A primeira noite sem Felipe foi difícil, mas me mantive forte por Elise que está hospedada em minha casa.
Ela estava arrasada por conta da mãe, e mesmo assim não queria deixar que contassemos qualquer coisa para Thales, pois não queria ve-lo.
A garota estava passando por muitas coisas.
Por esse motivo, levanto cedinho e faço um café da manhã reforçado. Coloco a mesa em sinal de carinho, para que ela saiba que tem um lar e que tem uma família.
- Bom dia, Lise. - a cumprimento assim que a vejo entrar na cozinha. Ela ainda estava de pijama e com Agnes no colo.
- Ela tava resmungando lá no quarto, daí peguei ela. Tem problema não né?
- Não.
- Ouvi dizer que você nao gosta que pegam a nenem no colo. - ela comenta se sentando na cadeira.
- Não gosto de gente que não conheço pegando meu bebê. - respondo me sentando também e já colocando suco em copo. - Como você esta?
- Bem triste. Vou comer aqui e chamar um uber para ir até o hospital ver minha mãe. Ela deu uma parada cardíaca, mas não acordou. - lamenta com tristeza. - Eu sempre tive a esperança de minha mãe melhorar. Voltar para casa, trabalhar, ter uma vida normal. Mas mamãe sempre foi viciada, desde antes de eu nascer e meu pai a abandonou. É isso o que os homens fazem, abandonam. Ele abandonou nós duas e por isso, mamãe foi incapaz de me amar.
- Oh Elise, mas seu pai também não era usuário?
- Sim. - ela dá um longo suspiro. - Eu nem sei dele! - ela dá um gole no café. - Não tenho parente nenhum aqui, pois mamãe veio lá do Paraná comigo né!? Não sei de nada. Ela nunca contou nada. Mamãe só pensa nele e mesmo assim dói ver ela partir.
- Ela tá viva, Elise.
- Até quando? - questiona antes de comer um pedaço de bolo. O clima pesa, ficamos em silêncio.
Após o café da manhã arrumo Agnes para irmos levar Elise ao hospital. Depois de deixa-la lá vou direto na empresa de Carlos. Peço para ser atendida por ele, mas a recepcionista me faz esperar cerca de uma hora pelo atendimento.
Ao entrar na sala de Carlos já sento logo na cadeira e observo ele atento ao computador. Digitava veloz, como sempre e pela expressão do rosto havia algo de errado.
- Seu perfume cítrico sempre preenche todo o ambiente, adoro. - ele elogia gentil ainda olhando para o computador. - O que a traz aqui? Seu trabalho está excelente. Posso fazer algumas observações, mas não é necessário vir me ver. Seu superior pode opinar.
- Carlos, sua mulher esteve na minha casa e diz que quer pegar o imóvel, que é dela e sei lá mais o que.
- Marta está descontrolada! - ele impõe totalmente arrogante. - Diz que agora quer divórcio, apenas porque não aceitou Pamela, uma nova paixão minha. Eu disse a ela que arrumasse um homem para ela também.
- Você não se importa?
- Ah, querida. Quem consegue passar tantos anos com a mesma pessoa? Somente as mulheres mesmo. Eu só me importo com meus negócios e minha família.
- Que você está destruindo...
- Estou nada. Sempre mantive meu casamento, sempre tratei de agradar Marta e acima de tudo, nunca menti e nem a enganei. Ela sempre teve tudo do bom e do melhor.
Ajeito Agnes no meu colo, pois ela não parava de mexer.
- Problema de vocês homens é esse, acha que nós mulheres somos movida apenas a bens matérias e não é bem assim.
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Me Espera
ChickLitO meu maior sonho, com certeza é, ter a vida digna que mereço e para isso sempre corri atrás, achava que qualquer preço poderia pagar, mas não é bem assim. Como no mercado, há sempre aquele produto que você não pode levar, na loja sempre tem aquela...