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Ficamos bebendo mais um pouco e dançando. Até que fomos embora, os carros não estavam mais lotados e eu fui pra casa dormindo muito no banco de trás do carro do Bruno. Cheguei em casa, tomei um banho e fui direto dormir.

— Acordaaaaaa! — Mariana gritou no meu ouvido se tacando em cima de mim.

— Que horas são? — resmunguei.

— Onze horas. Levanta pra me ajudar a fazer o almoço. Bruno foi trabalhar e disse que só volta mais tarde.

— Domingo? — ela assentiu levantando a mão de desentendida. — E Pedro? Acorda ele pra fazer.

— Ele já está lá ajudando, mas inventamos de fazer panqueca e tá um desastre.

Suspirei.

— E Karine, Mariana? Ela que sabe dessas coisas!

— Foi na praia com Luan e Sarah.

Estranhei, mas fiquei com preguiça de perguntar como isso aconteceu. Não pude nem tomar um banho porque a chata da Mariana estava me apressando alegando fome. Escovei os dentes, vesti um short e desci.

Pedro estava terminando de fazer a carne moída e eu como sempre evitando contato visual. Eu ainda não sabia o que realmente ele tinha percebido de ontem e preferia nem saber também.

Bati a massa e depois a fiz. Ele me ajudou a montar a panqueca, enquanto Mari estava esticada no sofá assistindo série. Uma filha da puta.

Fui abrir a geladeira pra preparar um suco e esbarrei com Pedro. Ele me olhou, deu uma risadinha leve e me deu passagem. Revirei os olhos sem ele perceber e continuei.

— Hum, estão fazendo o que que eu tô sentindo o cheiro de longe? — Luan disse entrando em casa.

— Primeiro, panqueca. Segundo, vai lavar esse pé cheio de areia agora senão vou fazer você varrer cada cm quadrado dessa casa. — falei e ele obedeceu indo direto pro chuveiro. — Vocês também, mocinhas!

Coloquei a panqueca no forno e já adiantei botando todos os pratos na mesa. Me joguei no sofá pra esperar tudo ficar pronto. Hoje eu teria que entregar mais alguns documentos na faculdade e arrumar minhas malas. Iria pro natal, mas já emendaria até o ano novo.

Sentamos na mesa, nos servimos. João e Bruno estavam trabalhando, ás vezes davam esse azar de trabalhar no domingo.

— Quem fez? — Luan perguntou se referindo a comida.

— Pedro e Malu. — Mari contou e todos ficaram encarando como se tivesse alguma coisa de errado.

— E aí, vai rolar o ano novo? — perguntei pra Mari mudando de assunto.

— Sim, meu pai nem hesitou em me dar a chave da casa. Já chamei alguns amigos nossos e vocês todos aqui estão convidados também — ela disse.

— Eu vou! — Luan afirmou. — Vamos só no dia 31 ou antes?

— Pensei em irmos dia 28, pra aproveitar a casa, o lugar... Lá em Búzios tem várias boates!

— Eu topo! — Sarah animou.

— Você vai né Pedro? — Karine perguntou. Ele pareceu sem graça.

— Vou ver Ka, qualquer coisa aviso vocês!

— Vai sim! Chamei Magalhães e Lobão também! Sou rata e achei eles dois no insta. — Mari disse dando uma última garfada.

Eu nem sabia o que seria de mais uma viagem com ele presente. Muito menos com todo o elenco de Porto. Eu costumava amar a companhia de todos eles, mas com certeza seria muito diferente. Principalmente com Magalhães e Lobão, porque o circo iria estar todo montado. E acreditava que até pra eles seria estranho.

Luan, Karine e Mariana ficaram arrumando a cozinha e eu aproveitei pra tomar um banho e passar na faculdade pra entregar os documentos. Demorei bastante lá, já que tinham várias pessoas se matriculando e até exercitei muito a minha paciência pra não surtar com a lerdeza das mulheres da recepção.

Voltei pra casa e estavam todos deitados pela sala assistindo filme de terror. Senti até um pouco de gratidão por ver todos que eu gostava juntos. Me juntei a eles apesar de odiar esse tipo de filme.

Acabou o filme e decidimos ficar na piscina pelo calor que estava. Me despedi de Sarah porque ela tinha um compromisso e eu não veria ela até Búzios.

— João ficou com Sarah ontem, quero ver quando Bruno descobrir isso. — Karine falou.

— Eu vi, achei mancada também. — Pedro opinou.

— Será que ele vai se importar? — perguntei em dúvida.

— Acho que sim. Pra gente ele vai fingir que tá nem aí, mas pra ele mesmo eu duvido muito. — Luan disse.

— E você, Mari? Não ligou não? — Pedro perguntou.

— Por qual dos dois? Pelo Bruno ou pelo João? — ela disse debochada e nós rimos.

— Pelo João, chata! — Karine disse.

— Eu não, vocês sabem que meu lance com ele é só diversão! — ela disse. Mas eu sabia que no coração dela isso não era uma verdade.

— Aham... — eu falei debochando.

— Ele também toma isso pra ele como verdade, mas vocês sabem que no fundo não é não. — Luan falou e ela bufou.

— Vem cá, porque vocês não tomam conta da vida de vocês? — ela falou bolada.

— Eu até queria arranjar uma diversão também, mas sua amiga aqui é estressada demais, aí já viu né... — ele falou cutucando Karine.

Ela ficou vermelha igual um pimentão e todos nós rimos surpresos. Esperamos uma resposta que no caso não veio, além de risadas sem graça.

— A única coisa que é estressante é a situação desses dois aqui. — Karine falou olhando pra mim e pro Pedro. Filha de uma puta.

O silêncio constrangedor se instalou.

— Vou sair pra arrumar minhas malas! — eu disse levantando e saindo da piscina. Todos ficaram me encarando, menos Pedro que ficou brincando com a água.

CoincidênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora