TRINTA E SEIS

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        Após quatro meses, as coisas pareciam estar no lugar novamente. Quando voltei para casa estava tudo uma bagunça, mas nada que uma boa faxina não resolvesse. Mudei alguns moveis de lugar e substitui algumas fotos nos quadros da parede. Telefonei para os meus pais, que, aparentemente, não deram muito a minha falta. Suspirei aliviada, por poder ouvir as vozes deles de novo, mesmo que reclamando sobre não ter ido vê-los. Fiz a promessa que iria encontra-los, assim que resolvesse minhas coisas da faculdade.

        Perdi, praticamente, dois semestres inteiros. Em outras palavras, perdi um ano da faculdade e estou atrasada, mas conseguiria repor o atraso se estudasse em dois turnos por um ano. Falando em faculdade, voltar para os braços de Gabriel e Catarine era o que eu precisava para me sentir em casa. Ambos me atualizaram sobre todas as fofocas, que rolaram na faculdade, sem contar os perrengues que passaram sem mim e o quão sentiam minha falta. Tive uma sorte grande deles terem trancado minha faculdade por mim. Imagina ter que pagar a mensalidade de toda um ano, que nem estudei? Juro que infartava.

        Mesmo curiosos, desde que voltei, nenhum dos meus dois amigos ousaram tocar sobre o assunto de Monte Carlo. O que me deixa aliviada, porque ainda não estava pronta para falar sobre tudo que aconteceu, naquela maldita noite. Ainda tinha uma serie de pesadelos, que não me deixava adormecer sem sentir medo, o que resultou uma serie de consultas ao psicólogo. Em todos os pesadelos, sempre tentava salvar as pessoas que amava de forma diferente, mas o final sempre era o mesmo, eles mortos e eu viva. Doutor Min havia passado uma serie de remédios para que me sentir mais calma para dormir. Eles me deixam com um certo cansaço ao acordar, mas estavam funcionando e assim, estou conseguindo lidar com os fantasmas daquela noite.

        A Halsey me visitou, nos primeiros dias da minha chegada, trocamos pouquíssimas palavras. Devolvi tudo que ela havia me dado, mesmo com ela falando que não precisava, mas não queria trazer as lembras dele toda vez que usasse algo. Depois daí, não nos falamos mais. O Wang também veio me visitar, na outra sede da empresa, para termos um longa conversa, onde me contava tudo que sobre o plano da Frangipane com a mãe do Kim até as ultimas coisas mais recentes. Ignorei boa parte das informações, pois não queria saber mais sobre nada. Antes de se retirar, pediu para que visitasse o Kim, senti as lagrimas vindo sabendo que não teria coragem.

        Pego os livros, da qual iria usar nesse semestre, na biblioteca, aonde encontro o sorridente bibliotecário. A última vez que nos vimos, pareciam ter sido há séculos. Os cabelos antes castanhos, estavam loiros dando uma aparência angelical ao homem. Ele estava tão bem na cor, que parecia ter nascido com essa cor natural de cabelos. Como eu queria ser assim também?

        — Oh, quanto tempo? — Sorri meigo.

        — Sim. — Respondi com um meio sorriso.

        — Hoje está um ótimo dia para dar uma volta no parque, não acha? — A sua indagação me fez olhar para as enormes janelas, que davam no pátio da universidade.

        — O clima está agradável. — Relativamente, fresco.

        Assim que recebo o recibo, de empréstimo dos livros, corro para o trabalho. O Seokjin havia se tornado o meu novo chefe, após a saída de Hoseok do cargo. Depois da noticia da morte de Mihi, ele simplesmente se afastou do caso – ainda mantendo a promessa, de que ninguém envolveria nossa real identidade no caso. Jeon havia dito, que o mesmo tinha pedido para ser aposentado, no seu cargo da policia e que planejava mudar de país para recomeçar.

        E senti que deveria fazer o mesmo, por isso, hoje iria trabalhar meio período e depois estaria dispensada, por ser o meu último dia. Mesmo sobre os protestos de Seokjin, fui a procura e encontrei um novo emprego, de meio período em uma livraria de bairro. Por mais que, o salário não se comparava ao que ganhava na empresa, era longe daquele mundo que me levou do céu ao inferno e isso já era o suficiente para ser o emprego dos sonhos.

Daddy Kink | KNJOnde histórias criam vida. Descubra agora