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🅜🅐🅡🅐🅣🅞🅝🅐 ➌/➎

Nossas famílias já tinham ido embora. Faltavam apenas trinta minutos pra meia noite e estavam todos muito animados. Uma coisa a gente nunca errava: a quantidade de bebidas em uma festa, nunca faltava.

Eu não tinha parado de beber um segundo sequer. Já estava começando a rir atoa, ficar tonta e de repente toda aquela confusão que tinha me deixado puta parecia até engraçado.

Eu estava feliz de ver Mari e João curtindo a festa juntos sem pegar ninguém alheio, porque essa loucura deles dois já estava deixando todos nós malucos. Bruno estava meio afastado, acho que pelo fato de Sarah estar no mesmo ambiente que ele.

— Parece que o Bruno tá voltando a ser o Bruno — falei chegando na Malu e Sarah.

— Também acho, se ele tivesse como antes estaria dando de maluco com alguma mina pra te provocar — Malu disse olhado pra Sarah.

— Que se dane, que tivesse voltado antes — Sarah falou.

— Você tá certa em estar assim amiga, se perdoasse sempre ele iria te fazer de gato e sapato e nem tente dizer que não porque você é da família então não conta — já disse cortando Malu.

— Obrigado por concordar, agora vamos beber mais — Sarah disse pegando meu braço.

"Roubei sua amiga!" sussurrei de longe pra Malu e mandei uma piscadinha. Ela riu e me mandou língua.

Pegamos a tequila que tínhamos guardado pra depois e já viramos dois shots.

— Amiga, ele não para de te olhar — falei pra ela sobre o Bruno.

— Ah, é? Então observa o que vou fazer — ela disse indo na direção de um garoto que estava pegando cerveja.

Sarah puxou ele pra perto e o beijou a força. Meu queixo caiu totalmente surpresa. Ela largou o garoto e veio na minha direção sorrindo vitoriosa.

— É assim que se faz! — ela disse.

Eu só ri e depois me virei pra ver se Bruno tinha visto. Só deu tempo de ver ele negando com a cabeça e dando um sorrisinho de desaprovação.

— Vai dar meia noite, hein! — João gritou avisando.

— CINCO — gritei.

— QUATRO — Malu gritou.

— TRÊS — Luan gritou.

— DOIS — Sarah gritou.

— UMMM! — Mari gritou pulando no colo de João.

Depois que todos foram parabenizar a Mari, nós oito fomos juntinhos abraça-la. Ficamos pulando juntos abraçados.

— Uh, uh, a Mari é nossa! — cantamos.

— Agora como prometido... — João disse pegando ela no colo.

— Não faz isso! — ela gritou.

— Joga, joga, joga — todo mundo da festa começou a gritar.

Ele correu com ela, subiu no deck e se jogou junto. Eles levantaram rindo e se beijaram, se não eram meu casal preferido, eu não sabia qual era... talvez Pedro e Malu, mas esse nunca desencanaria.

— Eu quero fazer um brinde! — Luan disse pegando o microfone do DJ.

Todos voltaram a atenção pra ele.

— Ele tá bêbado, vai falar merda — Pedro falou pra gente rindo.

— Gostaria de fazer um brinde a nossa Marizinha, que sempre tá com a gente pra animar, pra fazer a gente rir com seu jeito ogro, e principalmente pra dar esporro. Ela é uma menina de ouro, que eu tive o prazer de me aproximar nesse último mês, agora vive na minha casa por conta daquele babaca ali — ele apontou pro João na piscina que riu — e eu não podia ser mais grato por ser merecedor de sua presença. Á Mari! — ele levantou a taça dele de vinho.

— Uhuu, te amooo! — ela gritou assobiando alto.

— E agora, gostaria que vocês tivessem paciência pra eu falar de mais uma pessoinha... — ele falou olhando pro nosso grupinho.

— Meu Deus, alguém tira ele do palco agora! — falei para os meninos.

— Ah, deixa o moleque, tá apaixonado! — Bruno riu.

Todos continuaram dando confiança pra ele, eu preferia que ele estivesse passando vergonha, mas aparentemente todos estavam interessados em saber.

Olhei pro grupinho das mocreias e elas aparentavam surpresas, até feliz, o que me fez não entender nada.

— Há algumas semanas atrás, eu decretei que precisava abandonar esse mundo de mulheres e ficar sozinho, estava confuso, perdido e cismei que ia dar um tempo pra mim mesmo, já que eu estava ficando maluco com essas mulheres que só nos deixam confusos — os homens riram. babacas — e com essa decisão, eu acabei magoando uma pessoa muito importante pra mim, alguém que eu demorei pra admitir que gostava, que talvez até amasse. Essa pessoa é aquela menina ali de amarelo, a Karine.. — ele apontou pra mim — Pra quem tem o azar de não conhecê-la, ela é a menina mais nervosinha dessa festa, até mais que a Mari, acreditem — eu ri — mas também é uma garota incrível, que se importa com os outros, que se importa se tudo está justo, se tudo está certo.. ela é um pouco implicante, eu confesso, mas é a implicante mais foda que existe! E por conta de eu ter vacilado, isso é o que ela diz no caso, ela não me quer mais, só que eu não sei viver sem ela, eu não me acostumei, eu aprendi a viver com ela e não sei desaprender, ou melhor, não quero. Só peço que vocês me ajudem e falem pra ela, que eu quero ela mais do que ninguém, talvez algumas pessoas nessa festa não suportem essa ideia, talvez as mesmas pessoas tenham colocado coisas na cabeça dela que a tornasse insegura, mas eu digo tendo propriedade sobre meus sentimentos, eu só quero, só preciso dela. E se ela me aceitar, farei dela a mulher mais feliz desse mundo. É isso Karine, ou aceita ou aceita, você só tem essas escolhas!

Eu estava em estado de choque, todo mundo estava gritando em minha volta, meus amigos me sacudindo, mas eu nem sabia o que pensar. Eu jamais pensei que um momento como esse fosse acontecer comigo, comigo retribuindo o sentimento da pessoa.

Senti como se eu já fosse a mulher mais feliz do mundo, quis não demonstrar, mas foi inevitável. Eu nem me dei ao trabalho de olhar para as meninas, não me importava mais.

Ele veio em minha direção e ficou parado na minha frente. A música voltou e todo mundo voltou a dançar junto com ela.

— Fala alguma coisa, Karine! — Malu gritou nervosa.

— Eu não tenho escolhas, né? — brinquei dando o sorriso mais sincero que eu tinha.

— É, você não tem! — ele disse me pegando no colo e girando comigo.

Ele selou meus lábios e começamos um longo e maravilhoso beijo.

Nos desgrudamos e eu pude perceber que Sarah estava cheia de lágrimas nos olhos. Eu e Malu a abraçamos e começamos a fazer cosquinha nela.

— Eu amei, ele foi lindo! — ela disse.

— Sim, vocês sabiam que ele ia fazer isso? — perguntei.

— Não, eu só tenho amigo maluco mesmo! — Pedro falou.

— Olha só quem tá indo embora... — Mari disse enrolada na toalha apontando com a cabeça pra Jéssica.

— Foda-se, eu não tô ligando pra nada, até se ela ficasse eu estaria feliz. Vamos beber pra comemorar porraaa! — gritei.

Todos rimos e fomos logo atacar as bebidas.

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