DEZESSETE

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        O quão pequena eu pareço ao lado dele? Seus olhos me analisam com uma calma assustadora. Será isso já aconteceu outras vezes?, me questiono. Me sento na cadeira, por ter medo de desabar em lagrimas, tenho que aparentar ter alguma postura profissional.

        Havia apenas nós dois ali, mas não duvidaria nada, que tivesse alguém à espreita para ouvir nossa conversa e sair contando aos quatro ventos. Com um olhar carregado de compaixão, Jackson permanece parado em frente à minha mesa. O consolo dele era a última coisa que eu queria agora.

        – Você está bem? – Indagou, com uma certa preocupação na voz, mesmo tentando parecer indiferente.

        — Está feliz? - Não consegui sustentar o contato visual, estava me sentindo muito ridicularizada.

        — Eu te avisei. – Soou como minha mãe, o que me fez rir, por uma breve fração de segundos.

        O Wang mantinha as mãos nos bolsos da calça social, evitando fazer contato visual comigo. Agradeci internamente por isso. Fiquei calada, vendo o encarar os objetos em cima da minha mesa com atenção, esperando que ele saísse logo dali, para que eu pudesse chorar no banheiro.

        — Você preferiu confiar no cafajeste do meu grande amigo Joon. – Jackson falou de maneira tão engraçada.

        Não dava para identificar se ele estava jogando na minha cara o quanto fui idiota, ou se era um sermão de pai/irmão mais velho, ou uma forma dele de me fazer sorrir, em meio a minha desgraça.

        — Ele estava me usando de estepe? – Indaguei me sentindo mais estupida ainda.

        — Hyejin, ex-noiva, largou ele no altar. – O Wang rodeia minha mesa, sentando na mesma ao meu lado. – Então, ele virou um traste igual ao papai aqui, porque ele queria a esquecer. – Diz com um grande sorriso de orgulho. Olhei para o homem com repreensão: como alguém pode ter orgulho de um cafajeste?

        — E quem você quis esquecer? – Mesmo que quisesse ele longe dali, a minha curiosidade falou mais alto.

        — Alguém que não é mais importante agora. – Juro que pude ouvir um vacilar na voz.

        Procurei fazer contato visual, como forma de incentiva-lo a se abrir comigo, mas não consegui. De onde eu tirei que ele iria falar algo para mim?, indago perdida nos meus pensamentos, quando a voz dele me traz a realidade.

        – Olha David – estranhei ele saber meu sobrenome, mas lembrei da plaquinha que ficava em cima da mesa com o mesmo -, se você quiser, posso te transferir para um outro prédio nosso. – Sinto um misto de confusão e alivio.

        Eu realmente não teria estruturas para continuar aqui. Ter que encarar Namjoon todos os dias seria tão humilhante. Mas toda essa ajuda vinda dele, parecia ser estranho demais.

        — Por que está sendo legal comigo?

        — Alguém, às vezes, precisar ser o cara legal nas histórias e eu sou perfeito para o papel. – Jackson me encarou com enorme sorriso.

        Tenho que admitir, o desgraçado é realmente muito bonito. O seu jeito descontraído, às vezes, o fazia parecer que não levava nada a sério. O Wang se levantou de cima da minha mesa com um impulso, me assustando. Será que fiquei encarando o mesmo por muito tempo?

        — Pode arrumar suas coisas e voltar para casa. – O homem ajeita o terno calmamente, ainda parado ao meu lado, encarando a porta do escritório do Kim. - Tchau Kristen, te vejo em uma de minhas festas. – Disse antes de sair.

        Finalmente, só. Analise a conversa que acabei de ter, decidindo não ir ao banheiro chorar. Namjoon teve uma recaída com a ex-noiva, que tentou esquecer, mas não conseguiu. Provável, que tenham voltado e eu sobrado. Mas a nossa relação era apenas sexo, nada além disso, por mais que isso doesse em mim.

        Não demorei muito para esvaziar minha mesa. Passei na sala do supervisor de estagio, que tagarelou bastante. O senhor de meia idade, me um grande aperto de mão, e não parou mais de falar, o quanto era uma pena que eu estivesse mudando de prédio.

        O mesmo seguiu falando, que não havia com o que me preocupar, que o meu novo supervisor era jovem, dinâmico e manso e que, por isso, eu sentiria saudades das vistas grossas feitas aqui. Sabia que ele não fazia vistas grossas comigo, como era com os outros e o motivo bem claro disso, era o Kim. 

        Tentei não pensar no Namjoon, pois aquilo me deixaria mais mal ainda. Tenho que superá-lo. Rimos um pouco, antes de nos despedir. Saio da empresa, não com a cabeça erguida como gostaria, mas com o resto de dignidade que sobrou em mim e meus pertences.

        A vida não pode parar, ainda mais por macho. Quando entro no taxi, o tempo parece voar, pois quando vejo já estou em casa. Não vou mentir, depois de um banho quente, me permite chorar até adormecer debaixo das cobertas.

Olá docinhos.
É um alívio a kris ainda ter um emprego. Não se esqueçam de votar e comentar o que estão achando da fic. Caso queira comentar pelo Twitter meu user é @Sbiscoitinha, use a tag #DKjoon para que eu posso te encontrar por lá. Até o próximo capitulo, bjs.

Daddy Kink | KNJOnde histórias criam vida. Descubra agora