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" Consuming all the air inside my lungs
Ripping all the skin from off my bones
I'm prepared to sacrifice my life
I would gladly do it twice

Consumindo todo o ar dos meus pulmões
Arrancando toda a pele dos meus ossos
Estou preparado para sacrificar a minha vida
Eu faria isso até duas vezes, com prazer"


Pov Hillary

Estou na banheira, como no meu sonho, eu via o meu pulso sangrando e toda a água ficando vermelha, e quando eu senti que ia me entregar à escuridão, eu senti uma mão forte me tirando de dentro da banheira.

E mais uma vez eu não consigo o que eu tanto quero, e isso chega até a ser deprimente, já que nem tirar minha vida eu consigo.

Já estou tão esgotada psicologicamente que eu só queria que tudo acabasse, eu não aguento mais fazer tudo que aquele homem manda. Não aguento mais ver ninguém, nem o sol eu não quero ver.

Eu estou magra e o meu sono tem estado mais pesado, e eu queria tanto ter que dormir e não precisar acordar, mesmo que eu fale que eu quero lutar pelas pessoas que eu amo, eu não consigo.

Parece que ninguém se importa, porque se importasse já teria descoberto que eu não tenho motivos pra está me maltratando.

Será que ninguém ver isso? Será que eles acham que eu sempre vou ter recaídas ao ponto de não pedir ajuda? Será que eles não vêem que eu estou sendo obrigada?

Estou de saco cheio de todo mundo, de todos querendo me salvar, era só eles me deixarem ir logo. Eu não quero sofrer mais, não quero ouvir mais nenhum : "vai ficar tudo bem, eu vou te ajudar".

Quando na verdade eles não querem isso, porque se quisessem eles teriam me deixado ir de verdade...

— Olha pra mim. - Marcelo pede.
— Saí.. sai daqui... - tento gritar com ele mais só sai minha voz baixa.
— Eu não vou sair. - ele diz me cobrindo. — Vou pegar um quite de primeiros socorros.
— Eu te odeio.. - começo a chorar. — Eu te odeio, eu te odeio, eu te odeio... - choro alto e viro pro lado me encolhendo na cama.
— Um dia, você vai me agradecer por te salvar.   - ele diz triste.

Não respondo nada, porque eu não tenho forças para fazer isso, e então eu começo a tentar tirar a camisa que ele rasgou e amarrou nos meus pulsos.

Ele chegou e me impediu de tentar tirar, ele começou a me medicar e eu estava tão fraca que acabei apagando.

...

— Como chegou aqui? - ouço uma voz.
— Eu tinha esquecido uma pasta aqui, porque eu vim aqui ontem. - fala outra voz. — Aí quando eu cheguei eu achei tudo muito silencioso e quando cheguei no quarto dela eu vi que a porta do banheiro estava aberta e o barulho de água caindo no chão não era do chuveiro.
— Tive que me ausentar por uns dias, eu estou passando muito tempo na gravadora e não tive tempo de..
— De ligar pra ela? - essa voz.. — Não se preocupe, ela não iria atender mesmo.
— Guzman não vamos nos exaltar. - Marcelo diz. — Tem alguém vigiando o apartamento da Hillary, e mesmo que tenha dois seguranças aqui vinte quatro horas, ele ainda pode tentar fazer algum mal pra ela.
— Você falou pra Manuela? - Jacob pergunta.
— Não, eu não quero que ela fique preocupada. - Guzman diz.
— Então só nós vamos ficar sabendo disso? - Jacob pergunta.
— É o melhor, a Hillary está muito frágil e nós não queremos que ela faça alguma besteira. - Marcelo diz.

Estava ouvindo a conversa deles atentamente  e pelo que ouvi, eles sabem que o Otávio me vigia. E como esperado eles não sabem que ele é o motivo por eu está me auto-mutilando à dias...

O preço do sonho  -  (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora