Me Espera

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Já faz duas semanas desde meu mesversario de seis meses de namoro e da minha demissão. Mamãe estava me escravizando naquele salão dela, era um tal de fazer faxina, fazer unha, lavar cabelo, fazer escovas, penteados e ate maquiagem.

Lógico que mamãe não me impedia de fazer os meus trabalhos para as lojas. Antes era apenas duas, agora ja são três. Eu tinha que tirar fotos e fazer videos com as roupas e postar, além de mandar para as lojas. Também não implica com os vídeos e nem com as parcerias que venho fazendo.

Estava terminando de me arrumar para ir em um restaurante chique com Carlos, ele havia me convidado. Agora saímos apenas às terças a noite para a esposa tonta não desconfiar. Aliás, tonta ela seria se pedisse o divorcio, coisa que ela não fará nunca com medo de perder o estilo de vida. Muito boba, ainda tem pensão, não tem? 

Eu sei que havia dito que terminaria tudo com Carlos, apenas nao especifiquei quando. Acontece que o homem está ha duas semanas me jogando dinheiro sem parar, como terminar?

Pior é a culpa me consumindo, pois Felipe esta a cada dia mais arredio, desconfiado e grudento. Com certeza Bianca está falando algo para ele, pois ela nunca foi a favor de eu ficar com Carlos e Felipe.

Mas eu preciso garantir um futuro de sucesso para mim.

Assim que término de me arrumar Felipe aparece no meu quarto, com o olhar desconfiado.

- Para onde vai? - ele interroga assim que entra no cômodo. Cruza os braços e me encara um pouco irritado. 

- Sair, obviamente! - respondo de forma seca. Tenho que soar inocente. Na verdade me irrita Felipe atrapalhar meus lance. - Denny me chamou. Vamos ver algumas coisas para a formatura que será daqui uns dias. Você vai, não vai? Te entreguei o convite  e tudo para você e seu pai irem. - minto.

- Malu, eu te convidei para sairmos hoje. Ir no cinema e você disse que não podia porque estava atarefada cheia de trabalho, vim te ajudar para passar um tempo com você e você esta de saída com a Denise?

- E qual o problema? - coloco o brinco. - Não posso?

- Mas precisa mentir? - indaga num tom acusatório. - O que está aprontando, Maria? 

Sempre que está irritado, desconfiado ou desconfortável com algo ele me chama de Maria ou Maria Luísa, como se tivesse me dando uma bronca, melhor dizendo, me dando uma bronca. 

- Nada, Felipe. Deixa de ser grudendo! As vezes você é sufocante.

Ele olha para baixo, claramente magoado. 

- Faz o que você quiser. - declara ignorante. - Sou idiota mesmo para pensar em vim ajudar uma mentirosa feito você. Só não venha querendo saber o que eu estava fazendo no Lino. 

- Mas ai é diferente.

- Diferente porquê?

- Lá só tem putaria, drogas…

Ele me olha debochado, um olhar cortante e intimidador.

- Ah é? Você adora ir lá.

- O que você esta insinuando, Felipe? - pergunto ja na defensiva.

- Nada meu bem. - ele se aproximou de mim, com o dedo indicador tocou abaixo do meu queixo e o ergueu para cima antes de sair do quarto irritado. 

Vou atrás dele segundos depois, mas ele apenas para quando ja esta na varanda, proximo ao portão a ponto de sair. 

- O que foi? - pergunta de maneira ignorante. Encolho um pouco arrependida de estar mentindo para ele, o ferindo. 

- Não fica assim. Olha, amanhã a gente vai no cimena.