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— Você não acha que as pessoas estão sempre querendo explicações e satisfações sobre a vida dos outros? Sabe, eu acho muita loucura isso, por que não só se divertir e curtir o momento? — eu disse me ajeitando nos braços do Pedro.

— Como eu queria que as pessoas pensassem como você! Eu não sou tão difícil assim, mas concordo. — ele disse acariciando meu rosto.

— Eu não sou difícil, vocês que complicam — reclamei.

— Tenho uma blusa igualzinha a essa, faz tempo que não a uso — ele disse coçando o olho.

— Informação relevante — disse debochada e ele tacou areia em mim — seu filho da puta.

Taquei nele também, mas logo cessamos, íamos nos sujar todos se continuássemos. Começamos a rir percebendo o quão idiota e infantis éramos.

Estávamos na praia que tinha de frente pro hotel. Do chalé tinha um caminho que dava até um canto dela que era totalmente deserto. Não costumava ficar muito cheia, principalmente à noite. O mar aqui era bem calmo, ondas pequenas que só se formavam perto do raso.

— Vem cá, e aquela tal de Jordana? — perguntei sem me preocupar sobre o quanto estava sendo fofoqueira.

— Foi expulsa pelo mesmo motivo que eu vou ser se me pegarem com você — ele disse sendo realista, mas eu fiquei muito assustada que eles realmente conseguem descobrir — Mas vem cá, você só sabe falar?

Eu ri dando um tapinha nele. Puxei-o pela camisa e encostei nossos lábios. Fiquei dando selinho, ele tentando colocar a língua e eu não dava passagem. Era engraçado ver a cara dele quando eu fazia isso, ficava sem graça.

— Para, filha da puta — colocou as duas mãos no meu pescoço me enforcando levemente.

— Continua que eu gosto — abri um sorriso nos lábios.

Ele apertou mais e me beijou. Dessa vez continuei. Nosso beijo tinha uma sincronia inexplicável. Sempre beijávamos no ritmo do que estávamos sentindo e dava certo, parecia certeiro. Ele mordeu meu lábio devagar, deu um selinho e se afastou.

— Vamos ver se vai gostar agora — ele se levantou, limpou o short de areia e me pegou no colo como se eu fosse uma pluma.

Olhou pro mar, olhou pra mim e deu um sorriso como se fosse aprontar. Fodeu. Meu raciocínio foi lento e antes que eu pudesse gritar, me debater ou qualquer coisa ele já estava correndo próximo da beira.

— Por favor, eu faço o que você quiser, não faz isso — só não me arrependi de ter dito isso no segundo seguinte porque ele não pareceu interessado.

Senti a água bater contra meu corpo e minha única reação foi imergir na hora. A sorte dele era que a água estava quente. Passei a mão no meu rosto pra tirar o excesso de água e poder enxergar e não o vi. Procurei mais um pouco e quando olhei pra trás ele surgiu da água me dando um susto.

— Desgraçado — gritei jogando água nele.

— Só um mergulho de leve — ele disse e fomos nadando de volta pra beira.

Me joguei de barriga pra cima na areia ainda na beira e ele acompanhou. Agora que me molhei, foda-se, vou aproveitar. O que é um peido pra quem já tá cagado, não é mesmo?

O céu já estava começando a clarear. Eram sei lá, cinco da manhã? Por aí. Eu só sei que mesmo sem estrelas e mesmo sem nascer do sol, aquilo já estava lindo.

Pedro chegou mais pra perto de mim, se inclinou apoiando com o cotovelo na areia e me deu um selinho. Colocou sua mão na minha coxa e começou a acariciar.

CoincidênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora