CINQUENTA E TRÊS

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        Será que nunca teríamos um minuto de paz? Meu coração estava a ponto de sair pela boca. Podia sentir, que o do homem abaixo de mim, não estava muito diferente disso. Ambos estávamos assustados e cercados, por homens fardados de preto e armados. Meus olhos permaneciam fixos nos do Kim, eles me transmitir o máximo de calma possível. Se esse fosse nosso fim, não poderia desviar meu olhar do homem, pois queria lembrar do seu rosto, quando chegasse ao paraíso. Mesmo não querendo, iria partir feliz, se fosse o caso.

        Engolimos em seco, ao ouvir o barulho das armas, que estavam apontadas para gente, se prepararem para disparar. Isso só podia ser um pesadelo. Fechei os olhos e tentei me forçar a acordar, mas era em vão. Isso era mesmo real. Sentada no colo do Kim, ambos com as mãos na cabeça, comecei a pensar em tudo que vivemos até aqui e abrir os olhos pronta para nos despedirmos um do outro.

        — Senhorita, levante com as mãos na cabeça, por favor. — Meus olhos dobraram de tamanho.

        Eu reconhecia tão bem essa voz, pois era incapaz de esquece-la. Era mesmo ele? Preferiria que minha mente tivesse criada uma ilusão, em meio ao desespero pelo momento, mas quando desviei o meu olhar da expressão confusa de Namjoon para encarar o rosto do Jeon, pude sentir o peso da realidade sobre meus ombros. Nunca mas havíamos nos falado, depois que contei sobre os sentimentos, que ainda nutria pelo mais velhos dos Kim.

        Jungkook abaixou a arma, ao ver meu rosto. Por um minuto, o mundo a minha volta ficou borrado e parecia que só havia ele ali. Podia jurar, que vi os seus olhos de brilharem, mesmo que por míseros segundos, antes de olhar para seus colegas.

        — Avisem que os encontramos e vasculhem a área toda. — As armas foram todas abaixadas com as ordens do homem. — São eles. — Jeon tinha um sorriso lindo nos lábios, enquanto me via levantar lentamente com o Kim.

        Os policiais se dispersam rapidamente pelo local, enquanto ficamos parados nos encarando. E, em um movimento rápido, sinto os fortes braços do policial me envolverem em um abraço apertado. Ele tinha um cheiro tão gostoso, o mesmo de sempre, que me deixava inebriada. As memorias das nossas noites de sexo, invadiram a minha mente sem permissão, fazendo meu corpo tremer. O que estava acontecendo comigo? Desde quando havia ficado fraca para homem?

        — Pensei que tivesse acontecido o pior com você, Tenie. — Ao enterrar o nariz no meu pescoço, sinto um arrepio correr pela espinha. Sentir a respiração quente dele ali, estava mexendo demais com os meus pensamentos.

        Aquele clima estava desconfortável e esquisito. O silencio em que ficamos foi constrangedor, mas ele não se importava. Me afastei, bruscamente do homem, quando ouvi o barulho de tosse forçada feita pelo Kim, que estava visivelmente irritado com a cena. Não podia dar abertura para o homem novamente, pois havia dado meu coração para o Namjoon e não pretendia voltar atrás nessa decisão. A enorme mão do meu namorado desliza na minha cintura. Sinto o mesmo me puxar, levemente, de lado para colar nossos corpos. Vê-lo enciumando era tão cômico e ao mesmo tempo provocativo.

        — O que está acontecendo aqui, Jeon? — Indagou ríspido.

        — Acredito que não sabem o que houve na casa do Jackson Wang, certo? — Olhou para nós dois, que assentimos confusos, com a pergunta. — A mansão dele foi invadida pelos comparsas dos Choi, durante a festa que foi dada ontem. — Sentir o ar faltar em meus pulmões.

        — Alguém se feriu? — O Kim tinha um semblante preocupado.

        — Algumas pessoas foram baleadas. Umas estão em estado graves, mas grande maioria teve leves ferimentos. — Jeon respondia calmamente, mas parecia cansado. — Houve apenas uma morte. — Fiquei aérea com as palavras do homem.

Daddy Kink | KNJOnde histórias criam vida. Descubra agora