Visto um short jeans azul desfiado, um pouco larguinho pois não gosto de short torado na bunda, parecendo calcinha. Visto um body vermelho de alcinha fina e nu nas costas, para finalizar um tênis branco. Pensei em salto, mas eu vou me acabar lá não tô para salto alto, prefiro conforto. 

Prendo o cabelo em um afro puff deixando alguns fios do lado, próximo a orelha, solto. Entretanto para fazer o afro puff tive que fazer uma trança raiz na frente do meu cabelo, para dar mais estilo. Ponho um brinco grande de argola dourado. 

Faço a maquiagem. No olho faço um delineado preto, rímel que deixa meus cilios maiores e mais volumoso, lápis. Um blush básico e um batom num tom avermelhado. 

Passo perfume, pego minha bolsa já preparada e saio de casa. Na sala Thales ja pronto em uma calca jeans escura e uma blusa branca veio atrás de mim pedindo carona.

- Vou ate a casa do Gabriel e de la vou de uber.

- Pode ser. 

Ele me acompanha. Ja na rua ele pega um chá ja bolado, acende e começa a fumar, depois roda em mim. 

- E o lance la no o Felipe?

- Você sabe ue, ele não quer nem falar comigo.

- Porque é um otário. Vacilão demais porque você é mó gata e ele nessa. Quantas vezes ele num vacilou? 

- Comigo nenhuma. - respondo prensando a fumaça.

- Ah maninha, ninguém sabe. Felipe é malandro. Você teve seus motivos, errou se arrependeu e pronto. É otario de magoar tu e pronto. Melhor irmã do mundo e qualquer um que te magoar é vacilão. 

- Não é bem assim, Thales. Você sabe. - dou mais uma bolada no beck e passo para meu irmão. 

Conversamos mais um pouco ate chegar na casa de Gabriel. Chamamos por um bom tempo ate ele atender, vestia uma calça comprida de tectel e estava sem camisa exibindo seu peitoral definido. Gabriel amava ir na academia, jogar futebol e fazer essas coisas. 

- Gabs, vai se arrumar. - mando ja entrando em sua casa. A sala com paredes brancas, pintadas a pouco tempo. 

- Noo cara, que casa baguncada. - Thales reclama. - Conheço uma gatinha faxineira top, cobra barato. Vale a pena! 50 reais e uma pirocada. - ele fala rindo me matando de vergonha. Não sei onde ele aprendi essas coisas. Lhe dou um tapão para aprender a virar gente. - Aii.

- Mais respeito, Thales. 

Gabriel ri. - Pó cara, valeu. Mas não vou querer não. Podem ir galera, não vou.

- Vai ir sim. - lhe dou um beliscão. - A mãe do seu filho vai deixa-lo com a tia para ir nessa festa colado no Felipe! Você vai e ai você me beija na frente dela para dá o troco nela.

- Mas eu que vacilei.

- Foda- se Gabriel. Você vai ir na festa hoje, amanhã arruma a casa e mais tarde vai buscar seu filho porque ele tem pai.

Gabriel olhou para baixo, envergonhado e até  mesmo triste. Talvez decepcionado consigo mesmo. 

- Eu não tenho grana pra trazer meu menino, vey! - ele confusa com os olhos um pouco marejados. - Tem nada aqui nessa casa.

- Tá passando necessidade?

- Não. To comendo la na minha mãe, trago um rango e tem aqui tambem arroz, feijão...

Saio da sala e vou direto para a cozinha. Abro os armários mesmo. Vejo cinco kilos de arroz, dois de macarrão, três de feijão e um kilo de açúcar. Também há café. Na geladeira há um pedacinho de queijo, água, quatro ovos, duas panelas e um pedaço de linguiça. 

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