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— Eu não quero conversar com você - Vou até a porta e ela estava trancada.
— Eu imaginei que cê ia dizer isso - Me mostra a chave.
— Me dá essa chave, Leonardo.
— Me dá cinco minutos, por favor.
— Cara, não tem o que explicar, você tava beijando ela - Encosto na porta - Eu já entendi, você ainda ama ela.
— Não Maridu, não amo não - Se levanta da cadeira - Me desculpa.
— Não, eu não desculpo - Suspiro.
— Por favor - Se aproxima - Deixa eu explicar.
— Explicar você pode, mas fica longe de mim, por favor.
— Tudo bem - Da alguns passos e vai até a janela - Ela me mandou mensagem, querendo conversar. No começo eu fiquei preocupado, pensei que era uma coisa séria, já faziam mais de meses que a gente não se falava e nunca tinha ficado tanto tempo assim sem conversar.
— E aí?
— E aí que ela não queria nada com nada,  falou que precisava me ver e pediu pra eu encontrar com ela no shopping - Me olha - E aí que eu fui, não porque queria ver ela, fui mais pela consideração que tinha por ela, afinal foi muito tempo que nós passamos juntos.
— Se você não queria ver ela, era só não ter ido, vocês brigaram, lembra? Você deletou o contato dela.
— Eu sei Maridu, eu sei - Suspira - Mais aconteceu. A gente se encontrou, comemos e conversamos um pouco e sei lá, por um segundo eu pensei que ela e eu ainda daríamos certo, pelo tempo que passamos juntos e quando ela chegou perto pra me beijar... Eu deixei.
— É, eu percebi - Digo - Bom, você já se explicou, agora me deixa sair.
— Me escuta Maridu - Chega perto - O beijo foi rápido, na verdade na mesma hora em que nos beijamos eu me afastei, porque eu sabia que era errado e principalmente porque não era você ali. Não teve graça, não teve sentido e nem importância.
— Mas ele existiu, esse é o problema, ok que não teve sentimento, mas só do fato de você ter feito, já conta - O encaro - Ainda mais você que sempre disse que tava fechado comigo e não teria coragem de fazer isso.
— Eu sei Maridu, mais ...
— Seu tempo acabou - Estendo a mão - Me dá a chave.
— Nós pelo menos podemos ser amigos?
— Não.
— Então esse é nosso...
— Sinta-se livre pra achar que esse é o fim.

Ele suspira pesado e então me entrega a chave. Abri a porta e o deixei ali sozinho.

— Tá tudo bem? - Suzy pergunta - Nós deixamos ele subir porque...
— Relaxa - Sorri - Vou indo nessa.
— Não Duda, por favor - Thiago pede - Fica.
— Melhor não Thi, vocês são amigos dele a mais tempo, não precisam simplesmente ignorar ele - Abraço ele - E tá tarde já, preciso ir.
— A gente te leva - Krawk me olha.
— Não precisa - Mostro o celular - Meu Uber tá chegando.
— Eu vou com você - Suzy me olha.
— Não amiga, pode ficar, amanhã a tarde nós podemos fazer alguma coisa, aproveitar o domingo.
— Praia? - Sorri.
— Pode ser - Abraço ela.

Me despedi deles e quando estava saindo pela porta pude ouvir os passos do Léo descendo as escadas.
Encostei no carro do Krawk e fiquei ali esperando o Uber, até ouvir alguns passos. Olhei pra trás e ele estava vindo.

— Você vai como?
— Não é da sua conta - Respondo.
— Maridu...
— Meu nome é Maria Eduarda, não Maridu.
— Mas...
— Mas nada - Avistei meu Uber se aproximando - Tchau.
— Tchau - Ele diz baixinho.

Entrei no carro sem olhar pra ele. Meus olhos já estavam cheios de lágrimas e a dor no meu peito era insuportável. O Uber logo acelerou e então eu chorei.

𝙨𝙚𝙪𝙨 𝙨𝙞𝙣𝙖𝙞𝙨 🥀• leozin mcOnde histórias criam vida. Descubra agora