Já no hospital, dou um longo suspiro, me sentindo um tanto mais calma e aliviada por estar em fim, enchendo meus pulmões de ar.

Cheguei aqui sem ao menos conseguir respirar direito, tamanho meu nervosismo. Sendo assim, me colocaram no oxigênio. E ainda me deram remédio na veia por estar com a pressão alta e um remédio controlado para a ansiedade.

O médico explicou para Felipe, diretamente para ele, e para mim também, como é perigoso a ansiedade na gravidez tanto para gestação, para o feto e para a gestante. Disse que há até mesmo o risco de haver descolamento da placenta, eclampsia e o parto prematuro pondo em risco a vida da mãe e do bebê.

Nem preciso dizer que o homem ficou nervoso. Mas o médico depois tentou o tranquilizar, e quanto a mim? Bem, eu ja ia entrar no remédio mesmo, continuei nervosa e com mais medos e neuras ainda.

O médico me recomendou uma acompanhamento de uma psicóloga, mas eu não sei se vou de fato. Já pensei nessa possibilidade, mas sei lá...

Olho para o soro vendo se ainda falta muito para acabar, queria ir embora logo para casa, deitar na minha cama e dormir. Eu precisava desse descanso, esfriar a cabeça de verdade, não ficar grougue, e resolver minha vida.

Felipe se senta do meu lado. Olho no fundo dos olhos castanhos claro dele, ele estava bastante preocupado. Veio correndo para o hospital, deixando a irmã em casa. Nesse momento, sinto que Felipe tenta não chorar.

- Desculpa por tudo isso. - ele pedi com cara de cachorro sem dono. - Eu não quero te ver assim, meu amor!

Então, porque tem que ser assim?
Penso, apenas encarando Felipe.

Sinto meu corpo anestesiado, a mente mais dispersa. Mas o peito, o coração, continua quebrado.

Depois de duas horas no hospital fui liberada. Felipe me leva para minha casa, me espera tomar banho e me coloca para dormir. Por conta do remédio, rapidamente adormeço.

Ao acordar noto Felipe do meu lado. Ainda vestia a calça jeans, a camisa e ainda estava de tênis. O corpo jogado meio que de lado, e as pernas penduradas para fora da cama.

Tiro o tênis dele, a camisa e ajeito o corpo do homem na minha cama, depois o cubro.

Observo seu rosto, as lágrimas secas e sorrio com dor ao pensar que a mesma pessoa que indiretamente me fez mal, é a mesma que cuidou de mim.

Após ir ao banheiro, resolvo fazer um café da manhã com as coisas que tinha em casa. Pão, café e ovo. Como tudo e depois ligo para Benicio afim de informa-lo que não irei trabalhar hoje por estar passando mal.

Resolvo ligar a TV no meu quarto para ver desenho, O Clube das Winxs, e relaxar um pouco enquanto adianto algum trabalho mesmo que a distância. Depois de um tempo Felipe acorda meio assustado, olha para mim e depois pega o celular no bolso para olhar as horas.

- Droga, tô mega atrasado para o trabalho.

- Desculpa. - peço concentrada na tela do notebook. - Se eu soubesse teria te acordado.

- Não tem problema. - ele se senta na cama. - Você tá bem?

- Sim. Fiz café, tá lá na cozinha. Vai lá comer.

Sinto o olhar dele sob mim, mas ele logo se levanta e vai para o banheiro. Depois de alguns instantes ouço o barulho do chuveiro ligar.

Faço duas postagens para Kish e em seguida uma para meu perfil dando bom dia e explicando que hoje ficarei mais off, pois estarei tirando o dia para descansar um pouco da rotina agitada.

Assim que termino Felipe sai do banheiro apenas vestindo a calça jeans e sem camisa. Acabo ficando hipnotizada pelo peitoral malhado do homem. 

Sinto um fogo arder em mim. Passo a língua em meus lábios e depois os mordo. Começo a imaginar minha mão passando por todo o peitoral do homem, até chegar lá embaixo.

Me EsperaOnde histórias criam vida. Descubra agora