Segredos obscuros (Em revisão)

Final

(Karla)

Minha mãe estava na porta, isso não era nada bom.Agora ao invés de me explicar para uma pessoa, seriam duas.

--Entre Camila.-Laura disse ainda abalada pela notícia.

--Quer dizer que a mocinha escondeu a gravidez e teve o filho longe da família!Pode começar a se explicar, Karla Estrabao.

--Mãe, eu sinto muito.E Laura eu espero que me perdoe algum dia.Eu me afastei para não causar confusões, eu não queria destruir um relacionamento, estava confusa e magoada.

--Você devia ter compartilhado comigo, filha!-Camila falou com carinho, me abraçando em seguida.

Laura não conseguiu pronunciar nenhuma palavra, ela segurava o pequeno Noah nos braços como se fosse o seu bem mais precioso, o admirando com amor.

Ela carregou a criança até o sofá, sentou ao lado da filha e começou a cantar bem baixinho para eles.

Conversei com a minha mãe por alguns minutos, logo ela se despediu, deixando-me na companhia da Laura e das duas crianças.

--Você é feliz com ela?

--Com a Villanelle?Digamos que sim.

--Poderia ser mais feliz comigo, não acha?

Laura não nutria rancor, ela aparentava estar calma e até mesmo apaixonada por mim.Ou estivesse fingindo para usufruir da convivência com o filho.

--Bem...eu não acho que seja uma boa ideia.

Aqueles olhos foram se aproximando até estarem a alguns centímetros de distância.

--Você tem medo dela, de si mesma ou de mim?

Respirei fundo, tentando me segurar para não beijá-la, me perdi naquele olhar.

Sentir a respiração tão próxima, fazia o meu coração errar as batidas, as mãos transpirarem e a boca ficar seca.

--Eu preciso ir.

--Karla, eu tentei te esquecer, no entanto o seu sorriso está gravado em mim, a sua voz é a única que eu quero ouvir antes de dormir e os seus beijos, ah como eu sinto falta de sentir meu corpo esquentar.

--Eu...não sinto o mesmo.Por favor entregue o Noah, eu quero ir pra casa.

Eu menti por sobrevivência, não poderia ser julgada por isso.

Passando o bebê para os meus braços ela sussurou "Eu nunca disse a Avril que a amava...porque não era verdade e eu só amei uma mulher, você!Eu lembrei, Karla!De cada dia ao seu lado, das nossas brincadeiras e noites quentes...Foi nessa manhã e isso deve ter alguma razão, deve ser o destino ficarmos juntas."

--Se você lembrou...então sabe que me traiu e isso não tem perdão.

Saí do local caminhando com o meu pequeno, tentando me acalmar, porque estava a ponto de me jogar na frente de um carro.

--Ei Karla, pode fugir...você sempre faz isso.Mas saiba que vou até o inferno para ter você de volta.Eu nunca vou desistir.

Ouvir aquela frase me abalou, afinal ela ainda tinha sentimentos por mim e eu por ela.

Caminhei até em casa, chegando toda suada na residência.

--Amor, onde você se enfiou?Fiquei preocupada.

--Villanelle, eu contei a ela sobre o Noah.Eu estou te deixando ciente, porque não quero segredos entre nós.

--Eu tenho uma confissão a fazer.Eu acabei de matar duas pessoas.E eu gostei disso.

Ela não estava pregando uma peça.

--Há coisas sobre mim que eu não te contei, minha mãe não morreu em um incêndio.Ela era uma traficante muito famosa, não me criou, mas me visitava as vezes e sempre trazia um ursinho Panda nos meus aniversários.

A minha mãe foi torturada um tempo atrás e assassinada cruelmente.
Eu jurei vingança, acabei de cumprir a minha missão.E descobri que a falecida esposa da Laura, era minha irmã.

-Por isso estou de luto.E vou me entregar para a detetive Ally, espero que ela me prenda dessa vez.

--Eu sou uma psicopata e não consigo mudar.Não quero deixar você e nosso bebê...No entanto eu sei que sou um perigo pra vocês.

--Oksana, eu não acho que você seja uma pessoa má.Você foi incrível comigo.Obrigada por tudo!

Beijei os lábios da loira me despedindo dela, nos abraçamos olhando uma nos olhos da outra.

--Eu te amo, Karla.Espero te encontrar em outra vida e quem sabe você possa me amar também.

***
Alguns meses depois

Era o meu segundo casamento e eu me sentia tremendamente contente.

A noiva entrou carregando um buquê colorido, em um nude lindo, entre as suas duas mães.

Todas as crianças da família seguravam a cauda do vestido, exceto nosso Noah, que repousava no colo do sr.Estrabao.

Quando ela finalmente chegou ao altar, eu pensei que fosse desmaiar.

Em poucos minutos estávamos casadas.

E agora eu relmente conhecia a felicidade.