Segredos obscuros (Em revisão)

Confiança

(Ally)

-A que devo a honra da visita?

Camila e Lauren aparentavam estar realmente preocupadas quando adentraram a minha sala na delegacia.

--O que você sabe sobre Villanelle?--Lauren indagou sem ao menos me cumprimentar.

--Esse é o codinome de uma assassina russa chamada Oksana Astakova.Ela é procurada por diversos crimes, entre eles o rapto de Eve Polastri, uma importante detetive americana.Dizem os rumores que as duas tinham um caso.

--Será que estamos falando da mesma mulher?--Camila perguntou mostrando um retrato  desenhado por sua esposa.

--Onde vocês viram esse rosto?

--Villanelle estava no hospital anteontem, quando a Karla foi visitar a Laura, ela ficou na recepção conversando conosco.

--Essa mulher é uma lenda do crime, estamos procurando por ela há anos.
O que estão esperando para entrar em contato com a Karla?Ela pode ser assassinada a qualquer momento.

--Minha filha enfiou uma faca na barriga da Villanelle, depois fugiu.Ela está com medo de tê-la matado. Precisamos da sua ajuda.

--Ok.Eu preciso falar com a Karla.

A história mirabolante das duas não poderia ser verdadeira, aquela vilã não deixaria vivo alguém que a atacasse.

--Se ela está ferida deve ter procurado um hospital próximo, mas deve estar usando um nome falso.É como uma agulha em um palheiro.

--Se conseguirmos as imagens das câmeras de segurança próximas ao local onde Karla esteve com Villanelle, talvez seja mais fácil.--Lauren explicou.

--E onde ela está?

--Na casa do sr.Estrabao.Vamos até lá!-Camila disse tentando me apressar.

***
(Laura)

Essa manhã trouxeram uma paciente para me fazer companhia.Ela deu entrada ontem, após ter sido cortada em um assalto.Por sorte não teve os órgãos perfurados, mas precisou fazer uma cirurgia plástica para não ficar com uma cicatriz profunda.

Conversamos bastante, contei sobre ter perdido minha memória e estar abismada com os acontecimentos dos últimos anos, falei muito sobre a Avril e a Alex.Mas quando mencionei Karla, ela pareceu prestar mais atenção.

--E você gosta dela?--Perguntou, sentando na cama com um pouco de dificuldade.

--Ela é linda, interessante, tem uma mente incrível, um traseiro digno de prêmios.Mas eu fui uma idiota com ela.Talvez ela mereça alguém melhor, uma pessoa que consiga ser fiél.

--Se você está dizendo, eu concordo.

Nosso papo foi silenciado com a chegada da Avril.

--Ei eu conheço você?Seu rosto não me é estranho.

--Acho que não.Eu lembraria de você.

As duas loiras se encararam por alguns segundos.Até eu desviar os olhos da Avril pra mim, fingindo uma tosse.

--Você foi liberada para ir pra casa!O que acha de vir comigo?

-Eu prefero ir para minha casa, preciso cuidar da minha gata, a Piper.

--Ok.Então que tal se eu e a Alex morarmos com você?

Avril as vezes me sufocava, tornando-se pegajosa demais.Mesmo assim por educação resolvi aceitar.

Recebi um selinho em comemoração.Acho que isso significava uma decisão.

--Vou até a recepção, já volto, amor!--Avril falou toda apaixonada.

--Posso segurar a sua bebê um pouco?-Minha colega de quarto pediu.

--Claro, aqui está!-Disse entregando a pequena em seus braços.

Enquanto a Avril foi  assinar a papelada, eu aproveitei para trocar de roupa, afinal não sairia do hospital de camisola.

--Eu adoro crianças.Ela é linda, parece um anjo.--Ouvi a moça falar, enquanto me vestia no banheiro.

Ao sair do local não encontrei a mulher com a minha filha. Automaticamente tive uma sensação de peso nas pernas, meu coração apertou.Corri até a recepção na esperança de ser apenas um pressentimento ruim.

--Avril, onde está a nossa menina?A minha colega sumiu, ela estava com a Alex no colo.

--Ela não passou por mim.Não me diga que entregou a nossa filha para uma desconhecida?!-- Disse aumentando o tom de voz.

Deve ser um pesadelo, eu vou acordar.Não pode ser real.

--LAURA!

Me desesperei, comecei a chorar sem conseguir respirar direito.

--Minha filha foi roubada!--Avril anunciou as recepcionistas.

Um alarme foi iniciado, assim como as portas foram travadas.Em seguida a polícia foi acionada

--Eu lembrei de onde eu a conheço.Ela é amiga da sua ex.Deve ter sido a Karla, quem mandou ela pegar a Alex.
-Avril verbalizou como se juntasse as peças de um quebra-cabeças.

Ligamos repetidas vezes para a garota, porém ela não atendia.

--Precisamos avisar a Camila.--Avril disse quase implorando por ajuda.

--Oi Laura, o que aconteceu?Tem umas quinze chamadas perdidas no meu celular.

A loira puxou o aparelho da minha mão, para falar com Camila.

--Aquela mulher, amiga da Karla, ela levou minha bebê.

--Calma, nós estamos indo até aí.--Ouvi ela responder.

Karla não faria uma coisa dessas.

Após alguns minutos, as portas foram abertas, pois todo o Hospital havia sido vistoriado, e nenhum rastro da mulher ou da bebê.

Karla chegou acompanhada de uma policial e as suas mães, parecia péssima; como se não tivesse conseguido pregar os olhos nos últimos dias.

--Eu sinto muito.Se eu soubesse que ela era uma pessoa horrível não teria me aproximado dela.--Minha ex namorada disse, tentando se redimir.

--Você não tem culpa.-Falei a abraçando.

O telefone no bolso da calça dela começou a vibrar, então ela atendeu.
A sua expressão revelou quem era do outro lado da linha.

--Sim, eu aceito.Por favor não faça nada a Alex.Eu prometo.

--O que ela falou pra você?

--Ela quer me encontrar em um local secreto, sem polícia, devo levar apenas uma pessoa para trazer a criança, é uma troca.Se não cumprir o acordo, ela mata a sua filha.

--Eu vou com você!-Falei convicta.

--Não.Eu vou!--Avril falou com uma carranca.

--Eu vou, ela não saberá que sou policial!--Ally explicou.