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Me permiti viver de uma forma como nunca vivi
antes, socializando. Acabei que adorei os meninos que compartilhei a turma, Jhonatan e Marcelo era a cópia de Magalhães e Lobão, super engraçados. Não muito diferente da turma que peguei, que parecia ser divertida e nada infantis. Esse era meu medo, pegar um bando de marmanjo que parecia criança.

Pedro não pareceu gostar nem um pouco da ideia deu ficar com os dois meninos e comigo ainda dando um gelo nele, provavelmente estaria se mordendo, mas foda-se. Ajudei a galera a fazer o check-in e eu com os meninos demos os comunicados que foi passado pra gente nas reuniões.

— Foi tudo bem com seu pessoal? — Karine perguntou meio desanimada.

— Foi tudo ótimo, super divertidos, parecia nossa turma! Mas que que foi? — perguntei preocupada.

— Ai, parece que tá tudo dando errado. Vim pra cá meio brigada com Luan porque ele fica batendo neurose atoa e ainda pra desanimar peguei uma turma extremamente infantil! — ela desabafou.

— Sério? Mas porque Luan tá com neurose?

— Depois te conto, não quero falar sobre agora — ela falou.

Eu assenti.

— Estão gostando? — João apareceu.

— Sim! — Karine mentiu com um sorriso falso.

— Mas nossa turma é idiota pra caralho — Pedro reclamou.

— Ai, eu gostei da minha, os meninos também facilitaram isso porque eles são muito gente boa — provoquei.

— Deve ser mesmo! — ele falou com cara de bolado.

— Que bom que estamos todos juntos novamente! — Clara disse se apoiando no ombro do Pedro.

— Muito bom mesmo — debochei.

Pedro deu uma desviada dela e continuou conversando com João. Voltei pra perto dos meninos e fiquei conversando com umas meninas da turma.

Deu a hora do voo e ajudei a galera a se localizar, parecia que todo mundo estava perdido. Era engraçado como a sensação era diferente, você estar ali com total controle da situação, responsável por um bando de gente de praticamente a sua idade, mas ao mesmo tempo, ao entrar naquele avião me bateu um sentimento tão gostoso.

flashback on
- Puta que pariu – Resmunguei ao perceber que tinha esquecido o fone em casa.

- Que que a madame já está reclamando? – Pedro apareceu do nada sentando ao meu lado.

- Pensei que monitores ficassem por aí animando ou sentados separados.

- E ficamos. Mas vacilei, estou tendo uma segunda chance e como se não fosse muita tortura me deixar cuidando de vocês três, também me colocaram no meio do povo pra comprovar que eu mereço essa segunda chance.

- E como ficando no nosso meio comprovaria alguma coisa? – Perguntei curiosa. O que diabos esse garoto fez?

- Se eu não cometer nenhuma merda ne, não cair em tentações – ele disse.

- Que que cê fez hein? – Ah, não me aguentei.

- Fiquei com uma formanda – Ele deu de ombros colocando o fone de ouvindo e fechando os olhos. Me deixando ali completamente curiosa querendo saber mais e querendo um fone de ouvido.

Cutuquei ele.

- Que que é? – Disse grosso.

- Quer dividir um fone comigo não? – Fiz beicinho.

CoincidênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora