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Domingo - Último dia de viagem - Parte 3

Ficamos até umas seis horas na praia e depois voltamos para o hotel. Tínhamos curtido muito com o pessoal e eu com certeza iria querer levar eles pro resto da vida. Mesmo existindo um conflito de interesses entre eu e Júlia, Laura e Malu, nós sabíamos bem dividir isso e elas não estavam sabendo desse problema também.

Na subida pro nosso quarto tínhamos encontrado com Magalhães e ele disse pra gente se arrumar no chalé com eles porque Clara estava trabalhando com a arrumação da festa e iria ficar mais fácil de ficar por lá sem ela.

Chegamos no quarto, tomamos um banho pra tirar aquele sal e areia do corpo e fizemos uma mini mochilinha com as roupas e maquiagens que usaríamos.

— Eu acho que vou chorar hoje — disse Karine já emotiva.

— Ué, chorar porque? — disse Malu franzindo o rosto, aquela ali era fria que nem um gelo.

— Porque isso aqui foi muito intenso, e eu me acostumei pra caralho com todo mundo que entrou na minha vida aqui e muitos deles eu não sei nada sobre a vida e nunca mais verei — ela disse colocando a blusa.

— É verdade, tô contigo Ka — falei passando a chapinha na última mecha do meu cabelo.

— Eu estou zero preocupada com isso, acho que vou sentir falta, mas daqui uns dias passa — disse Malu e eu revirei os olhos.

Entramos no chalé e pelo silêncio parecia que só tinha nós seis ali dentro. Colocamos nossas coisas no quarto dos meninos e nos jogamos na cama. A temperatura do quarto estava maravilhosa hoje que estávamos queimadas.

João estava fazendo caipirinhas na cozinha, Magalhães estava tomando banho e Pedro ainda não tinha aparecido. Deixei as meninas conversando no quarto e fui até o João.

— Quer ajuda? — perguntei.

— Não — ele disse seco sem nem olhar pra mim.

— Não é pelo Davi, né?

— Eu pouco me fodo se você fica com ele ou não, só não fica no dia seguinte me pedindo pra não te deixar ficar mais perto dele toda vez que você fica bêbada — ele falou grosso e eu olhei pra ele o repreendendo.

— Isso pra mim não é pouco se foder, você tá sendo muito babaca João — eu falei com raiva.

— Desculpa, eu só estou nervoso com algumas paradas e descontei em você — ele disse virando a bebida nos copos e me entregando um.

— Quer conversar sobre? — perguntei.

— É só o marido da minha irmã que foi preso pela milésima vez por bater nela e ela ainda está tentando ajudar ele a sair da cadeia... eu cansei de avisar a ela e tentar ajudar e acabei descontando na sua situação que não tem nada a ver. Desculpa! — ele desabafou.

Coloquei meu copo de volta na bancada e atravessei a ilha da cozinha pra abraçá-lo. João era alegre, mas dava pra notar que ele tinha problemas. Ele afundou seu rosto no meu ombro e suspirou.

— Eu só estava conversando com ele pra deixarmos de lado o que passamos pra sermos amigos, só isso! — contei pra desviar um pouco do foco.

— E pode contar comigo pra tudo, mesmo que você só tenha algumas horas pra poder desabafar comigo porque eu vou embora — brinquei e ele riu.

— Vamos voltar pra lá, pega os copos — ele pediu e eu peguei.

Entramos no quarto e Magalhães já estava deitado com Karine conversando. Malu só estava mexendo no celular impaciente. Onde que o filho da puta do Pedro se meteu — pensei.

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