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- Malu -

— Pedro, para de palhaçada! — falei já me estressando com o drama dele pra entrar na minha casa.

— Porra, tô nervoso! — ele disse me impedindo de passar e abrir a porta.

— Meu pai te deu uma camisa do Flamengo e ainda me apoiou com você, não tem motivo pra você pensar que ele quer te matar.

— Era diferente, Maria Luiza. Não estávamos juntos, que que eu vou falar pra ele agora?

— Meus tios estão terminando de pegar as malas no carro, ou você entra agora ou você vai passar vergonha com eles! — apressei, mas ele não saiu do lugar — Que caralho meu Deus, eu to cansada, ficamos horas na estrada.

— Tá, eu vou entrar! — ele disse me fazendo andar um pouco — Não, não vou.

— Que que vocês estão fazendo parados aí? — Bruno gritou vindo com as malas na mão.

— Pedro tá com medo — gritei de volta rindo.

— Ahh, vãobora Pedro — Sarah apressou.

— Meu filho, ele não vai te matar, não lembra quando a gente foi passear no shopping? — minha tia Solange disse se aproximando.

— E além do mais eu quero entrar com a mala — meu tio foi mais ríspido.

Eu ri.

Ele respirou fundo e me deu espaço. Eu nunca pensei que seria tão difícil pra fazer um namorado meu conhecer meus pais, ainda mais um como Pedro, que praticamente gargalhou da cara do João quando ele quase se cagou de medo do pai da Mari.

— Aleluia, vocês chegaram! — minha mãe disse se levantando do sofá pra nos receber.

— E aí Pedrão, vamos lá em cima pra eu te levar na sala de televisão? Só tem filmasso passando — meu pai falou animado.

Pedro com certeza estava com o cu que não passava nem Wi-Fi visto sua cara pálida que nem um papel.

— Que isso pai, não vai nem me dar um abraço? Nem falar com as pessoas?

— Eu conheço vocês já porra, fora que eu gosto de gente nova pra ver minha sala e vocês já estão carecas de entrar lá — ele disse me dando uma abraço xexelento.

— É mesmo, eu mesma já não aguento mais sentar naquele sofá de tanto que fui arrastada pra lá — Eduarda disse jogando a mala no chão e se jogando no sofá.

— Respeita seu tio hein.. — meu pai falou rindo — Vem, Pedrão!

Pedro nem olhou na minha cara, só subiu atrás do meu pai. Bruno e meu tio foram atrás também, esses homens me estressavam com isso.

Dei um abraço apertado na minha mãe e fui correndo falar com minha avó que estava na poltroninha dela.

— E aí vozinha, como você tá? — perguntei.

— Ah, to melhorando. E como está seu carro? — ela perguntou mudando de assunto.

Minha avó já tinha apresentado o câncer bem antes deu me mudar pro Rio de Janeiro e minha mãe participava ativamente do tratamento dela trazendo-a até pra morar na nossa casa.

— Tá bem, vó. Qualquer problema eu te aviso! — falei dando um beijo na sua cabeça.

Apresentei Sarah pra minha mãe e nos sentamos todas na sala pra conversar. Só papo calcinha.

— Tenho uma boa notícia pra vocês, Duda e Malu — minha mãe falou.

— O que? — perguntei ansiosa.

CoincidênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora