Me Espera

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Saio do Flat de Carlos apressada para ir para o trabalho. Havia dormido ali mesmo, sozinha, pois ele ja tinha ido embora de madrugada mesmo. Sempre dormia com a esposa. 

Conheci carlos em um seminário sobre investimentos e na epoca eu queria fazer um. Logo de inicio rolou algo entre nós, o homem de 60 anos me procurou completamente interessado e me convidou para um jantar, não aceitei logo de cara, achei a oferta de mal gosto, afinal não gosto de velhos barrigudos, mas depois aceitei pois me lembrei da nova fase que eu queria entrar, queria estar aberta a novas experiências e não me arrependo de ter entrado nessa.

Carlos é um homem rico, fino e me bancava. Tudo o que eu queria, ele me dava. Entretanto não tínhamos um romance, Carlos apenas gosta de novinhas e eu sempre soube que um dia ele me dará um pé. Apenas estou esperando.

Foi Carlos que me arrumou o estágio em sua empresa, Albuquerque Publicidade. Ele já não é mais o presidente da empresa, mas é acionista majoritário. 

Entro no elevador indo para o meu andar. Estar sendo assistente de Yuri é otimo, mesmo que ele explore de mim e a Julia. Com ele aprendi muito sobre o marketing digital, redes sociais e afins, eu trabalho justamente com isso há alguns anos. É dificil crescer, mas não impossivel. Estou indo bem! 

- Oi, Maluzinha. - Yuri me cumprimenta jogando alguns papeis em minha mesa. - A poderosa Maria Clara esta te chamando na sala dela, quando retornar revisa esses papéis para mim. 

Julia sai de sua mesa e vem ate a mim destilar seu veneno de cobra invejosa.

- Hm, eu fiquei sabendo que a loira esta uma fera hoje. Um horror. Cuidado  hein,Maluzinha. 

- Pode deixar, Julinha! - a imito levantando da minha mesa e indo em direção a sala da presidência, alguns andares acima. 

Julia sempre competiu comigo de maneira assídua, ela nunca esteve de brincadeira. Só ha um lugar na vaga, eu a entendia. Todos querem esse emprego. 

Ja na sala de Maria Clara, observo tudo com um certo horror. Muito embora a sala seja grande, ilumidade e bem decorada passa uma energia ruim.

- Sente- se Maria Luisa. - ordena Clara com certa seriedade. O clima esta tenso. Faço o ordenado. - Ou seria Malu?

Fico um tempo sem entender qual será o problema do meu apelido, não há nada demais. Todos me chamam de Malu. Será que ela tem inveja? Nós somos maria, mas o meu apelido é melhor. 

- Como quiser.

Ela sorri sarcástica. - Então, Malu. Você esta demitida.

- Algum problema com meu trabalho? - meu tom sai petulante,arrogante pois eu sei o valor do meu trabalho. Me dedico a isso aqui e estou  a altura da empresa. Me garanto no meu trabalho, não faz o mínimo sentido ela me mandar embora. 

- Você é tão... - ela se levanta irritada, parece estar se controlando, mas não passa de uma desequilibrada. - Não há problema com seu trabalho, apenas você. Uma vadia, vagabunda que tem a audácia de sair com um homem casado, meu pai.

- Queria que fosse com o seu marido? - questiono calmamente, com um ar de sarcasmo. Ignorando o no que se forma em minha garganta.

Ela anda ate a mim carregada de odio. 

- Garota... Não mexa comigo! Eu não aceito vagabundas na minha empresa.

- Vagabundo é o seu pai. Ele trai sua mãe com um monte de mulher por ai, não eu. Sou só mais uma. 

- Isso mesmo, so mais uma.

- Se isso é consolo para você! - me levanto da cadeira e ando ate a parede de vidro para observar a vista afim de me acalmar um pouco. Eu não poderia estar sendo demitida por conta de um rolo. Estou no início da minha carreira.