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• Maratona 4/5



Terminei de arrumar minhas malas, dei um beijo no Matheus e no meu pai, e como ele teria que ir correndo pra empresa não poderia me dar carona. Adiantei um uber até a casa da Mari onde seria nosso ponto de encontro para ir pro Rio de Janeiro.

Búzios era longe de São Paulo, então iríamos primeiro nos hospedar por uma meia hora entre a casa da Malu e a casa do João.

— Tô triste só de lembrar que quando você voltar já vai embora pro Rio de Janeiro — Matheus falou me acompanhando até o uber.

— Relaxa! Você vai poder ir pra lá quando quiser e agora tá avançando na sua terapia, você vai ficar bem sem mim! — eu disse e ele deu um sorriso meio amarelado. Abracei-o, dei um beijo em sua testa e entrei no uber.

Com a melhora dele minha consciência estava bem mais tranquila, assim podendo viver minha vida com menos preocupação.

— Só faltava eu? — eu perguntei vendo o pessoal entediado jogado no sofá.

— Não, estamos esperando Victor, Laura e Júlia! — Davi falou. Me deu um friozinho na barriga, mas disfarcei.

— Magalhães também. — Lobão falou. Eu não tinha percebido a presença dele ali e corri pra um abraço.

Duas pessoas que foram experiências legais na minha vida presentes no mesmo lugar talvez causasse confusões na minha mente, mas eu conseguiria contornar isso. Sai do abraço do Lobão e fui cumprimentar Davi, Bruno, Guilherme e as meninas.

— Ué, Giovani e Ana não vem não? — perguntei, eles negaram.

— Enquanto eles não chegam já vamos organizando os carros, tem um monte de mala pra colocar e um monte de gente pra enfiar em três carros só. — eu falei.

— Dá e sobra, Karine! — Mariana falou revirando os olhos. — Davi, Júlia e Laura no carro com Victor. Magalhães e Lobão no carro com Bruno e você, Guilherme e Malu no meu carro. Simples!

— Karine além de ter preocupação excessiva, ainda é ruim na matemática. — Lobão brincou e eu mandei o dedo pra ele.

Por fim decidimos colocar a mala nos carros que já estavam por aqui. Não demorou muito pro outro pessoal chegar e eu certamente dei um mega abraço no Magalhães, a saudade que eu estava dele era grande demais. Mesmo que eu já tivesse descoberto que ele morava em SP a tempos, nunca marcamos de nos encontrar. O meu encontro com Victor já foi diferente, nos cumprimentamos normal.

Nos despedimos da família de Mari e certificamos que no final deixaríamos a casa intacta de Búzios. Não demoramos muito e fomos pra estrada, o caminho era longo e a pausa no RJ não seria de muita ajuda, pois só pararíamos para tirar um cochilo rápido e voltaríamos pra estrada.

- Malu -

— Tem quatro quartos na casa e uma sala gigante, Maria Luiza. Não precisamos colocar ninguém na casa do Luan. — Bruno falou assim que chegamos no apê.

— Mas dividindo vai dar pra ficar todo mundo confortável — eu falei. Não queria deixar ninguém tirando cochilo ruim, ainda mais que pegaríamos estrada pra Búzios nessa mesma madrugada.

— Ó, quero dormir mal não, hein! — Lobão brincou se jogando no sofá.

— Vamos fazer o seguinte, vai vocês — apontei pro Lobão e Magalhães — pra casa do João com Mariana e Karine, porque vocês já são amigos e elas também, fica mais fácil.

— Mariana adorou a ideia — Magalhães falou rindo. Mariana deu um riso fraco e encarou Bruno. O mau dos meus amigos é não saber disfarçar.

— Ó, vou pro meu quarto. Qualquer coisa é só mandar alguém pra lá. Beijos pra quem fica! — Bruno disse subindo as escadas.

— Quatro horas da manhã de pé aqui na sala, hein! — gritei.

Coloquei Davi e Victor pra dormir no quarto de hóspedes e mandei as meninas pro meu quarto. Colocaria um colchão pra uma e a outra dormiria comigo na cama. Como Guilherme tinha feito amizade com Bruno mandei ele pro quarto do mesmo.

Tinha ficado com ele nos dois últimos dias. Ele era bem legal e acabei convidando, não era um grude, era engraçado e virou amigo dos meus amigos já gostei.

— E vocês, meus queridos? Não vão não? Vou subir e deixar vocês sozinhos aí. — eu falei olhando pra cara dos quatro jogados no sofá.

— Tô com preguiça! — Karine resmungou.

— A pergunta que não quer calar, cadê Pedro? — Lobão perguntou.

— Sei lá, deve estar no quarto dele. — falei.

— Ele não vai não? — Magalhães perguntou.

— Acho que não.

Fomos todos para os seus devidos aposentos e eu simplesmente agradeci aos céus por estar deitada em uma cama. Foram umas 5h30 de SP até aqui e meu corpo pedia por uma cama confortável, ainda mais que seriam mais 2h30 de viagem pela frente.

Acordei com uma barulheira vindo do primeiro andar. As meninas já não estavam mais no quarto e quando olhei no relógio faltavam dez minutos pra irmos. Levantei rápido, escovei os dentes, vesti a blusa e peguei as malas que eu tinha preparado antes de ir pra SP passar natal.

Cumprimentei todo mundo e dei um abraço no Luan, Sarah e João que eu estava morrendo de saudade.

— Sua amiga fortaleceu! — Lobão falou saboreando o pão de queijo.

— O nome dela é Sarah. — eu falei — Mas porque? Foi você que trouxe tudo isso?

— Muito prazer Sarah, meu nome é Luis. — ele se apresentou fazendo uma reverência. Eu adorava esse palhaço.

— Vamos deixar as apresentações pra Búzios, né? Tá na hora de pegar estrada. — Bruno disse cortando a conversa disfarçadamente.

Eu e Luan nos entreolhamos.

— Vocês falam pra caralho, hein... — Pedro disse descendo as escadas esfregando os olhos.

— Ata, pensei que eu ia embora e você não ia me dar um oi, já estava ficando decepcionado — Magalhães falou dando um aperto de mão nele.

— São Paulo toda localizada na minha casa, vê se pode? — ele brincou. Eu mal conseguia olhar pra ele.

— Vai falar comigo não? — Laura perguntou e ele deu um abraço nela de lado.

— Tu não vai não, mane? — Lobão perguntou.

— Acho que não, qualquer coisa eu apareço de maluco. — ele disse e eu pedi aos céus pra que isso não acontecesse.

— Esse cara é doido, vocês não sabem disso? Vamos logo! — João disse me ajudando a levar as minhas malas.

O pessoal se despediu dele e logo já estávamos nos arrumando dentro dos carros.

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