QUATORZE JACK

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        A porta do escritório é fechada agressivamente, o que faz provocar uma leve risada baixa da parte do jovem sentado à frente de sua grande mesa. Jackson se perguntava, quando que a mulher iria até a sua sala por vontade própria para confronta-lo, e esse momento finalmente chegou.

        — O que você pensa que está fazendo? - Os saltos da garota batiam forte contra o chão, enquanto ela se aproximava do homem.

        — Bom dia para você também Halsey. - Sorriu amigavelmente.

        — Jackson, por que contou aquela história para Kristen? - Ignorou o bom dia do rapaz.

        — Só disse a verdade. - A irritação era clara nos olhos de Ashley, o que divertia mais ainda o Wang.

        — Quer estragar o relacionamento do seu melhor amigo? É isso? - Jackson se levantou da cadeira. Ele jamais tentaria tomar a mulher do seu amigo, pelo menos não sem um bom motivo.

        O Wang tinha um sorriso debochado nos lábios, enquanto se aproxima da mulher a sua frente, analisou todo a sua expressão corporal e deduziu que, se não conhecesse a mesma bem teria talvez caído em seu teatrinho.

        — Ashley, não se faça de sonsa. - Colocou, casualmente, a mão dentro dos bolsos de sua calça social, para esconder o anel que carregava.

        — Do que está falando? - "Ela irá pelo caminho mais fácil, negar.", pensou se divertindo com toda aquela situação.

        — Eu sei do contrato que você fez com a senhora Kim. - Jackson pode jurar que viu o rosto da Halsey empalidecer. Contornou a mesma, se posicionando atrás dela para sussurrar em seu ouvindo. - O cargo que você vai conseguir, por colocar Namjoon na linha é alto.

        Dinheiro era exatamente o que movia a Ashley, a ser tão determinada, o que não era novidade para o jovem empresário. Vê-la empenhada em arrumar uma mulher fixa para o seu melhor amigo, era algo bem suspeito, não aos olhos do Kim, mas sim pelos olhos do Wang.

        Não era muito difícil para Jackson ler as reais intenções da amiga de anos, mas ter certeza e provas para isso também não havia sido fácil.

        — O que você quer? - Foi direito ao ponto.

        — Quero ajudar meu amigo. - O cinismo na voz era evidente.

        — Acho que não perguntei direito. - Limpou a garganta para fazer a indagação certa. - Quanto você quer para ficar calado? - "BINGO!"

        — 50 Milhões de dólares. - O valor nem assustou a Halsey, pois sabia que o valor que ganharia, caso o plano desse certo, seria bem maior do que essa mixaria que o homem estava cobrando.

        — Mande os dados para minha secretária. - Encarou o Wang pronta para sair da sala.

        — Tem mais uma coisa. - Disse antes que a mulher abrisse a porta.

        — O que? - Encarou o homem com tedio.

        — Eu quero um encontro. - Sorriu ao ver a revirada de olhos que recebeu.

        — Não sabe marca um sozinho? - Debochou.

        — Quero com você. - Os olhos de Ashley se arregalaram por um instante. - Não se assuste. - Jackson se aproximou da mesma com um sorriso caloroso.

        — Você não me surpreende mais. - Tentou ser indiferente.

        — Tem certeza? - Sorriu ladino.

        — Absoluta. - A mulher o encarou pela última vez, antes de deixar a sala. - Ah, boa sorte, vai precisar bastante quando Namjoon chegar. - Bateu a porta antes mesmo de poder ouvir a resposta.

        — Obrigado. - "Mas eu que devo lhe desejar sorte, queridinha.", pensou.

        Não demorou muito para que a porta do seu escritório abrisse novamente. Mas dessa vez, lá estava o seu melhor amigo de anos, com uma cara não muito boa e o maxilar travado. Já havia visto essa expressão diversas vezes em reuniões sobre: as ações, novos projetos, fusões e expansões de filiais, mas nunca para si, isso era inédito e causava graça ao mesmo.

        Ignorando a presença do amigo, o homem continua a digitar o e-mail, que teria que enviar o supervisor do setor de estágio da empresa. Namjoon se acomodava na cadeira a frente da mesa do rapaz, o analisando, apenas esperando o momento certo para iniciar a conversa.

        — Você sabe que não sou surdo, pode falar. – Jackson se mantinha focando no texto que escrevia.

        — Por que você fez aquilo? – Foi direito ao assunto.

        — Estava testando a lealdade do seu novo brinquedo. – O tom de voz era indiferente.

        — Ela não é um brinquedo. – Respondeu irritado.

        — Todos nós sabemos o quanto o você gosta de brincar de casa com suas secretarias, por que agora seria diferente? – Olhou para o amigo como se fosse algo obvio.

        — Não posso mudar, porra? – Indagou ainda mais irritado.

        Namjoon sabia que um dia, a sua má fama iria causar descrença em um possível relacionamento sério, que futuramente poderia ter, mas vindo do melhor amigo era um pouco revoltante. Jackson sabia disso e brincava.

        — Do nada? – Debochou levantando uma sobrancelha e voltando a sua atenção ao computador.

        — Jackson, não por favor, não fale sobre a minha fama para Kristen. – Pediu em um suspiro cansado.

        — Por que não conta para ela você mesmo? – Indagou para o amigo sem encara-lo. - Você sabe como a língua dos funcionários são. – Brincou sorrindo ladino.

        — Eu acabei de conhece-la. – No tom de voz carregado de arrependimento.

        — E já está entregando o seu coração, transformando ela em uma rainha. Você sabe o quanto isso é perigoso. – "Dar um leve toque no amigo, não o faria perder sua grana, ou faria?", pensou ao terminar de enviar o e-mail.

        — Não se envolva na minha foda. – "Teimoso", pensou o amigo.

        — Não estava pensado em participar de todo jeito. – Brincou tentando deixar o clima mais leve.

        — Qual é o seu problema? – Indagou Namjoon se levantado para ir embora.

        — Quer bancar meu psicólogo? – Rebateu. - Espero que seja bem mais barato do que o doutor Min. Trezentos reais a hora, já paga meia hora de um bom motel. – Fez graça.

        — Não estou para brincadeira hoje. – Deu as costas para Jack, tendo a certeza que o amigo não tinha um pingo de maturidade.

        — Não estou brincando, Joon. – Logo que a porta se fechou, o homem se jogou na cadeira, suspirando aliviado por ter conseguido de se safar ileso.

Olá, docinhos.
Antes de começar, quero agradecer pelo 1k, muito obrigada de coração. Quando pensei em repostar essa fic, pensei que ela não teria leitores, já que retornei do zero. Muito obrigada e desculpe qualquer errinho.

Daddy Kink | KNJOnde histórias criam vida. Descubra agora