As semanas continuaram a passar rapidamente. Relaxei um pouco no trabalho, após conversar com Carlos sobre a carga estar pesada. Não foi uma conversa fácil, pois ele quer que eu largue a Kish a todo custo.

- Não vou depender exclusivamente de você. - aponto já irritada.

- Mas você esta trabalhando, não dependendo de mim! - ele responde cinicamente. Sentando em sua cadeira, exalando poder por toda a sala.

- Eu sei bem o que está fazendo. Há uns meses atrás disse para eu cair fora, porque voltou agora? Não vê que estou prestes a formar uma família?

- Porque eu quis voltar, gosto de você.

- Está louco, obcecado. Você nunca gostou de mim. Eu não entendo! Me explique, eu exijo. - sou firme em minhas palavras. Meu coração bate acelerado, mas não estou aqui para fraquejar.

- Eu só quero me encarregar de estar fazendo um bom trabalho e você é uma excelente funcionária. Tem futuro e estou apostando nisso, pois me renderá dinheiro.

- Tudo bem, Carlos. Apenas diminua meus trabalhos, estou muito ocupada e sem tempo.

- Ok. Mas não se esqueça do compromisso fixo com a academia, o personal e a maternidade que sua filha vai nascer. De resto, não irei lhe passar mais nada.

- Tudo bem. - respondo em seco. - Agora, vou indo, passar bem.

- Até querida.

Saio do escritório de Carlos e em seguida da agencia, sentindo um leve amargor na boca. É arrependimento! Eu não deveria ter voltado para isso, ter aceitado a ajuda de Carlos ou qualquer coisa que ele pudesse ter a oferecer.

Por mais que o meu crescimento é esforço do meu resultado, ainda me sinto como se fosse ser chutada em breve. Tal como sempre ocorre em minha vida, em todas as esferas.

Eu tô cansada de reivintar, de tentar, de levantar. Me envergonho em confessar tal coisa, sempre fui vista como resiliênte, forte, esperta, determinada e inteligente, mas há dias que eu só queria desistir.

Não, eu não quero travar uma guerra.

Mas a mudança nunca virá em cima de uma bandeira de paz. Ou faz barulho ou morre afogado.

Entretanto, há coisas que jamais mudam. Ao contrário, retornam.

Dou um suspiro pesado e entro no meu carro. Me reservo ao direito de ter um bom almoço em um bom restaurante, depois passo no salão de mamãe para fazer as unhas, o cabelo e uma limpeza de rosto.

Mamãe estava animada com minha gravidez. Parecia estar feliz vendo o meu suposto progresso. É engraçado ver como as pessoas pensam que você está bem ou apenas fingem que sim.

Quem é o melhor ator?

Estava cheia de presentes para Agnes. Uma verdadeira vovó babona, assim como é com Eloá.

Após o restante do dia no salão me embelezando e fofocando vou para casa descansar, as 19h Felipe apareceu com Belly e nosso jantar.

Assistimos filmes e na hora de dormir, ele aceitou dormir no outro quarto na outra cama de casal que havia por lá.

Belly insistiu que quem dormiria por lá seria ela, mas foi a primeira a capotar em minha cama depois de passar horas reclamando de amizades falsos e garotos indecisos.

Deitei ao lado da adolescente, com a TV ligada também logo adormeci. Em pouco tempo acordo, a casa escura. Tento ligar a luz, mas nenhuma delas ligam. Penso estar faltando energia.

Com muita sede, saio do quarto para ir a cozinha. Logo noto que minha casa está diferente, de repente ela tem dois andares, coisa que nunca teve.

Olho pelo guarda corpo a parte de baixo da casa. Felipe estava agarrando Sofia. Eles se beijavam apaixonadamente.

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