Para finalizar meu look, coloco um brinco prata. Analiso minha vestimenta no espelho. Resolvi vestir um vestido azul claro, o tecido de cetim o deixa leve e mais elegante, o cumprimento mid, as alcinhas finas e um decote cavado nas costas.

O cabelo em um coque, com alguns cachos escapando na lateral. A maquiagem estava leve, mas não pude deixar de usar um ombre lips. Eu estou belíssima.

Posto no meu storys o look. Indicando todas as lojas na qual comprei cada peça, fazendo assim meu trabalho até nesse dia de domingo.

Depois foco em minha filha. Coloco um vestidinho azul nela, com alguns detalhes de flores brancas como minha mãe havia pedido. Nos pés coloco um sapatinho branquinho e como o cabelo dela é tão curto que ainda não dá para fazer penteados, apenas coloquei uma tiara branca com uma pequena flor azul. Minha bebe está linda.

As vezes custo acredita que é minha mesmo. Parece mentira.

- Ei, neneca de mãe. - brinco com ela a fazendo rir. - Você tá linda!

Ela mexe as perninhas e os bracinhos agitadas. Parece que sabe que vai sair. Assim como os pais, Agnes também é farreira.

Coloco um brinquedo na mão dela para que ela se distraia enquanto termino de arrumar a bolsa dela.

Foi genial minha ideia de comprar uma mochila com alça de lado para ela. Roxa, simples. Sem desenhos e nada. E principalmente, espaçosa.

Coloco na bolsa três mudas de roupa, meia, fraldas, pomada, lenço umedecido, toalha de boca, sabonete líquido, creme de pele, perfume e repelente infantil. Como havia espaço, coloquei também alguns brinquedos, duas mamadeiras e o leite em pó da cria.

Quando vou para casa da minha mãe, gosto de levar bastante coisas, pois ela adora me agarrar lá.

Aproveito e também coloco algumas coisas minhas. Assim que termino tudo ouço a campainha tocar, abro a porta para Felipe entrar e volto apressada para o quarto. Já estávamos todos atrasados.

- Hum... nossa, você tá tão cheirosa que de longe dá pra assistir. - ouço Felipe comentar atrás de mim enquanto eu pegava minha bolsa branca no guarda roupas.

Tomo um susto, meu corpo se arrepia todo quando Felipe me abraça por trás e cheira meu pescoço.

- Deliciosa. - sussurra ao pé do meu ouvido me deixando ligada. - Nossa, você tá linda. Deixa eu ver! - então ele me faz da uma rodadinha. - Deslumbrante! Como pôde ser tão linda?

E então encaro aquele olhar brilhante, vivo, apaixonado e aquele sorriso bobo. Como se nada nunca tivesse acontecido. Como se tudo fosse como antes quando nos encontrávamos as escondidas.

Quando em todas as oportunidades Felipe dava um jeito de encostar em minha. Era um grude tamanho, mal disfarçavamos na época em que insistiamos em ser apenas amigos. Kelly, a namorada da época morria de ciúmes e dizíamos ser algo incabivel, pois eramos apenas amigos.

Kelly na certa sabia bem mais do que nós dois e tudo o que ela temia um dia aconteceu. Felipe e eu, enfim ficamos e desde então nunca mais fomos amigos, tampoucos amigos inseparáveis como eramos. Começamos a nos esconder. Felipe começou a me esconder.

Hoje eu sei, ele tinha medo também. Não sei se isso é um certo alívio ou se torna tudo ainda mais triste. De qualquer forma, sempre foi desesperador.

E aqui estamos. Bobos. Apaixonados. Medrosos. Desesperados.

O tempo passou, e ainda assim, é desesperador.

Felipe enfim desvia o olhar.

- Cadê minha filha? - e então ele vira para trás olhando em direção a cama encontrando a nenem lá. - Como pode um bebezinho ser tão bonzinho? Ela é toda quietinha, de bem com a vida. - dá para notar a felicidade no tom de voz de Felipe. Ele pega a nenem no colo. - Huumm, mas a nenem do pai está maravilhosa, cheirosa. - então começa a brincar com Agnes fazendo a criança rir.

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