(Karla)
Após muita insistência da Laura, decidimos que ela me acompanharia até o local.
Enquanto isso, a detetive nos daria cobertura.
Ao chegarmos no endereço passado por telefone, nos surpreendemos. Tratava-se de uma mesquita mulçumana, mas parecia um lindo castelo azul.
Para entrar precisamos cobrir nossas cabeças com hijab oferecidos por uma mulher na entrada.Ela vestia um deles, na cor verde, mostrando apenas seu olhar misterioso.
Nos foi solicitado também, tirar nossos calçados.
Laura demonstrava sua inquietação correndo os olhos pela multidão, a procura da filha.No entanto não havia sinal de qualquer criança.
--Ela não está aqui.Fomos enganadas.--Sussurou, em respeito as pessoas fazendo suas orações.
Do lado de fora Allysson vigiava a entrada mirando um rifle de alta precisão para a entrada.Escondida em um carro de vidros escuros; ela procurava por Villanele.
Nos dirigimos ao tapete persa enorme e colorido, na tentativa de encontrar a sequestradora, uma tarefa complicada por estarem todas as presentes muito cobertas.
Após me certificar de que Villanelle não estava no salão principal, caminhei até o outro compartimento, onde encontrei algumas cestas, uma delas me chamou a atenção, por estar coberta por uma fina manta.
Imaginei se seria uma bomba, mesmo assim arrisquei sondar o conteúdo, e lá estava a polaquinha dormindo profundamente, segurando um pedaço de papel em uma das mãos.
O alívio tomou conta de mim, logo peguei o bilhete, tentando ser o mais delicada possível para não acordá-la, nele estava escrito "Sorry".
Escondi o papel no bolso da calça, em seguida segurei a cesta com a bebê.
--Karla, você encontrou a Alex!--Uma voz rouca se aproximou.
A mulher da minha vida pegou a filhinha no colo, automaticamente a despertou.Beijou dezenas de vezes o rostinho, fazendo a pequena franzir em caretas.
--E onde está a maldita que pegou minha filha?-Indagou revoltada.
--Ela já se foi.Deixou apenas um bilhete pedindo desculpas.
--Como se tivesse perdão o que ela fez!
Quando saímos da mesquita ouvimos uma explosão, além de pessoas correndo para todo lado, nos assustamos de imediato, pois se tratava do carro que nos transportara.
--Allyson nos aguardava, com certeza deve estar morta.
--Ela disse nada de policiais!--Uma criança falou nos entregando o distintivo da srta.Brooke.
--Como vou dar essa notícia para minha mãe?Elas eram amigas desde a adolescência.
Laura me abraçou, tentando me consolar.
--Vamos sair daqui, aquela psicopata pode estar nos observando.Talvez ela não esteja morta, apenas tenha sido levada.
Chamamos um táxi, em virtude da pressa de sair daquela rua, pois o pavor era nítido no rosto dos indivíduos correndo, parecia um atentado.
Dentro do carro, ainda não me sentia segura.E se ela estiver nos seguindo?
Será que a Ally está viva?Por que a Villanelle é tão má?Pelo menos ela devolveu a Alex.Meus pensamentos fervilhavam.
--Obrigada, por encontrar a minha bebê.Ela é tudo que eu tenho!
Uma dor atingiu meu peito em cheio. Antes eu reprentava alguém importante na vida da Laura, agora ela só enxergava a filha da Avril , ela havia me esquecido completamente e isso me machucava.
Olhei pela janela do táxi, derramando minhas lágrimas, pensando em como seria bom voltar no tempo e nunca ter conhecido essa garota.
Eu nem sabia para onde ir.Não desejava voltar para casa do meu pai, tão pouco para casa das minhas mães.
--Ei, por favor Karla.Não se sinta culpada.
Eu deveria estar chorando pela Allyson, no entanto eu era tão egoísta, chorava por ter perdido meu amor, a pessoa que eu queria envelhecer ao lado dela, minha Laura.
***
(Ally)Um garoto bateu na porta do meu automóvel, um maldito pirralho estragou o meu disfarce, ele bateu tão insistente que abri, era impossível me concentrar com aquele barulho.
--Por favor, me ajude.Ele está matando a minha mãe, está batendo nela.Venha moça!
Eu realmente pensei que fosse verdade.Até entrar em uma rua sem saída e dar de cara com uma mulher coberta dos pés a cabeça, parecia uma sombra.Eu sabia quem estava diante de mim, a morte!
--Allyson Brooke, pequena garota, grande mulher.Você já sofreu tanto minha pobre menina.Perdeu o seu garotinho, depois seu esposo.Deve ser difícil viver apenas para o trabalho.Aliás você se dedica tanto e nunca recebe a valorização merecida.
--O que você quer de mim?--Falei apontando a arma em sua direção.
Ela estava com uma pistola apontada para minha direção, seria justo.--Nada.Se eu acabasse com seu sofrimento, agora mesmo, estaria te fazendo um favor.E eu não gosto de fazer nada de graça.Eu mato pela diversão, pela sensação maravilhosa de caçar a pessoa, então eu me entedio quando é fácil demais, como você!
--Então me deixe ir!Eu quero viver!
--Talvez.O que me dá em troca?
--O que você quer, Oksana?
--Eu quero...Deixa eu pensar...Que tal a Karla?
--Eu não posso dar uma pessoa a você.Ela não pertence a mim.Além disso você deveria conquistá-la e não forçá-la a ficar contigo.
--Sabe que você não é tão inútil, pode ser minha nova psicóloga.Você vem comigo.
A mulher se aproximou lentamente, nesse momento eu cogitei atirar nela, mas meu instinto de sobrevivência falou mais alto.Acabei cedendo.
--Boa garota!--Ela disse pegando minha arma.
Foi a última coisa que ouvi antes de ficar desacordada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Segredos obscuros (Em revisão)
FanfictionA professora universitária Lauren, se apaixona por sua aluna Camila, de apenas 17 anos. O que ela nem imagina é que a estudante guarda um segredo terrível. *Não leia essa história se não tiver um emocional forte, há descrições de abuso, estupro e su...