48

10.2K 836 140
                                    

Meio de festa eu não tinha dado nenhum beijo na boca. Cabeça tonta, falas tortas e a carência batendo na porta. Todas as atrações já tinham tocado, e agora só estava no dj.

As meninas todas mortas, menos eu, Malu e Gabriela que continuávamos intactas. Dançando sem parar. Alguns dos meninos nos acompanhavam também.

— Eu não dei um beijinho na boca hoje! — eu disse fazendo beicinho pra Malu.

— Quer que eu resolva seu problema, amiga? — ela perguntou.

— Não, eu sei fazer minhas coisas sozinhas. — eu disse botando a mão na cintura.

Todos os bocós dos meninos estavam agarrados e o único que tinha me interessado além de estar agarrado ainda era um babaca.

Malu continuou rebolando aquela raba dela até o chão e eu só ficava ao lado me mexendo e sem parar de beber.

— Quer ajuda? — Luan perguntou ajeitando o copo que eu estava quase virando.

— Não quero sua ajuda! — eu disse puxando minha mão rapidamente e derramando bebida em mim. Bufei, e comecei a passar a mão pra secar.

— Mas pelo visto precisa. — ele disse tirando a jaqueta dele e me entregando.

— Você é muito bipolar! — eu falei forçando a vista, estava tudo girando.

Antes que ele pudesse responder Gabriela puxou ele pra um beijo. Continuei esfregando a jaqueta dele na minha blusa e depois amarrei na cintura.

Me joguei no sofá ao lado do Pedro. Sempre quieto e observador. E claro, sem saber disfarçar pra onde estava olhando.

— Ela é linda, né? — eu falei pegando-o de surpresa que levou um susto e disfarçou virando pra mim. — Pode falar, eu guardo segredos. Sendo bem sincera, a questão é que não vou lembrar de nada. — ele riu.

— Ela é, pena que é vacilona. — ele falou.

Não estava nem com forças de contestar nada. Sei que renderia uma bela de uma discussão já que eu a defenderia até o fim.

Continuei sentada olhando ela dançando com os meninos que ainda sobraram pra contar história. Mariana e João tinha desaparecido e todo mundo já sabia o final da história.

— Ó, vou levar essa galera aqui pra casa — ele apontou pras mocorongas e os meninos — Quando João aparecer fala que eu já volto.

- Malu -

— Não levou a mal caráter porque pra casa? — perguntei pro Bruno.

— Por que? Tá preocupada do Pedro ir sozinho com elas? — ele disse me provocando.

— Vai dar meia hora de cu na esquina, vai. — eu falei e ele me abraçou fazendo cosquinha. — Vou gritar, para!

— Acho que vou falar com Sarah. — ele falou.

— Eu como sua prima maravilhosa não posso de forma alguma deixar você cometer uma gafe dessa! — eu falei puxando ele pro canto.

— Por que? — ele me olhou confuso.

— Até agora você estava com Isabela a noite toda, aí porquê ela foi embora você vai atrás da garota? O que que ela vai pensar? — eu disse e ele me olhou pensativo.

— Merda, odeio quando você tem razão. — ele disse e eu mandei uma piscadela pra ele.

— Caralho gente, menos falação e conversas e mais beijos! — eu disse alto pra todo mundo ouvir.

— Beijar quem Maria Luiza? Todo mundo aqui é brother! — Bruno falou e eu dei de ombros. Luan me olhou sem graça, mas eu ignorei.

Virei o resto de whisky que restava no meu copo e fui dar uma volta lá embaixo. Conheci umas meninas e fiquei dançando com elas.

Uma menina se aproximou de mim e eu até preferi nem conversar muito. Ela me beijou e eu retribui de maneira rápida. Estava enjoada já dessa noite.

Larguei a menina, ele tentou puxar um assunto, mas nem dei atenção.

— Quando a vontade bater vou chamar pra foder daquele jeito que tu gosta, te boto de quatro, empina esse rabo, caralho gostosa lá vai piroca... — cantei rebolando até o chão.

Luan pigarreou do meu lado e eu olhei pra ele esperando que ele falasse algo. Dei um tchau pras meninas que eu estava dançando e puxei ele pelo braço.

Enfiei ele dentro do banheiro feminino e a sorte era que o lugar já não estava mais tão cheio e não tinha ninguém com vontade de fazer xixi naquela hora.

— Beijo de brother? — eu perguntei sem nem saber o que eu realmente estava falando. Ele assentiu me empurrando pra dentro de uma cabine.

Começamos a nos beijar. Ele desceu pro meu pescoço beijando e eu suspirei no ouvido dele. Nessas horas o tesão batia com vontade.

— Não podemos fazer isso! — eu falei e ele se afastou.

Ele nem contestou nada e só saiu do banheiro. Lavei meu rosto, dei um tempo de dois minutos e fui logo atrás.

Dei de cara com Pedro. Era só o que me faltava! Ele olhou pra trás como se certificasse de algo e olhou pra mim confuso. Deu uma risadinha debochada e entrou no banheiro masculino.

CoincidênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora