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🅜🅐🅡🅐🅣🅞🅝🅐 ➊/➎

Como Pedro tinha que voltar na faculdade, fui com meus pais pra casa. Tinha sido bom de uma certa forma porque eu queria pensar um pouco, tentei reprimir quaisquer pensamento que me fizesse desistir do que estávamos tendo, sério ou não, estava sendo bom pra mim e pra todos nós como amigos, já que não tinha nenhuma desavença, ou quase.

Enquanto os outros não chegavam, fui adiantar mais alguns trabalhos de faculdade, isso não parava nunca.

— Entra! — falei pro Bruno que batia na porta.

— Estava com saudade desse clima familiar, acho que a última vez foi o natal — ele falou pensativo.

— Sim, foi mesmo! — eu disse afastando a cadeira da escrivaninha pra ficar mais próxima dele que havia sentado na cama.

— Parece que depois que você veio morar aqui viramos apenas amigos, sei lá, prefiro antes — ele falou.

— Não se preocupa, daqui algumas semanas essa casa voltará a ser de vocês! — falei.

— Sempre será sua e mesmo que você se mude aqui sempre será nosso ponto de encontro, nossa sede — ele falou rindo.

— É incrível como realmente se tornou isso — falei.

— Sim. Mas não vim aqui só por causa disso, quero saber de Pedro — ele disse.

— Quer saber o que?

— Te conheço Malu, sei que depois de Lucas — ele disse um pouco tenso — você parou de deixar pessoas se aproximarem de você e agora parece que tá indo tudo rápido demais, então quero saber como você tá com isso.

— Por incrível que pareça eu estou bem, acho que estou sabendo lidar melhor com tudo e tô tentando viver da maneira como me faz feliz e no momento está sendo assim, então não vou afasta-lo — falei.

Ele assentiu como se eu estivesse fazendo a coisa certa, deu um beijo na minha testa e se levantou.

— Sei que tá mal pela Sarah, relaxa, é tudo no tempo dele! — apontei pra cima.

Ele deu um sorriso simpático e saiu.

- Karine -

Aparentemente Luan estava de fato arrependido, e depois que conversei com Mari e ela me contou como estava a relação entre ele e Jéssica me senti um pouco aliviada e livre pra sentir sentimentos bons por ele, já que o ranço que eu tinha pego me impossibilitou disso. Apesar de saber disso tudo, queria fazer ele implorar mais, eu não sou tão fácil assim.

Levei minha família pra almoçar e pra conhecer a praia da barra. Minha vó adorou, não quis mais ir embora e isso me deu um tempo pra conversar com meu irmão. Minha mãe amava a praia, ela sempre vinha pro Rio de Janeiro a trabalho e ela dizia que não tinha uma vez que ela não vinha visitar e dar um mergulho, ela dizia que se sentia renovada, então de certa forma a praia tinha um valor emocional pra gente, mais ainda pra ele.

— Gostou de hoje? — eu disse abraçando Matheus de lado enquanto andávamos pela orla.

— Até que sim, me senti conectado com a mamãe, sabe? — ele disse fazendo meus olhos se encherem de lágrimas — Ei, não fica assim, eu estou melhor quanto a isso e você sempre quem me botou pra cima, se você fizer isso eu não vou aguentar.

— Desculpa, só me emocionei mesmo — falei enxugando as lágrimas que acabaram caindo.

— Vou sair com Eduarda hoje! — ele falou mudando de assunto.

— Ué, você não estava namorando? — perguntei sem entender nada.

— Isso mesmo, você disse certo, estava! — ele falou. Tentei pressiona-lo pra dizer o que houve, mas ele não quis me contar e depois deixei assim, provavelmente algum motivo de adolescente idiota.

CoincidênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora