Após meu irmão ir embora, Elise ainda voltou para me ajudar a limpar a baguncinha da mudança deles que ficou. Eles haviam ido morar perto da casa de mamãe, o a alegrou bastante.

A semana passou num piscar de olhos. Quando percebo estou sentada em frente ao espelho da minha penteadeira encarando minha imagem enquanto minha mãe finaliza um penteado para meu chá revelação.

Estranhamente eu estava nervosa.

Ela também.

- Você está linda, minha filha! Para ser melhor, sua barriga pudia estar aparecendo não é? - ela pergunta a Carol, que está sentada em minha cama mexendo no celular dela. - Nem parece que está grávida.

- É verdade, ficaria mais bonito nas fotos se aparecesse alguma barriga. Você é igual a Bianca, custou aparecer alguma coisa.

- Tanto é que ela escondeu bastante a gravidez dela não é? - minha mãe finaliza o bendito penteado de tiara com trança que ela cismou em fazer no meu cabelo. - Ela é sua amiga mesma, está organizando todo o chá.

Não sei porque, mas sinto um misto de gratidão e um tremendo ciúmes por isso. Eu não gostei muito de saber que Bianca está envolvida nisso a pedido de Felipe.

Mas fico feliz em saber que ela se importa com meu bebê. Eu sei que ela não tem nada com o Lipe, mas ainda assim tenho ciúmes.

- E como vai sua relação com o Felipe? Ele parece animado.

- Hum. Problema é dele! Está animado porque não é o corpo dele que está assim, inchado, passando mal.

- Aí filha, você fica aí mal humorada. Desse jeito não vai curtir sua gravidez, só sabe reclamar. - mamãe aponta e logo depois sai do quarto.

Eu não havia contado a ninguém que fiquei com Felipe. Ele anda bem carinhoso comigo e já começou a comprar algumas coisas, como o negócio de tirar leite, algumas fraldas e até uma roupinha de cor neutra comprou. Parece estar mesmo empolgado.

Visto um vestido branco, mamãe disse que eu teria de usar um vestido. Ele é folgadinho e com um bom caimento, não fazia muito meu estilo, mas é bonito e depois coloco uma sandalia de salto.

Com tudo pronto, entramos todas no meu carro. Tiro o sapatos para dirigir descalça e depois vamos todas para a casa do Seu Eugênio, o chá seria lá por ele ter um bom quintal.

Em pouco tempo chegamos. Como a porta está aberta, já saio entrando e encontro um pessoal no quintal.

Reparo toda a decoração que minha amiga fez. Tudo muito bonito e simples, nada exagerado e papagaiado, porque de brega já basta esse tal chá revelação.

A decoração toda em roxo e azul. Alguns docinhos na mesa decorada, o bolo. Um painel escrito "Menina ou Menino", alguns poucos balões e uns ursinhos fazendo parte da decoração.

Havia cerca de umas 15 mesas espalhadas pelo quintal, não teríamos muito convidados. Era uma coisa pequena e mais íntima, esse foi o desejo de Felipe.

Reconheço o rosto de alguns amigos próximos, Lino, Léo, Diana, Ciça, minha tia Rosa, primo Zé, prima Débora,  Gabriel, alguns familiares de Felipe e a azeda da mãe dele também.

Eu não gosto muito de uns parentes de Felipe, pois são meio metidos.

- Maria Luisa! - minha ex sogra me cumprimenta. O cabelo tingido de castanho claro escondia os fios brancos. O sorriso de falsa brilhava em seus lábios e os braços abertos para um falso abraço.

Está tudo bem, sou falsa também.

- Oh querida, parabéns pela gravidez! Fiquei muito feliz em saber que vou ter um netinho.

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