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MARATONA 1/5

Já tinham se passado uns dois dias que tinha dormido com Sarah. Não conversamos depois disso, apenas respondemos alguns stories de bobeira um do outro e mais nada além. Queria dar um tempo pra ela, sabia que tinha saído daqui abalada.

Hoje ia rolar uma festinha da faculdade, então estava tentando deixar tudo suave pra ficar tranquilo na hora de ir.

Peguei minha mochila e coloquei tudo que precisava pra passar o dia na rua. Tinha que trabalhar de manhã, depois iria pra academia e no mercado comprar bebida pra levar pra resenha.

— E aí, vamo partir que horas hoje? — falei assim que cheguei no restaurante.

— Sei lá, umas 22h acho que tá bom — Luan disse e eu assenti.

— Veio trabalhar hoje, filhão? — Carlos falou abraçando ele.

— Estou ficando mais lá na choperia, minha mãe não te falou? — ele disse indo com o pai pro escritório.

Eu gostava de trabalhar com o Carlos porque ele me dava total liberdade na cozinha, pelo menos nos restaurantes dele, porque na franquia do Outback era tudo padrão.

Ajudei um funcionário com algumas tarefas e depois fui pra linha de montagem dos novos hambúrgueres, tinha que inovar.

Terminei todos os meus afazeres e fui direto pra academia, o que também não demorei muito já que quando malhava sozinho era bem mais produtivo e rápido.

- alô? - disse atendendo ao telefone.
- e aí priminho, como que cê tá?
- com saudade. Volta que horas amanhã?
- não sei, mas provavelmente chegaremos de noite só.
- ansioso pra isso. Vou logo comprar as cervas.
- agora falou minha língua! escuta, e como tá com sarinha? To morrendo de saudade dessa piranhuda.
- continua do mesmo jeito. outro dia ela dormiu lá em casa, conversamos, ela parece abalada.
- e você bem pra caramba né filho da puta.
- duvido hein! tô malzão também, às vezes até pior que ela.
- é foda, espero que tudo dê certo.
- eu também. mas como vocês estão aí?
- no momento, bem. mas já aconteceram várias merdas que depois te conto.
- e qual foi a mais recente?
- karine - ela riu - mas não posso falar nada, sabe? coisa dela com luan.
- já consigo imaginar. pior que ele tá tranquilão por aqui, sério. hoje tem festa, espero que ele continue assim.
- eu também. enfim, vou lá, tenho trabalho a fazer.
- beijão.

Desliguei o telefone e voltei a dirigir. Já tinha passado no mercado, ia chegar em casa, tomar um banho e dormir até a hora marcada.

- Sarah -

Estava perdida no meu closet sem saber o que vestiria, hoje não seria nada muito arrumado, mas também não seria nada muito informal. Revirei as roupas até decidir usar uma calça boyfriend com um cinto e um top preto. Calcei meu tênis vans comum e fui ajeitar meu rosto e cabelo descuidado.

Ainda tinha tempo até Samuel me buscar. Não estava completamente à vontade de ir com ele, diferente das outras vezes.

Depois que conversei com Bruno tinha percebido o quão escrota eu tinha me tornado. Não por fazer aquelas coisas, aquele joguinho com ele, mas por desfazer a pessoa quem sou.

As pessoas sempre admiraram meu jeito de ser e de levar a vida, acima de tudo, eu também admirava e eu simplesmente joguei tudo fora por um homem. Sim, o homem que amo, mas isso não justificava nada.

Terminei de me arrumar e fiquei esperando Samuel chegar. Pensei e repensei muitas vezes, mas decidi subir pra falar com Bruno antes de ir.

— Oi, Sarah!?— ele disse surpreso.

CoincidênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora