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- Malu -

Minha calça arrastão já estava rasgada, meu cabelo todo bagunçado, meu corpo melado das bebidas que eram derramadas. Carnaval, né!?

Nós que éramos compromissados nos divertíamos com os solteiros, vulgo o trio de SP. Eles pegavam muita mina e moleque bonitos, mas eram cada estragos também.

Laura e Victor não se perdoavam de cinco em cinco minutos, e se não fosse pelo temperamento e desapego de Laura, eu tenho certeza que eles já estariam juntos oficialmente.

- Malu, vamo comigo ali comprar água? - Sarah me chamou.

Eu assenti, dei um selinho em Pedro e peguei na mão dela.

Passamos pelo grupo dos moleques que ainda não tinham se mancado de sair de perto, era evidente que eles estavam ali querendo alguma coisa, mas não estávamos dando nenhuma confiança.

- Moço, me vê duas águas - ela pediu estendendo o dinheiro.

- Tá bem? - perguntei vendo ela se abanando e respirando fundo.

- Quanto mais eu tento me controlar, mais fico tonta - ela contou rindo.

- Relaxa, se tu sair do limite eu vou estar aqui pra rir e te ajudar - falei.

Ela sorriu e pegou a água.

Vi de longe os moleques vindo na nossa direção. Peguei a mão de Sarah que estava alienada e puxei ela.

- Calma, tão com pressa? - um dos caras disse rindo entrando na nossa frente.

Tentei passar mais uma vez, mas eles forçaram a nossa passagem. Sarah se escondeu atrás de mim, como se eu pudesse a defender de alguma coisa.

- Dá licença! - pedi.

- Relaxa aí gata, tendo um grupo lindo como esse quer fugir de que? A gente não tem culpa de ficar maluco! - o outro falou mexendo no meu cabelo.

- Não toca em mim! - eu disse com os olhos marejados.

- Mourão, respeita a moça - um outro disse rindo.

Quando eu consegui recuar, tentei fazer algum sinal pro nosso pessoal que estava logo na frente.

- Por favor moço, deixa a gente passar! - Sarah disse com a voz trêmula.

- Ahhh, me dá uma chance loirinha que eu te deixo passar - o tal do Mourão falou.

- Cara, sai da minha frente, nós temos namorados, ninguém quer dar chance nenhuma pra vocês não! - eu disse impaciente. Antes eu senti medo, mas o nojo que eu criei pela cara de psicopata deles só me criou raiva.

- Ó, fala direito comigo! - o cara aumentou a voz se aproximando de mim.

- Qual foi mermão? Tá maluco? - Pedro disse chegando por trás dele.

Suspirei aliviada.

- Hahaha, esse pé rapado é o teu namorado?

As meninas estavam bem atrás com Caio, Victor e Luan, enquanto João, Pedro e Bruno estavam peitando os caras na minha frente. Tudo que eu queria era que eles resolvessem na lábia, eu não queria confusão.

CoincidênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora