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10 meses depois...

Muitos meses se passaram, mas parecia como se nada tivesse de fato mudado ou acontecido, tiveram algumas novidades, é claro, mas nada de tão novo.

— Vai querer ir comigo buscar João e Mari no aeroporto? — Pedro perguntou vestindo a camisa.

— Sim, dá pra passar lá em casa primeiro? — perguntei me levantando.

Faziam uns quatro meses que eu tinha me mudado, eu estava feliz com isso, porque além deu ficar mais com as meninas, eu também ficava um pouco longe do Pedro. Um dos motivos pra eu não querer me relacionar com ele a um tempo atrás, era isso de morar juntos, eu não queria que tornasse uma vida de casados, então no final eu ter mudado foi bom por tudo.

Quanto a nós dois, estávamos vivendo e curtindo sem nenhum rótulo do nosso relacionamento. Eu não diria que estávamos namorando, afinal, nunca nos privamos de ficar com ninguém alheio e também não oficializamos nada, mas nos tratávamos com certos privilégios. Eu gostava de como estávamos, mas ás vezes parar pra pensar me deixava insegura, pensando que talvez isso fosse em vão, já que não dava em nada. Enfim...

— Tá feliz? — ele perguntou colocando a mão na minha coxa enquanto dirigia.

— Feliz de que? — perguntei.

— Por ter sido contratada, pela viagem... — ele disse.

A um mês atrás a agência que eu viajei quando me formei, me contratou. Pedro havia indicado eu e Karine pra isso e agora iríamos pra Porto novamente, só que pra formar outras pessoas. Jamais me imaginei voltando lá, sendo monitora ainda, de uma certa forma estava animada, mas de outra estava com medo de perceber que eu e Pedro só demos certo daquela vez.

— Ah, claro que eu tô! — disse sorrindo.

— Tá estranha porque, Maria Luiza? Que que houve? — ele perguntou preocupado.

— Nada garoto, eu hein! — falei.

— Eu te conheço, se você não falar vou parar no meio da estrada e ficar até você falar! — ele falou já diminuindo a velocidade.

— A gente tem que buscar eles, Pedro! — falei encarando ele sério.

— Você vai falar? — ele disse ameaçando jogar o carro pro acostamento.

— Tá, eu falo! — eu disse — Eu só tô meio confusa sobre a gente, só isso!

— Ah, po. Fica não, relaxa! — ele disse dando de ombros.

Dei um sorriso falso pra ele e me calei. Eu esperava de qualquer um uma atitude indiferente como essa, menos dele. Estava tão chocada e talvez até decepcionada que não consegui nem mais conversar com ele.

Passamos no meu apê rápido, troquei a roupa que eu estava de ontem e fomos em direção do aeroporto.

— Aí, que saudade! — Mari disse entrando no banco de trás.

Pedro se virou pra ela com um sorriso grande no rosto como se nada tivesse acontecido. Até cheguei a pensar que ele estava fazendo isso pra me testar, mas não fazia sentido.

— E aí irmão? Como foram essas duas semanas sem mim? — João disse entrando no carro.

Tio Fernando tinha dado uma viagem com acompanhante pra Mari de aniversário, pro destino que ela quisesse. Os dois passaram um tempinho lá, e pelo que eu sabia, o relacionamento deles estava fluindo legal até os dias de hoje, nunca vi tanta química.

— Foram as melhoras da minha vida! — ele brincou.

João riu.

— Por que você está com essa cara de quem comeu e não gostou? — Mari perguntou pra mim.

CoincidênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora