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- Pedro -

Nunca pensei que entraria nessa de compromisso com a mina que me causou mais ódio depois de Leticia. Mas estava feliz, muito por sinal.

Chegamos no chalé pro intervalo antes da festa. A galera foi toda pra cozinha avançar nas comidas e eu fui direto ver como minha gostava estava.

— Amor, amor — chamei baixinho pra ela acordar.

A filha da puta nem se mexia.

— Caralhuda, acorda! — chamei mais alto.

— Porra, que delicadeza! — Clara sussurrou.

Eu ignorei.

Vãobora Maria Luiza! — gritei.

— Vai tomar no cu Pedro, me deixa em paz! — ela sussurrou.

— Amor, é sério... — eu disse empurrando ela e sentando na cama — Já são 20 horas da noite.

Bastou isso pra ela sentar desesperada me fazendo cair na gargalhada.

— Que? Pedro, isso não é brincadeira, eu perdi o trabalho. Tô fodida!

— Fica tranquila, dorminhoca. Te demos cobertura! — ela suspirou aliviada.

— Meu Deus, eu estava muito cansada — ela disse ajeitando o cabelo.

— Deu pra ver.

— E aí? Tá tudo bem? — ela perguntou estampando aos poucos aquele sorriso lindo dela no rosto.

— Tudo ótimo. Conseguimos livrar a barra do João e ainda tem a festa na praia hoje, podia estar melhor?

— Se bem que essa festa aí não foi tão boa pra mim não... — ela falou mudando a feição pra triste.

— Ah não? — perguntei me aproximando — Não gostou de ter me beijado?

— Mais ou menos — ela disse enrugando o nariz.

— Deixa eu consertar isso então....

Colei nossos lábios e deitei por cima dela. A boca daquela filha da puta na minha fazia meu pau subir na hora. Apertei seu cabelo na nuca fazendo ela morder meus lábios.

— Ei, ei, ei, ei... sem pornografia no nosso quarto! — Karine disse tacando um travesseiro na gente.

— Sem um pingo de respeito — Mariana reclamou.

Começamos a rir.

— Vão se foder! — Malu gritou.

— Como vou sair daqui agora? — perguntei no ouvido dela fazendo ela cair na gargalhada — Filha da puta, tô falando sério.

— Fica deitado aí — ela disse levantando.

— Malu, não, volta aqui! — chamei baixo.

— Vou me arrumar — ela disse mandando um beijo no ar.

"Desgraçada" sussurrei.

Fiquei com cara de paisagem olhando as meninas se arrumarem, o que era uma cara de pau e sem noçãozisse da minha parte, mas não podia levantar de pau duro assim.

— Que isso? Tá querendo aprender a se maquiar? — Clara perguntou rindo.

— Já sei! Tá de pau duro e não pode levantar? — Mariana disse puxando um monte de gargalhada.

— Tu é uma filha da puta! — eu disse cerrando os olhos.

Levantei com a mão na parte da frente e sai correndo. Ela gritou um "te amo", mas eu nem respondi. Essa Mariana era uma comédia.

Entrei no quarto com tudo já normalizado. Os moleques já estavam calçando o tênis e eu fui tomar banho.

Esperar as meninas não era tão agonizante, mas essa noite estava. Não sei o que tanto elas se arrumavam.

Peguei uma breja pra mim e pro João e sentamos na varanda do chalé. Quase nunca ficávamos ali, mas como todo mundo estava meio destacados, resolvemos mudar um pouco os costumes.

— Tá feliz, bro? — ele perguntou.

— Bro? Que porra é essa João? — perguntei rindo.

— Vocabulário novo, gostou? — ele disse sorrindo e eu neguei.

— Péssimo! — eu ri — To feliz sim, porque não estaria?

— Sei lá, tu é estranho — ele disse dando de ombros.

— No final de tudo quem é estranho é você — falei e ele concordou rindo.

— Próxima viagem é pro natal, vai passar em SP com Malu? — ele perguntou.

— Não falamos sobre ainda, mas creio que sim. E você?

— To pensando em levar Mari lá em Minas na coroa — ele disse bebericando a cerveja.

— Negócio tá sério mesmo, nunca levou ninguém pra lá.

— Claro moleque, acha que eu to de brincadeirinha com ela?

— Não, mas tu já namorou antes e nunca levou — falei.

— É, mas sinto que parei nela. Sou apaixonado, mano.

— To vendo. É difícil tu falar da tua família, levar pra participar então... Mari já pode ver até vestido de noiva.

— Quem sabe...

Franzi as sobrancelhas, mas ele não prolongou o assunto. Provavelmente, era só uma vontade pro futuro mesmo.

As meninas chegaram e sentaram com a gente na varanda.

— Aí, saudade do meu boy! — Karine disse agarrada na pilastra.

— E eles estão de volta... — João disse empolgado.

— E quando estivemos separados? — ela perguntou desconfiada.

— Ah, soube de algumas fofocas por aí — ele disse sorrindo.

— Mariana é o ser mais fofoqueiro que tem, que isso! — Malu disse sentando no meu colo e pegando a cerveja da minha mão pra beber.

— Compartilho algumas coisas com meu namorado, ué. Não posso?

— Não! — Karine disse séria — Brincadeira, eu não to nem ligando.

— Eu to curiosa pra saber como tá Bruno e Sarah — Malu disse.

— Caralho, o sujo falando do mal lavado, as duas são as mais fofoqueiras que existem que isso — eu falei pegando minha cerveja de volta e recebendo um tapinha no ombro.

— Ah, tá bom, João também faz parte do nosso clube da fofoca! — Mari defendeu.

— Quem não sabe disso. Esse moleque é uma mulher no fundo — eu disse já sabendo a bronca que iria levar.

— Machista! — Karine gritou.

— Porque só as mulheres têm que levar o título da fofoqueira?

— Para, eu não quis dizer nesse sentido, vocês sabem que você gostam de falar e fofocar mesmo. Mas desculpa! — eu disse levantando meus braços em sinal de rendição.

Ficamos trocando ideia e depois fomos pra festa.

CoincidênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora