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- Bruno -

As meninas se simpatizam muito com o pessoal novo, mas deixaram de lado Letícia. Eu concordava que a mina era maluca e talvez nem tenhamos que manter uma convivência com ela, mas não era maneiro excluir a mina, até porque acabava excluindo Pedro também.

Eu estava tentando acender a churrasqueira com Pedro e Letícia e o resto do pessoal estava na área da piscina, senão dentro, no deck. Mesmo que os dois ficassem tentando puxar assunto comigo, eu só concordava, porque minha mente estava bem distante.

Depois da Mariana foi difícil de eu me apegar a alguém, de eu me acostumar, mas sempre fui sincero e sempre terminei com todos os meus ex contatos numa boa. Só que veio Sarah pra foder com isso... Quando comecei a ficar com ela no início do mês, pensei que seria só uma foda fixa e realmente foi, só que começamos a ficar todos os dias e além de transar, saíamos pra beber e pra trocar uma ideia. E eu me acostumei...

Eu curtia muito a mina, mas eu já sabia o que vinha depois de se acostumar e eu sabia que eu não estava no momento pra isso. Tudo isso de faculdade, viagens e trabalho tiravam muito esforço de mim, e eu não queria mais um problema pra minha cabeça.

— Cadê o som? Vocês estão muito fraquinhos mesmo, não foi isso que eu vi em porto hein Malu... — João falou enquanto Malu ia buscar cervejas no freezer.

— Porto todo mundo é diferente, depois de lá as pessoas voltam a ser quem são de verdade, tu não sabia disso João? — Pedro falou se metendo.

— Verdade, incluindo você que se tornou uma criança! — Malu rebateu.

Ele riu baixo e se aquietou do lado de Letícia. Todo mundo voltou as suas funções ficando calados e era por isso que essas alfinetadas dos dois me deixavam puto.

Coloquei algumas carnes pra começar a assar e dei um jeito logo do João assumir a churrasqueira pra eu entrar na piscina.

— Cheguei! — Sarah entrou anunciando a sua chegada e atrás dela vinha Isabela que antes estava tomando banho. Fodido? Talvez!

— A gente vai ficar nesse climão mesmo? Todo mundo separado? — Luan perguntou entrando na piscina.

— Já falei com os dois, mas o Pedro não tá nem aí! — eu falei e ele assentiu.

— Ah, mas eu vou resolver isso rapidinho! — Mariana disse saindo da água. Ela passou por ele dando um tapa em sua bunda e ligou o som. — Mostra pra ele que você continua a mesma, Malu.

Todo mundo se entreolhou com vontade de rir. Malu começou a dançar do lado dela e Letícia fuzilou as duas com o olhar. Pedro olhou pra gente pedindo socorro, mas caímos na gargalhada.

— Tá fodido! — Karine disse sussurrando pra Pedro.

— Nós bota de lado, nós de bota de quatro, tu nunca vai transar como transou comigo! — as duas cantaram e pararam de dançar caindo na gargalha.

— Ihhh, quando Malu cantou isso em porto eu senti uma pontinha de indireta, será que a história se repete? — João disse tacando lenha na fogueira e foi a vez de Pedro fuzilar ele.

— Posso falar com você? — Sarah falou pra mim e eu assenti. Entramos em casa e fomos pro meu quarto.

— O que foi? — perguntei.

— O que foi, digo eu! Que que aconteceu contigo, cara? Eu te fiz alguma coisa? — ela falou.

— Não ué, não aconteceu nada. — menti.

— É por causa da Mariana, né? — ela disse olhando nos meus olhos e eu neguei.

Talvez fosse. Duas minas que mexeram ou mexem comigo no mesmo lugar, sendo que eu estou fugindo de sentimento é um problema. E ainda tinha Isabela que eu não ligava, mas a foda era garantida e sem preocupações depois.

— Fala comigo Bruno! A gente sempre foi aberto um com o outro, vai fingir que não? — ela disse ainda me encarando.

— Sarah, só quero que você entenda que não tem nada a ver com você, nem com ela, nem com ninguém, apenas comigo. Eu não estou no momento pra me amarrar a ninguém e eu sinto que um dia isso ia ser cobrado entre nós. — eu falei tentando ser o mais sincero possível. Ela me olhou sarcástica.

— Você acha que eu iria cobrar isso de você? Tá brincando, né? Você sabe como sou, sabe que eu nunca toquei nesse assunto e por vontade dos dois prometemos que não passaria de uma transa. — ela disse.

— Mas passou, ficamos um mês inteiro juntos, todos os dias e não foi só transando... — eu disse.

— Tanto faz então, Bruno! Você entendeu tudo errado, fantasiou uma mina desesperada por algo sério na sua cabeça, você viajou! — ela disse ficando mais nervosa e virando as costas.

Puxei ela pelo braço deixando nossos corpos colados. Sentia a respiração ofegante de nervoso dela ficar mais rápido no meu rosto. Selei nossos lábios e em seguida nos beijamos. Diferente das outras vezes, um beijo calmo e sentido.

Ela se afastou e saiu rápido do quarto. Fiquei por alguns minutos pensando em tudo e em nada, nem eu sabia mais o que pensar. Sai do quarto e voltei a ajudar na churrasqueira.

CoincidênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora