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- Karine -

Meu despertador me acordou mais cedo me deixando sem sono. Levantei estressada, fiz minha higiene matinal e fui pra sala comer alguma coisa.

A noite de ontem tinha rendido. João e Mariana ficaram brigando à noite toda, e o resto ficou falando da briga o resto do tempo.

— Porra, vocês foram muito cedo! — falei vendo o pessoal chegar.

João, Mariana, Malu e Pedro tinham ido relatar o que tinha acontecido na noite passada. Eu não aguentava mais falar do assunto, mas queria saber no que tinha dado.

— No que deu? — perguntei curiosa.

— Diego foi expulso, obviamente, e João levou suspensão — Malu contou se jogando no sofá.

Eles pareciam estressados, principalmente João pela cara de merda.

— Já disse que vou resolver isso! — Mariana falou discando um número no telefone.

— Para com isso, Mariana. Tá tudo certo, vou ficar suspenso e depois volto.

— Eu concordo com a Mari, vou resolver isso também. Você não vai ficar sem emprego, João! — Pedro disse levantando.

João fez muxoxo.

— É pro teu bem porra, para de orgulho — falei.

— Esse garoto é maluco! — Malu disse.

— Falei com Jorge que quero conversar com ele. Vamos também Mariana! — Pedro chamou.

Eles saíram deixando eu e Malu sozinhas.

Fui preparar uma vitamina de banana e ela decidiu dormir porque tinha acordado muito cedo.

— Já tá de pé? — Magalhães disse aparecendo na cozinha.

— Despertador na hora errada — eu disse.

— Sei como é. Vamos dar uma volta na praia? Aproveitar que ainda tá muito cedo e não temos o que fazer — ele me convidou.

Fiquei um pouco na dúvida se eu deveria mesmo. De uma certa forma, eu ainda tinha vontade de ficar com Magalhães, acho que mais depois que eu e Luan começamos a tretar.

— Sim, deixa só eu comer! — eu disse fazendo ele assentir e ir se arrumar.

Eu não queria fazer merda pra depois em arrepender, mas também não queria me privar de fazer nada. Eu amava Luan, tudo estava me deixando muito confusa. Muito mesmo.

Fiquei mexendo no celular enquanto comia e depois fui trocar de roupa. Coloquei um biquíni, uma saída de praia por cima e fui pra sala me encontrar com ele.

— Ontem foi uma loucura, não aguentava mais falar daquele assunto — ele puxou assunto.

— Eu então... mas Clara fazia questão de toda hora repetir a mesma coisa, contar como ficou desesperada — revirei os olhos.

— Eu e Lobão ficamos rindo muito com as caras que Malu fazia pra ela. Elas não se batem, né? — ele disse.

— Maria não gosta dela mesmo não, com razão. A mina adora dar em cima do Pedro na cara dura.

— Ué, mas vocês não eram as feministas? Não brigavam com mulher? — ele debochou.

Eu soquei o ombro dele.

— Não tem nada a ver. Eu sempre estou do lado das mulheres, mas isso não significa que vou passar pano pra escrota.

— Eu sei, só tô implicando. Eu sei que a causa de vocês é importante

— Acho bom! — banquei a durona, mas começamos a rir.

A praia não estava cheia, mas também não estava a mais vazia do mundo. Estiquei minha canga e o abusado foi logo se deitando.

— Seu abusado! — falei.

— Ahh, tem espaço pra nós dois. Deita aqui coladinha em mim... — ele mandou uma piscadela.

— Garoto, garoto... — o repreendi.

— Relaxa — ele disse se sentando e pegando o protetor na minha bolsa.

Passei o protetor sozinha no meu corpo, não queria dar margem pra piadinhas que eu sabia que não aguentaria por muito tempo.

Ficamos conversando sobre as coisas da empresa e ele me tranquilizando sobre minha insegurança de estarmos na praia no ambiente de trabalho.

— Que que cê tá achando das suas amigas namorado e você não? — ele provocou.

— Eu amo esses meus casais, quero eles juntos pra sempre! — falei tentando ignorar a provocação.

— Mas e você?

— Você sabe que estou enrolada — eu disse me ajeitando na canga.

— Infelizmente sei! — ele disse dando um sorriso de lado — Vou dar um mergulho, quer vir?

Ele levantou esticando a mão.

Meu telefone começou a tocar descontroladamente. Queria atender porque sabia quem era, mas não queria que Maga soubesse.

Peguei o telefone, dispensei a chamada, mas ele voltou a tocar.

— É ele? — ele disse e eu assenti — Atende, vou lá dar um mergulho.

Dei um sorriso fraco e esperei ele dar as costas.

- oi
- oi amor, tudo bem?
- tudo sim e você?
- to bem. to com saudade, mas falta pouco.
- sim, to com saudade também.
- só liguei pra ver se estava bem. to indo dar uma surfada, tá fazendo o que por aí?
- to na praia também.
- com a galera? deixa eu falar com pedrin ou maluzinha.
- eles não estão aqui.
- então passa pro João!
- ele também não está.
- você está sozinha?

Fiquei em silêncio e apertei meus lábios porque sabia a merda que ia dar quando eu contasse com quem estava, mas não iria mentir.

- não. to com Magalhães.
- sozinha?
- sim.

Ele suspirou.

- ok, juízo. Te amo, beijos.
- te amo também.

Ele desligou.

Fiquei olhando pro telefone sem acreditar na evolução. Dei um sorriso de gratidão e fui pra água.

Magalhães ficou a manhã toda sem jogar mais piadinhas. Só ficamos tomando sol, bebemos algumas geladas e demos alguns outros mergulhos.

Fomos embora antes da hora do almoço pra tomar banho e vestir a armadura da monitoria.

Malu ainda estava dormindo, não iria acorda-la, porque eu sabia como o monstro era quando era acordado.

O pessoal ainda não tinha chegado da reunião com Jorge. Tomei banho, não esperei ninguém e fui almoçar sozinha.

— Resolvemos! — disse Mariana aliviada sentando na mesa pra almoçar.

— Mentira? — perguntei.

— Alguma vez não consigo o que quero? — ela disse vitoriosa.

João deu um beijo nela e eles foram colocar a comida.

— Cadê Maria? — Pedro perguntou.

— Morgada. Nem acordei, sabe como é — ele assentiu e saiu também.

Almoçamos e fomos monitorar a galera na piscina. Demos cobertura pra bela adormecida não ser chamada a atenção pela falta no trabalho.

— Qual é a festa de hoje? — Lobão perguntou.

— Na praia! — Luana respondeu.

— Porra, deu tudo errado até agora. Se nessa festa eu não quebrar tudo, eu não me chamo mais Mariana!

Ela disse animada me fazendo animar também. Estava feliz com o avanço do Luan, e queria comemorar.

CoincidênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora