Daddy Kink | KNJ

CINQUENTA E QUATRO

        Estremeci com o ar gelado. O ar-condicionado da recepção estava no máximo. Fugo, por ainda estar um pouco resfriada e também por ter chorando na noite anterior, antes de adormecer. Meu nariz, ainda estava meio entupido, mas com os remédios que o Kim havia comprado para mim, logo passaria. Sinto o polegar do mesmo fazer carinho nas costas da minha mão e o encaro com um sorrindo. A forma como o homem era tão cuidadoso e carinhoso comigo, me fazia ficar ainda mais apaixonada por ele.

        O navio que embarcamos, onde faríamos o nosso cruzeiro, era enorme ao ponto de ser capaz de levar toda a população da cidade e ainda sobrar espaço. Analiso a grandeza do local, pensado o quão caro aquilo tudo devia ser, enquanto o Kim apresentava os nossos documentos. O mesmo beija minha testa e balança as chaves do nosso quarto em minha frente. Olho em volta, procurando nossas malas, mas as mesmas já tinham sido levadas pelo carregador de bagagem. Namjoon parecia relaxado, em contraste comigo, que estava agitada, pela conversa que havia escutado.

        Suspirei fundo, tentado ao máximo não pensar no que ouvi na noite passada. Havia escolhido confiar no Kim mais velho, mesmo sentido um pressentimento ruim. O homem me olhava com brilho nos olhos, me passando toda a sensação de que estava sendo amada de verdade. Ele jamais me machucaria ou colocaria em risco. Afinal, estávamos saindo do país juntos para ficarmos seguros, em uma espécie de férias sem prazo de termino.

        Seguimos em direção aos quartos, quando paramos no meio do caminho pelos os gritos vindos do grupo de policiais, que nos acompanhariam durante toda a viagem. Analiso todos, enquanto se aproximavam de nós, sendo que meus olhos demoram no Jung, que se vestia de forma elegante e no Jeon, que se vestia praticamente todo de preto, como um e-boy. O restante da equipe usava trajes casuais. Eles pareciam estarem sem folego, como se tivessem corrido uma maratona.

        — Esse não é navio deveríamos embarcar. — Reclama um dos policiais, com as mãos nos joelhos, tentando recuperar o ar.

        — Espero que não se importem. — Encaro torto o Kim, quando o mesmo começa a falar em um tom debochado. — Tomei a liberdade de escolher um cruzeiro, que combinasse melhor comigo e a Kristen. — Arqueai a sobrancelha sem entender o que ele queria dizer com aquilo.

        — Mas não se pode embarcar se estiver solteiro. — Jeon estreita os olhos para o homem ao meu lado.

        — Por que não pode? — Indago confusa.

        — Esse é um cruzeiro liberal, para os praticantes de técnicas não convencionais de sexo, que só permite a entrada de casais. Você sabia disso, quando trocou as passagens, né, senhor Kim? — Responde o Jung casualmente.

        — Tenho certeza que vão conseguir parceiros para participar do cruzeiro. — Namjoon sorri de escarneio.

        — Senhor Kim, a gente já havia preparado o outro navio com câmeras e escutas. Não estamos aqui para participar como férias. — Retruca rude um dos policiais.

        — Pois deveriam. — Rebate ácido. — E tenho certeza, que irão conseguir colocar os seus equipamentos aqui também. Mas talvez não em todos os ambientes, pois alguns são restritos para certos tipos de atividades recreativas. — Dou uma leve cotovelada no mesmo pra que pare de ser sarcástico.

        — Vamos sair e embarcar no outro navio, agora. — Jungkook abre espaço para que a gente o acompanhasse.

        — Boa sorte com isso. — Namjoon nos gira para irmos na direção dos quartos. — Vamos, amor. Precisamos nos instalar no nosso quarto. — Pousa a mão na minha cintura, para me guiar.

        Posso jurar que a cara dos policiais, quando saímos, foram a mesma que estava fazendo agora. Desde quando o Kim tinha esse tipo de audácia com a polícia. Por que ele mudaria o nosso cruzeiro sabendo das restrições para os mesmos? Fico com isso matutando na minha cabeça, até perceber que estamos entrando no quarto, que será nosso por toda a viagem. Tanto as paredes, quanto a mobília do quarto transmitiam um clima sensual, mas ao mesmo tempo calmo. O cômodo era maior do que imaginava, contando com uma suíte com banheira. Precisamos usar isso.