Sentindo meu peito arder de tanta tristeza pego meu carro em casa e dirijo em direção a sorveteria onde Carlos uma vez me levou, o sorvete é delicioso apesar de caro. Mas nao hesito em comprar um.
Caminho pelo parque que há perto da sorveteria. Sento em um banco distante observando as crianças brincarem no parquinho.
Me sinto tao perdida. Um misto de arrependimento com a certeza de que fiz o certo. Perdi Felipe, mas eu precisava de Carlos e nao posso negar o carinho que cheguei a sentir por ele, a admiração. Se estou onde estou é graças a ele, sacrifícios são necessários.
Saudades de quando eu vinha no parque brincar.
Observo as crianças correndo imaginando que um dia eu poderia ter tido os meus próprios filhos com Felipe, mas troquei isso por dinheiro. Será que vale a pena?
Com certeza valeu. Crianças so dão estresse.
Encaro uma menininha correndo e em seguida vejo Carlos e sua esposa correndo em direção a criança. Se forma um nó na minha garganta ao ver Carlos tao feliz com sua família.
De longe ele parece amar sua esposa. Eu nunca duvidei disso, mas também nunca precisei ver. Uma onda de ciúmes se instala em meu peito, mas uma amante nao pode cobrar nada. Ainda mais uma ex amante.
Eu sou uma piada.
A verdade é que eu me perdi nesse tempo. Mas ainda estou aqui, atrás de toda essa bagunça.
Após tomar meu sorvete, retorno para meu carro e me permito chorar mais uma vez.
Ao voltar para casa tomo um banho e começou a arrumar minhas malas, também viajo pela manhã pro Rio. O trabalho me espera! Não há tempo para lágrimas, preciso do meu sucesso profissional. Ao menos isso.
Após arrumar tudo, vou dormir.
Depois de me despedir de todos vou para a rodoviária, preparada para longas horas de viagem.
Durante o trajeto converso com Bianca tentado convencer a loira a contar para Gabriel sobre sua gravidez, mas ela esta resistente quanto a isso. Notei que ela anda ainda mais sensível com o passar das semanas.
Depois de horas chego no rio. Pego um taxi indo direto para o apartamentos que a empresa havia me alugado. Subo tres lances de escadas ate o terceiro andar e bato na porta ao lado, logo uma moça de cabelo vermelho me atendi.
- Estou procurando por Roberta.
- Você é Malu, ne? Entra. - a mulher pedi me dando passagem. Entro pra dentro da casa e dou graças a Deus pelo local nao esta fedendo a lixo e coisa podre como na rua.
Eu nunca em toda minha vida imaginei que RJ poderia ser um local fedorento, embora tenha paisagens bonitas.
Sento no sofá confortavel enquanto a mulher gentilmente me serve um cafe.
- Eu trabalho na kish há anos. - ela comenta. - Fiquei surpresa quando disseram que iriam trazer uma publicitária de minas pra cá por um tempo. Tudo pra nao ter que contratar mais gente.
- Empresas sempre querem economizar, se pudessem nem nos pagavam. - brinco e beberico o cafe me sentindo um pouco enjoada. Com certeza deve ser da viagem. - Roberta, não quero ser indelicada, mas poderia me dá a chave do apto? To louca pra dormir.
- Claro. Limpei la ontem, as roupas de cama, toalha, tapetes sao todos novos e estao limpinhos. - ela levanta e vai ate a estante. - Vamos, vou te mostrar onde é.
- Muito obrigada. Eu ando sentindo muito sono e a viagem me cansou. - a sigo porta a fora.
- Entendo. É aqui. - ela abre a porta do apartamento ao lado do dela. - É isso, qualquer coisa pode chamar. - ela fala apressada. - Vou olhar minha menina, ela acordou. Estou a ouvindo resmungar daqui.

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Me Espera
Chick-LitO meu maior sonho, com certeza é, ter a vida digna que mereço e para isso sempre corri atrás, achava que qualquer preço poderia pagar, mas não é bem assim. Como no mercado, há sempre aquele produto que você não pode levar, na loja sempre tem aquela...