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MARATONA 5/5

— Tô meio desconfiada da capacidade de chefe de cozinha dele... — Mirella falou se referindo a mim.

Fechei a cara.

— Já te falei que foi porque você me distraiu — eu disse sério.

— Admite Luan, você só entrou nessa por causa do papai, você tem o dom mesmo? — ela perguntou provocativa.

Isso não me incomodava em nada, mas queria dar o troco por mais cedo.

— Viajou hein, Mirella. Eu sempre gostei de cozinhar, não acho maneiro você apontar isso como se eu tivesse feito só pra agradar alguém, sempre foi minha vontade. Viajou! — eu disse tentando ao máximo passar seriedade.

Bruno e Sarah ficaram em silêncio constrangidos, ela então mais ainda.

— Fora que a maioria das pessoas pensam o mesmo que você, sem pensar que talvez machuque — continuei.

— Calma, desculpa! Era uma brincadeira, eu não acho isso — ela disse preocupada.

— É Luan, ela só estava brincando, relaxa o cu — Bruno disse tentando ajudar.

— Sei não... Achei desnecessário! — falei me levantando pra causar um momento dramático.

Escutei eles sussurrando e me segurei pra não rir. Peguei uma cerveja na geladeira e me sentei na bancada da churrasqueira.

Já estava de noite e estávamos bebendo desde cedo. Nenhum de nós estava completamente normal, então eu sabia que ela ficaria mais preocupada do que se tivesse sóbria.

— Eu juro que não fiz por mal! — ela disse se aproximando.

— Tá — fui seco.

Tentei ao máximo segurar o riso, mas não me aguentei. Bruno e Sarah se aproximaram também tentando entender o porque da minha risada.

Os três começaram a rir também e ficamos sem conseguir parar. Nem tinha tanta graça assim, mas o álcool é claro que mexia com a gente.

— Ué, posso saber o porque de tanta graça? — Malu perguntou parada na porta.

Arregalei os olhos e fui correndo abraçá-la. Soltei ela e fui correndo pra Karine que estava ao lado, puxei-a pra um beijo, mas ela foi bem breve.

— Meu Deus, que saudade! — falei soltando ela.

— Também! — ela disse apertando meu braço e com um sorriso meio fraco no rosto.

Ela passou por mim e foi cumprimentar o resto da galera. Depois de todo mundo matando a saudade, sentamos em uma roda, Bruno e Mi deram cerveja pra eles e ficamos conversando.

— Como eu queria um budzinha! — Malu disse levantando no alto a cerveja.

— Não beberam lá? — Sarah perguntou.

— Só Brahma! — João contou.

— Queria ficar, mas tenho que ir pra casa que amanhã tudo começa de novo! — Mari disse.

— É, eu vou também! — Karine disse.

Malu a acompanhou e elas se levantaram pra se despedir da galera e de seus respectivos namorados.

Karine me deu um selinho meio seco e foi na frente pra ir no banheiro. Aproveitei que as meninas ainda estavam falando com os moleques e fui atrás dela.

— Calma aí, fica lá em casa! — falei segurando seu braço.

— Tenho um monte de coisa pra fazer — ela disse.

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