volta, ela volta sim - Sorri - Bom, fiquem aí a vontade, eu vou até o mercado - Se levanta - Vejo vocês no jantar ou vão sair?
— An, não, eu vou...
— Vê sim mãe, vamos ficar em casa hoje.
— Ótimo, até mais tarde.
— Até - Falamos juntos.

Leonardo voltou a comer e eu fiquei o encarando.

— Que foi? - Me olha.
— Leonardo, tu é maluco? Eu não posso jantar aqui.
— Ué, porque não?
— Porque não Léo, meu Deus, que vergonha.
— Ei fia, relaxa - Diz como se fosse uma coisa normal - Quer que fale com a sua mãe pra você vir pra cá?
— Não, eu acho que não é uma boa idéia, não sei Léo, jantar aqui?
— A minha mãe cozinha bem também.
— Não é isso menino - Ri - Mas sei lá.
— Relaxa, nós vamos na sua casa, vou falar com a sua mãe, depois nós vamos no shopping e voltamos pra jantar e se você quiser dormir aqui, ótimo, mas se não, eu te levo embora.
— Aí Léo...
— Por favor, não me nega isso mano.

𝙨𝙚𝙪𝙨 𝙨𝙞𝙣𝙖𝙞𝙨 🥀• leozin mcOnde histórias criam vida. Descubra agora