Coincidências

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Passamos a tarde toda na praia. Conversando, rindo, pegando uma cozinha. Era bom demais passar um tempo com essas meninas, tudo que eu queria era que elas viessem morar logo por perto. Eu não sabia se eu iria morar com elas assim que chegassem, mas essa era a intenção.

Voltamos pra casa, tomamos um banho e decidimos tirar um cochilo. Mais tarde iríamos pro espaço hall onde teria Iza, Luiza Sonza e Dennis Dj.

— É, eu não entendi nada do fora dela pro Luan. — eu disse dando continuidade ao assunto.

— Vocês são muito chatas! O menino me atacou, eu ataquei de volta. — ela disse e eu revirei os olhos.

— Que te atacou o que Karine, acho que você tá meio maluca das ideias... — eu falei conferindo as roupas que tinham no meu armário.

— Já conversei contigo sobre isso. Para de se afundar em tristeza por causa do Matheus, isso é fase, ele não tá indo no psicólogo? — Mariana perguntou.

— Sim, mas me dói tanto de ver o quão ele fica triste quando saio de casa... — ela falou cabisbaixa.

— Ihhh, vamos animar! Sei que é difícil, problemas de família são os piores, mas esquece disso um pouquinho e para de tratar mal meu amigo! — eu disse fingindo ser uma ordem.

— Taaa, vocês venceram! — ela disse se levantando. — Até que ele é bonitinho.

Dei um sorriso fraco pra ela e voltei a decidir minha roupa pra mais tarde. Eu já estava tranquila em relação a ontem, mas sem negar pra mim mesma que foi bom e que se rolasse de novo eu não iria reclamar.

Bruno passou no quarto avisando que ia preparar uma comidinha especial do Sul pra gente e nós logo nos animamos. Comida era com a gente mesmo!

Deixei separado a roupa, tomei mais um banho e sequei meu cabelo. Mariana e Karine desceram pro quarto de hóspedes pra fazer o mesmo. Decidi não colocar a roupa antes de comer, já que eu sou a pessoa mais estabanada da casa.

— Vocês não tem casa não? — perguntei ao ver João e Luan jogados no sofá. Como sempre.

— Prefiro a sua! — João falou dando uma piscadela.

— Vai aonde? — Bruno gritou da cozinha ao escutar eu abrindo a porta.

— Na Sarah! Vou chamar ela pra vir pra cá! — eu falei, mas não obtive resposta.

Eu e Sarah morávamos no mesmo bloco e eu não precisaria nem ir até lá pra convida-lá. Mas queria conversar com ela sobre o idiota do Bruno e saber o que estava acontecendo.

Toquei a campainha e Leci atendeu, a irmã dela mais velha. Eu não suportava essa garota, ela caia em cima do Bruno só pra competir com Sarah. É uma sem noção.

— Levanta dessa cama, vai se arrumar! Vamos comer lá em casa e ir pro BM. — mandei e ela franziu as sobrancelhas.

— Espaço hall? — ela perguntou e eu assenti revirando os olhos. — Ai, não sei...

— Não sei o que? Você vai sim! — eu disse puxando ela pelo braço.

— Ai amiga, sei lá... Bruno vai, não vai? — ela perguntou.

— Sim ué, e daí? — eu disse franzindo as sobrancelhas. — Anda Sarah, adianta logo o que aconteceu...

— Você sabe que eu e ele estávamos ficando quase todo dia, sem nenhum compromisso, certo? — eu assenti. — Então, não aconteceu nada, ele só ficou estranho e aparentemente ele está com medo de eu pressionar ele pra termos algo. Mas eu nunca nem toquei no assunto e nem quero.

Acho que essa maluquice era de família. A ironia era que ouvir ela me contando isso eu achava totalmente psicótico da parte dele, mas a realidade é que eu era até pior. Só que da minha parte ainda existia uma explicação.

— Você não vai deixar de sair com a gente só por causa disso, né? Foda-se o que ele acha ou deixa de achar, você sabe que essa não é a verdade e mesmo se fosse, qual o problema? Se ele não quiser é só dizer não. — ela concordou com a cabeça. — Vamos, vai se arrumar e me encontra lá em cima.

Acabei convencendo a bendita e voltei pro meu apê. Bruno fez um delicioso arroz carreteiro, eu já tinha comido isso antes, mas com aquele tempero dos deuses não passava nem perto.

Terminei de comer e fui direto terminar de me arrumar pra encontrar com todos lá embaixo. Já que as bonitas fizeram questão de partir com a gente e mais dois amigos deles também vieram, iríamos nos dividir entre os três carros.

— Cara, vocês estão complicando uma coisa que é simples! — Pedro reclamou encostando no carro.

— A questão não é essa, tem que dividir direito. — Letícia disse.

— Você que tá com essa viadagem de escolher com quem quer ir, não fode! — João falou sendo mais ignorante. Eu amava esse garoto.

— Quem disse que eu escolhi alguma coisa? — ela questionou e ele revirou os olhos.

— Além de chata é sonsa... — Mariana resmungou e eu ri.

— Foda-se vocês, eu estou indo! — Pedro disse entrando no carro.

Letícia foi atrás dele bufando. Isabela, Gabriel e Rafael aproveitaram a deixa pra ir também.

— Pronto, vem Gabriela, Karine e Malu comigo e o resto com você. — Luan disse pra Bruno que preferiu nem contestar nada.

Fomos o caminho todo reclamando da chata da Letícia. Eu e as meninas odiávamos esse lance de rivalidade feminina, mas nem sempre temos que passar a mão na cabeça de mulheres com atitudes como a dela.

— Eu nem entendi muito do que aconteceu.. — Gabriela disse confusa.

Gabriela era uma menina muito tranquila, parecida com Karine quando tá de bom humor. Uma pena que Luan via ela apenas como uma ficante, porque eu adoraria tê-la como cunhada. Não antes de dar um último beijo de amiga nele.

— Pedro comentou com João que Letícia estava encrencando que Maria Luiza fosse no carro com eles e ainda exigindo que a amiga tinha que ir com ela, sendo que Isabela também queria que Bruno fosse junto. — Luan explicou.

— Ela tá achando que meu primo tem que obedecer as ordens dela, tá achando que tem mordomo... — eu disse.

Nem queria dar muita continuidade no assunto pra não ficar mais puta do que eu já estava ficando. Aumentei o som ao máximo e comecei a me divertir dali mesmo.

Chegamos na festa e decidimos fechar um camarote. Nos acomodamos e compramos três baldes de cerveja pra começar.