Coincidências

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Maratona 8/10

- Malu -

Deixei Pedro na sala e fui até a mãe dele. Quando cheguei no escritório ela estava sentada abraçada com as pernas e seu rosto enterrado no joelho.

— Oi... — falei com a voz calma sentando no sofá que tinha.

Ela tomou um susto levantando do chão rápido e enxugando o rosto.

— Que foi menina? — ela perguntou grossa.

— Eu queria te dizer que você não está sozinha. Pedro te ama muito, e se depender de mim ele ficará do seu lado.

— Você acha? — ela perguntou já mudando o tom da sua voz. Eu assenti com um sorriso no rosto.

— Ele é seu filho, Flávia. Nenhum filho gosta de ver a mãe passando por isso — falei me levantando e parando na sua frente.

— Ele nunca gostou de mim! César sempre foi o herói dele, não vejo motivo pra isso mudar agora.

— Ele não gostava do seu jeito ou não gosta, não sei. Mas eu acredito que esse seu jeito se dê por tudo que você passa ou já passou...

Eu estava tirando forças do cu pra falar o que estava falando, já que eu estava correndo sérios riscos da mulher me esculachar do nada ou me bater, mas tudo pelo Pedro e pra ver uma mulher sair dessa vida.

— Tá, mas por que você está sendo legal comigo? Eu não fui com você! — ela disse já tirando todos os resquícios de lágrimas que tinha e se recompondo.

— Não sei, acho que você tem potencial pra ser melhor, acredito nisso.. — falei rindo — Posso te dar um abraço?

Ela assentiu envergonhada. Abracei ela que se afastou em cinco segundos. Acho que ela não era acostumada com gestos carinhosos.

Ela ajeitou o vestido, deu um sorriso fraco e saiu do escritório me deixando sozinha.

Obviamente sai do escritório logo depois. Ela já estava conversando com suas amigas e rindo como se nada tivesse acontecido.

O clima entre Pedro não estava nada bem. Ele ainda estava com aquela cara dele de raiva. Sobrancelhas franzidas, um bico do tamanho do mundo e respiração funda.

— Amor, vai tudo se resolver! — eu disse pedindo espaço para os meninos no sofá.

— Não vai, Maria Luiza — ele disse ainda emburrado.

— Eu conversei com ela! — falei conseguindo a atenção dele — Ela estava chorando muito quando eu cheguei, ela acha que você não a ama.

Ele negou com a cabeça e se levantou rápido do sofá deixando o copo em cima do móvel. Fui atrás dele até sua mãe, não queria que ele fizesse nenhuma bobagem.

— Você vai se separar dele? — ele perguntou sem nem se importar com as outras pessoas em volta.

— Pedro.. — ela repreendeu rindo para as mulheres — Isso não é assunto pra agora.

— Vai ou não? — ele insistiu não dando a miníma.

— Me desculpem meninas, não sei o que deu nele, já volto! — ela disse pegando ele pelo braço e puxando pra um outro canto.

Eu como sempre indo atrás de penetra. Pela cara de César olhando de rabo de olho, ele estava bem puto com o fiasco que tudo estava sendo.

— Pedro, eu não posso me separar do seu pai, você acha que eu quero ter uma vida horrível? Não! Vida sem conforto, sem ninguém que me ame, eu não quero! — ela disse ficando com os olhos marejados.