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Maratona 5/5

— Ainda não tô acreditando que Pedro foi sem nenhum de nós pra boate! — Mari falou terminando de se maquiar.

— Ele tá estranho! Não é possível que no primeiro dia de namoro já deu tudo errado — Malu falou rindo de nervoso.

— Adivinha quem fez ele ficar assim? — não me contive. Ela me olhou esperando uma resposta — Clara. Ela disse que você ficou com Marcelo no dia que ele pegou ela.

— Que? Porque você não me disse isso antes? — ela falou parando de pranchar o cabelo — É mentira, ele tentou, mas eu sai de perto. Que mina escrota, vai se foder!

— Fica difícil ter sororidade nessas horas — Mari falou passando rímel.

— Você não vai falar com ele? — perguntei.

— Não, se ele acredita nela eu não posso fazer nada, e mesmo que eu conversasse ele deve estar de cabeça quente, amanhã eu falo — ela disse tranquila. Orgulho da minha amiga.

Continuamos nos arrumando e depois fomos pra sala esperar os meninos. Os mocinhos demoravam mais do que a gente pra ficar prontos, e olha que usávamos uniformes.

Passei o dia inteiro sem responder mensagem do Luan, queria me manter longe pelo menos por um dia, não estava com cabeça pra discutir, ainda mais depois que decidi que não queria estragar essa viagem.

— Até que enfim as moçoilas ficaram prontas! — falei fazendo eles me mandarem língua.

— Cadê Pedro? — João perguntou.

— Foi com o pessoal da boate — eu disse.

Eles deram de ombros.

— Vão querer beber? — Diego perguntou com uma vodca na mão.

— Eu quero! — falei já estendendo meu copo.

— Não estamos atrasados? — Malu perguntou.

— Não, a galera demora pra ficar pronta — Lobão disse.

Ficamos bebendo e conversando. A maioria tinha ido pra boate, apesar da festa no hotel de hoje ser uma das maiores, com a presença de Mc Kekel e Kevinho, então o chalé não estava muito cheio e nem animado.

Continuei bebendo freneticamente, queria sair do chalé só quando sentisse minha mente e meu corpo pesados.

— Pega leve Ka! — Magalhães disse me vendo virar um shot de vodca.

— Que nada, tô animada hoje! — eu disse fazendo ele dar de ombros.

Terminamos de secar uma garrafa e fomos de encontro com o pessoal. O hall do hotel estava lotado de adolescentes animados. O engraçado era que no ano passado éramos como eles, mas bem menos animados, tudo que queríamos era estar no chalé.

Esperamos a galera se dispersar pra ficarmos nosso canto. Por sorte já estava meio tonta.

— Vocês não podem beber, mas quem disse que eu não? — Mari disse mandando uma piscadela e indo pro bar com João.

Depois que comprássemos, tudo era mais fácil. Só tínhamos que esconder bem do pessoal do hotel e dos formandos, porque pode até ter vários que fecham com a gente, mas tem muitos caretinhas também que poderiam denunciar.

— Tá triste? — perguntei pra Malu.

— Não, tô bem. Eu confio nele, sei que vamos nos resolver, foi só um mal entendido! — ela falou calma.

— Que orgulho! — eu disse abraçando ela de lado.

— Mas e você?

— Ah, tô indo. Conversei com ele hoje, acho que terminamos tudo, mas não vou ficar sofrendo com isso, ainda mais aqui, onde eu e você sempre sonhamos em começar a trabalhar! — falei.

CoincidênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora