Eu atraio psicopatas

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--Quem teria motivo para encomendar minha morte?Isso é uma piada?

--Não sei, eu esperava que pudesse me dizer.Tenho investigado sua vida há bastante tempo, mas não descobri nada.Na verdade nunca me senti tão entediada.Basicamente você apenas estuda, trabalha, lê fanfics, come e assiste séries.Você parece um ser humano comum.

--Mesmo assim se apaixonou por mim?

Villanelle deslizou a mão pela minha cintura até a curva do meu bumbum,  colou seu corpo junto ao meu, quase enfregando os seios em meu rosto. Enquanto eu a admirava tão de perto, a olhando de baixo para cima, ela cheirava meus cabelos.

--Você apenas parece banal, mas tem potencial para ser extraordinária. Juntas podemos tudo, Karla!

Respirei fundo, pensando se seria uma proposta ou uma ameaça.Se eu recusasse ela me mataria?

A mulher de cabelos claros abaixou ficando na minha altura, praticamente um palmo mais baixa.
Fitou meus olhos como uma cobra encara a sua presa.Em segundos abocanhou meu pescoço, chupando com gosto.

Ergueu-me pela cintura, deixando meu corpo mole pela sensação das mordidas, parecia um acasalamento felino, não pude resitir.

Envolvi minhas pernas em sua cintura, logo encontrei os lábios sedentos por minha boca, foi um beijo guloso, atrevido, seguido por amassos.

Villanelle me carregou até a mesa, lançando todos os utensílios ao chão, com apenas um movimento.Apoiando meu traseiro no móvel.

Segurou na minha nuca, puxando firme , sem delicadeza. Simultaneamente acariciou minha região íntima sobre o fino tecido de algodão da minha calcinha, pois eu estava de saia.O toque era preciso, suave e com pressão.

--Eu não consigo, me desculpe.--Sussurei em seu ouvido.

Ela se afastou aparentando ter ficado desapontada.

--Você ainda ama a Laura, não é?!Eu entendo, deixar de gostar de alguém leva tempo.

Concordei, mesmo sabendo do meu possível assassinato.Esperei a mulher virar as costas, empunhei uma faca caída no chão, na intenção de me proteger.

--Se te faz sentir melhor tudo bem.--Ela falou sem ao menos olhar pra mim ou para o objeto pontiagudo.

Como vou sair daqui?E se realmente alguém estiver espionando a casa?

--Você está segura aqui.Pode ficar tranquila, não vou fazer nada que não queira.

--Qual é o meu nome inteiro?

--Karla Estrabao.

--Idade?

--20 anos.Você nasceu em uma chácara , foi fruto de um incesto, sua mãe é Camila Cabello Jauregui e o cara que fez maldade à ela foi assassinado pela sua avó materna Sinuhe.Você foi criada pelo seu avô Alejandro, registrada no nome dele e da falecida esposa Maria.Não tem irmãos, seu tipo sanguíneo é AB+.Estudou nas escolas Elite e Internato das Meninas Católicas.
Sempre coloca meias antes de dormir, gosta de assistir Friends, Greys Anatomy ...

--Você realmente sabe muito sobre mim.Como conseguiu essas informações?

--Segredo, meu anjo.Ficaria surpresa em como consigo convencer as pessoas a me contarem tudo.

--Estamos em desvantagem.Não posso me envolver com alguém, sem ao menos saber onde estou me enfiando.

--Sou uma caixa secreta onde você coloca a mão sem saber se existem serpentes, uma bomba ou talvez um bolo de chocolate.

Aquele vestido rosa e o coque lembravam uma bailarina.Ninguém suspeitaria de alguém trajando algo tão fino.

A assassina de aluguel seguiu até a cozinha, voltando em seguida com um bolo enorme em uma mão e um balão azul inflado com gás Hélio.

--Surpresa!Hoje é aniversário de alguém muito especial.Eu é claro!

--Parabéns!-Falei a abraçando, aproveitando para fincar a faca em sua barriga.

O sangue escorria rapidamente, misturando aos resquícios de glace caido no chão.

Me deseperei com os gritos da mulher.

--Eu nunca te machucaria.Por que fez isso comigo?

Saí correndo do apartamento sem olhar para trás.Eu não consegui esperar o elevador, desci as escadas quase tropeçando.Ao chegar no térreo, me arrependi de tê-la ferido.
Liguei para uma ambulância.Em seguida liguei para Lauren.

--Você pode me ajudar?Eu fiz algo terrível.Esfaquiei a Villanelle.

--Karla?Passe o endereço eu vou te buscar.

--Não.Eu só preciso de uma advogada, caso ela morra, foi legítima defesa.Estou indo para casa do meu pai , vou me esconder lá por um tempo.

--Ok.Me avise quando chegar lá.Mas me explique melhor a situação, como chegou a esse ponto?O que ela fez pra você?

--Você não acreditaria.Preciso desligar, é possivel estar grampeado esse aparelho.
***
(Lauren)

Como contar a Camila o ocorrido sem deixá-la super preocupada com a filha?

--Quem era no telefone?-Perguntou sonolenta, ao notar minha presença no quarto.

--Foi engano, meu amor.Pode voltar a dormir.

Karla estava encrencada, eu precisava ajudar.Aquela mulher aparentou ser uma pessoa legal, o que motivaria uma briga entre as duas?Do jeito que a Karla é atrapalhada pode ter sido um acidente.

--Amor, venha dormir comigo.Eu não consigo sem o seu calor.

--Camz, aconteceu algo com a Karla.Ela está indo para casa do sr.Estrabao.

--O que foi?É por causa da Laura e da Avril?

--Não, ela se envolveu em uma briga com a nova amiga, acabou ferindo a garota, aquela loira de ontem.

--Meu Deus, ela está bem?Por que não me passou o telefone?Eu preciso falar com ela.

Minha esposa ligou repetidas vezes para Karla, mas só chamava.

Passamos a noite inteira acordadas, imaginando o pior.Próximo de amanhecer ela retornou a ligação, de um número desconhecido.Estava no viva-voz.

--Oi mãe, cheguei na casa do papai.Ele ficou tão feliz em me ver.Se souberem algo sobre a Villanelle me avisem, cuidado ela é perigosa.

--Como assim, Ka?Explique essa história.

--Só descubram se ela está morta ,ok?!Não posso contar nada agora.

Ela desligou, nos deixando curiosas.

E como vamos saber se a mulher sobreviveu ou não?-Camila perguntou.

--Vamos precisar ligar nos hospitais, por sorte , poucas pessoas se chamam Villanelle.-Respondi aflita.







Segredos obscuros (Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora